Cap VI- Apenas um Yakisoba

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Eu olhei para ele dobrar as mangas, estava com um sorriso, olhar para Baji daquela forma era tão estranho, de forma alguma parecia familiar, afinal, ele nunca falava comigo, eu o via de longe, e nos aproximarmos dessa forma tão repentina era algo difícil de acompanhar, mesmo assim, eu ainda gosto disso.

- Que que você está me olhando? - Baji pergunta franzindo a testa.

- Não posso olhar pra você?

- Não, não pode.

Ele larga a térmica de café na pia e vem em minha direção me encurralando na parede.

- Pervertido! É a segunda vez que faz isso.

- E você não gosta? - Ele se aproxima do meu rosto.

- Sai! - O empurro.

- Você não faz ideia de quantas mulheres querem o mesmo que você.

- Eu não quero nada, seu cachorro!

Ele sorri e eu o olho com as bochechas vermelhas, amo o senso de humor do Baji, nós combinamos nessa parte.

Não me sinto como se estivesse apaixonada, ou pelo menos não acho que seja paixão, nunca senti algo assim antes por ninguém, minha vida foi dedicada a proteger meu irmão e não morrer, parece que todo esse tempo eu só sobrevivi, até poucos dias atrás achava que minha vida seria apenas morrer, esperar algo acontecer pra que tudo o que vivi terminasse, mas vendo essa virada da vida só consigo pensar no quanto sou grata por existir, não quero pensar como se fosse por causa do Keisuke, mas de forma errada eu consigo ver ele como a luz que tornou tudo isso possível.

Corri para perto dele e comecei a entregar as coisas para o chocolate quente, depois eu comecei a cortar os vegetais para nosso Yakisoba.

- Estranho, nunca vi alguém cortar desse jeito os vegetais. - Ele me olha.

- É? Vai ver por que você só come esse Yakisoba industrializado HORRIVEL! - Dou um sorriso.

- Não fala do Yakisoba! Ele é uma delícia!

Dou de ombros e continuo a cortar, mas infelizmente corto o meu dedo, Baji larga a caneca de lado e vem ver minha mão.

- Merda, quanto sangue, você quer ir no médico?

- Baji, isso é só um corte de faca, vou ficar bem.

Ele segura minha mão e coloca meu dedo em sua boca.

- Que nojo! - Eu digo.

- Que nojo oque, saliva é o melhor remédio, minha mãe sempre fala isso.

Ele tirou meu dedo da boca com cuidado e o sangramento parou.

- Aaa parou! - Falei animada.

- Eu disse.

Após isso corri até a dispensa e peguei uma caixa com muitos remédios e bandeides, ele olhou surpreso para o tamanho da caixa.

- Caralho quanto remédio, de quem é isso?

- É meu, fico doente com frequência, acho que meu corpo é bem sensível - Tentei falar isso sorrindo, mesmo que fosse uma parte de mim que não gosto.

- Lembro que quando você era pequena vivia tomando remédios, me lembro do dia que cheguei aqui e sua mãe te obrigou a tomar...

- Tomar um remédio para a febre, ela pegou e colocou na minha boca com força e eu comecei a chorar. - Continuei falando por ele.

- E aí eu teu irmão ficamos cuidando de você por que piorou, acredito que o Draken e o Mitsuya compraram mais remédios para você.

- Me lembro disso. - Dou risada.

Keisuke Baji: Livre De AlgemasOnde histórias criam vida. Descubra agora