Capítulo 13

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A saída da lua era acompanhada de uma leve chuva passageira,quando a mesma passou saí pela janela para uma caminhada noturna,era por volta das onze horas e eu ainda tinha esperança que ele viesse ao meu encontro como havia prometido na carta,no peito uma agonia repentina fez com que saísse caminhando rumo a abertura no muro atrás do hospital indígena,parecia que cada batida de meu coração se resumia a cada um dos meus passos quando a claridade da lua rompeu no céu por cima das nuvens vi uma silhueta,estava sentado sobre uma pedra próxima a abertura,meu coração acelerou ainda mas quando em passos largos rompi a distância que nos separava através do muro e corri para ele.ele não se levantou quando o abraçei,mas gemeu baixinho e seu corpo se tornou tenso quando o abraçei apertado.

         — Senti sua falta!pensei que não viria.— falei e depositei meus lábios sobre os seus em um beijo que ele mal correspondeu.— o que há de errado?sei que posso parecer desesperada de mas e um tanto afoita,podemos ir devagar.— seu rosto ainda encoberto pelas sombras do muro fez com que eu me afastasse um pouco mas o trazendo comigo para a luz do luar onde com um grito preso na garganta vi o porquê de seu corpo enrrijecido e porque mal havia correspondido ao beijo,seu rosto estava completamente deformado por ematomas negros,seus lábios rachados e igualmente inchados,por onde meus olhos faziam uma trilha por seu peito nu eu podia ver marcas horríveis.— o que fizeram com...com... você?— minha voz falhava e lágrimas começavam a transbordar dos meus olhos a cada marca horrenda a luz da lua.

        — Isso não importa mas!pretendia não ir ao seu encontro, não do jeito que estou,por isto fiquei aqui fora,indeciso, sobre o que deveria fazer,a lua me lembrou a cor branca da sua pele e o quanto é forte,sempre reaparece depois de uma breve chuva,talvez está fosse a maior lição para mim esta noite, reaparecer apenas após tudo passar.— disse ele calmamente.

         — Do que está falando?venha comigo,falaremos com o general sobre o ocorrido,precisa de ajuda,estes ferimentos precisam de limpeza e curativos,venha comigo.— no peito o coração disparado de preocupação,quem poderia ter coragem de feri-lo daquele jeito,que motivo teriam?sabia que ele tinha várias acusações,mesmo assim não conseguia acreditar.

         — Elsie!não posso ir com você, não quero lhe causar problemas,o que dirão se nós virem juntos?só servirá para que se confirmem o que já falam a nosso respeito, não daremos mas motivos, não se preocupe,ficarei bem,eu já estive pior.— falou ao segurar em meu braço e ao tomar minha mão na sua levou até seus lábios rachados depositando assim um beijo leve.

         — Diga-me o que posso fazer para ajudá-lo.— enxugando uma lágrima teimosa que insistia em correr por meu rosto,o envolvi em um abraço.

          — Apenas fique bem! não diga nada a ninguém que me viu assim,eu virei vê-la,me aguarde em seu quarto a noite,farei o impossível para estar com você enquanto durar nosso tempo neste lugar.— suas últimas palavras foram como se algo dentro de mim quebrasse,a realidade que batia em nossa porta era severa demais para se ingnorar e que cruelmente fincava suas garras e aos poucos nos separava lentamente,lutando contra tal se sensação nos despedimos ali cheios de promessas de que nos veríamos outra vez e isso fez com que meu coração se acalmasse, com um beijo o deixei ali e segui pelo mesmo caminho que viera, antes de passar pela última casa que ficava mas próxima a construção principal,pude ouvir uma voz que veio das sombras.

       — Uma boa noite para uma caminhada não é mesmo?— me virei rápido de mas o que fez com que o capuz da capa caísse de minha cabeça.— se não a conhecesse bem diria que estava se encontrando com alguém.— suas últimas palavras foram secas.

        — Lorde Frederick!do que está falando?— recusei assustada enquanto ele saía das sombras.

          — Serei breve e direto,já que esta noite Milady não me deixa escolha.— seu sorriso de orelha a orelha me enojava,seu cabelo loiro impecavelmente penteado para trás ele parecia realmente digno dos mas perversos homens,e suas palavras seguintes confirmaram isso.— case-se comigo e salve sua reputação duvidosa,afinal boatos estão por toda parte,Lady Griffiths não passa de uma prostituta de índio.— seu sorriso em nada parecia o de uma pessoa de bem que demonstrou ao chegar.— confesso que pensei que vindo até aqui neste fim de mundo seria pouco investimento a se fazer vizando o alto retorno que terei,já que esta de caso com aquele animal podemos dizer que eu possa falar mas abertamente, você acabou de poupar-nos de formalidades e ir realmente ao que interessa, não precisarei seguir etiquetas para me casar com você,por isso tenho a seguinte proposta,case-se comigo e voltarmos para Londres casados como lorde e Lady Frederick,receberei meu dote por direto e poderemos providenciar sua mudança para o campo enquanto poderá viver em paz já que nos últimos dias tenho observado o quanto aprecia a vida selvagem ao acasalar com aquele selvagem imundo no chão de uma caverna.

       — Você é doente!— falei ao me afastar sem acreditar no que ouvia.

       — A sociedade pode perdoar uma vez um escândalo de um casamento de um duque com uma filha bastarda de um nobre,agora uma lady com um índio é um pouco de mas não acha?— suas palavras eram como o veneno de uma vibora.— já pensou como seria?seu pai excluído da câmara dos lordes,quem iria continuar a negociar com alguém que tem uma filha prostituta,filha de Jezabel tão profana em sua luxuria que se entregou a um selvagem,seria uma tragédia para toda a sua família,dignos de perderem até o título,só você minha querida poderá salva-los casando-se comigo,todos sairemos ganhando,o que me diz?— saí correndo diante de tão maligna chantagem,tudo que eu queria naquele momento era sumir pôs meu pesadelo parecia ter só começado.

Paixão Selvagem (Livro 3) Série Os Griffiths Onde histórias criam vida. Descubra agora