Capítulo 75.

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COROLLA.

Papo de cinco horas da tarde e tinha vários morador na correria pra chegar em casa antes da bala comer. Me pergunto pra quê que eu tô pagando arrego, se me aparece um ou outro filho da puta querendo fazer papel de justiceiro pra mídia pra falar que vai acabar com o crime. Tá mais do que na hora de geral entender que essa porra não vai acabar nunca.

Se eu morrer, outros vão chegar e a bala vai cantar do mermo jeito. Chamei o FR no radinho, tu respondeu? Merma coisa esse filho da puta e eu tive que me adiantar me entocando na viela da boca principal, até conseguir entrar na mesma onde tinha uns quinze homens se preparando com vários pente e os bico.

Corolla: Qual foi, tá faltando nada aqui não né? - levantei a sobrancelha e observei os detalhes.

Gabiru: Tudo tranquilo, chefe. Tentar entrar aqui, vai entrar no fogo. - falou me encarando sério e eu concordei.

Era um dos meus melhores soldados. Gabiru não dava plantão na boca, mas era o capeta quando o assunto era guerra e tinha disposição pra caralho.

Corolla: Tá na tua responsa. - ordenei - FR tá onde que eu tô atrás dele e ele tá brincando de esconde esconde.

Gabiru: Sei não, mas sei que de manhã ele ganhou pro lado do Juramento. - saiu andando.

Não sei qual foi, mas não tô gostando dessa parada de nego sair daqui e ir lá pro Juramento. Fiquei bolado, mas eu não tinha tempo pra exigir explicação de ninguém e a melhor hora vai chegar.

Ligeirinho: Aí Corolla, pega a visão, FR tá nos acessos lá da boca três. - falou botando a cara no vão da porta.

Corolla: Tira a 160 da entoca, vou lá pro alto. - ordenei. Eu estava me referindo a uma Bros preta.

Arranquei da boca cantando pneu mermo. Se tivesse ido na caminhada, tinha morrido de tanto correr, era chão pra caralho e ia demorar mais do que o necessário. Caí pra laje, já tinha soldado por lá, foi aqui que eu brotei quando eu invadi o morro pela primeira vez e era o melhor lugar pra se ter visão do lugar. Quem brotasse, não ia passar batido e se fosse verme ia de ralo.

Nessa hora aí já tinha traçante voando no céu, tiro pra tudo que é lado e eu mais uma vez, muito filho da puta fechei os olhos por uns segundos só pra pedir a proteção de Deus pra segurar mais essa aí.

Azeitona: Pensei que ia ficar lá pro meio, demora do caralho. - jogou um colete pra mim.

Corolla: Quero só saber que porra FR foi fazer no Juramento. - olhei feio pra ele - Esses cuzão do batalhão tão fazendo o quê com o arrego? Vou começar a dar sumiço em nego pela zona norte. - carreguei a AK com o pente.

Azeitona: Já te dei o papo pra tu abrir teu olho, tu acha que eu tô de bobeira. - falou enquanto observava a movimentação com ajuda de um binóculo.

O tiro comia lá de baixo e deixei que os verme entrassem, peguei outro binóculo e fiquei só observando e quando eles caíram no labirinto eu achei que era hora de dar ordem pra geral sentar o dedo.

Azeitona: E aí mermão? - me olhou e eu concordei com a cabeça.

Corolla: Hora da brincadeira, senta o dedo. - ordenei.

DO JEITO QUE A VIDA QUER 3.Onde histórias criam vida. Descubra agora