Capítulo 21

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Março de 1998

- Pansy, eu só estou perguntando se você acha que a avó de Neville vai querer saber sobre a vez que você teve que ir nadar nua no Lago Negro em um desafio de Veritaserum porque você não queria responder à pergunta de Blaise sobre o quão longe você e aquele cara de Beauxbatons que você conheceu no verão anterior ao quinto ano...

- Theodore, eu juro por todos os deuses que existem, se você não calar a boca, vou jogar essa chaleira fervendo na sua cara.

- Eu acho que é uma anedota brilhante, realmente, faz de você um tipo de pássaro muito mais acessível...

- Eu mencionei que Gina está me ensinando uma versão retardada de sua azaração para rebater o bicho-papão?

As risadinhas de Theo e as ameaças furiosas de Pansy foram apenas parcialmente registradas por Hermione enquanto ela olhava fixamente para o armário de resfriamento enfeitiçado, ostensivamente tentando decidir o que comer no café da manhã. Ela definitivamente estava parada há muito tempo, ela poderia dizer, mas seu cérebro estava tendo dificuldade em traduzir o conteúdo do armário em algum tipo de plano viável para ela executar.

Tinha acontecido muito disso nas últimas doze ou mais horas.

Ela finalmente alcançou aleatoriamente os ovos, tentando mais uma vez se livrar do estado atordoado em que estivera desde... bem... bem. Desde.

Mas, quando Hermione saiu de trás da porta do armário, ela tropeçou imediatamente em algo sólido que a fez lutar para não cair de volta no armário, algo muito quente que soltou um grito estrangulado e que tinha mãos muito, muito fortes que agarrou seus braços para estabilizá-la.

A caixa de ovos voou de sua mão e se espalhou pelo chão da cozinha, o estalo das cascas quebrando no ladrilho ecoando forte por toda a cozinha. Theo e Pansy pararam de discutir.

- Oh! - Hermione se ouviu guinchar, e logo quis morrer.

De alguma forma, ela se virou ao se endireitar e se enredar nos braços dele, e Malfoy corou instantaneamente quando seus olhos se encontraram. Ele deixou cair as mãos dela como se tivesse sido escaldado. Ele abriu a boca, mas nada saiu, e ele a fechou rapidamente.

Hermione tinha quase certeza de que seu rosto estava ainda mais vermelho que o de Malfoy.

- Os ovos - ela resmungou, arrastando os olhos para a bagunça que agora cobria a barra de suas vestes, além do chão. - D-desculpe.

- Eu vou... - Malfoy disse apressadamente, e fez um vago gesto de mão enquanto recuava rapidamente em direção à porta que ele havia acabado de entrar momentos antes. - Eu não estou com fome de qualquer maneira.

- Certo. Nem eu - Hermione respondeu rapidamente, com os olhos arregalados. Ela assistiu perplexa enquanto Malfoy fugia de volta para onde ele tinha vindo, incapaz, ela mesma, de se mover.

Ela teve um precioso momento de silêncio, e então Hermione ouviu um som distinto vindo da mesa atrás dela. Alguém, ou talvez mais de um alguém, estava sufocando o riso.

Ela torceu o pescoço por cima do ombro, a mortificação se instalando ainda mais, a tempo de ver Theo e Pansy compartilharem um olhar incrédulo.

- O quê, - Pansy perguntou a Hermione, os olhos brilhando. – porra foi isso?

Hermione pegou o leite para seu chá e fechou o armário decididamente desta vez, então propositalmente se acomodou em uma cadeira na mesa do café da manhã em frente a Pansy e Theo antes de se preocupar em responder.

Coisas Que Somos Jovens Demais Para Saber - TRADUÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora