Capítulo 5. Uma Típica Sexta-Feira

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POV Dulce

Desde a infância eu sabia que queria ajudar as pessoas de alguma forma, e foi por isso que decidi me tornar enfermeira. Estava disposta a enfrentar as longas horas de trabalho árduo, talvez até situações difíceis, por amar o cuidado com o próximo. Nada era mais gratificante do que ver o sorriso de um paciente que havia se recuperado graças à minha dedicação e atenção. E ultimamente, ansiava pelo sorriso de um paciente em especial.

Quando o enfermeiro-chefe Rocco me designou para a tarefa de cuidar do Dr Uckermann, logo abracei a oportunidade, mesmo um pouco receosa. Compreendia que desempenhar um bom papel abriria portas na minha carreira, mas também tinha medo de estragar tudo e ser mandada embora. Afinal, todos no hospital conhecem a reputação do Dr Uckermann. Sendo assim, ao despertar desmemoriado do coma, não consegui disfarçar minha expressão de surpresa, era uma situação totalmente inusitada. Tudo se tornava ainda mais complicado com o segredo solicitado pelos diretores, eu me via às vezes até me esquivando dos colegas para evitar escapar alguma informação proibida. Além disso, a seguradora indicou que o acidente talvez tenha sido resultado de atividade criminosa. As autoridades foram notificadas, uma investigação confidencial está em andamento, o que exige a máxima discrição. Eu só sei disso porque meu pai é o chefe de polícia da cidade do México, ele me contou durante um dos nossos almoços de domingo. Parece que é um caso delicado, espero que possam descobrir a verdade e levar os responsáveis à justiça.

Nessas últimas semanas eu venho pisando em ovos, tanto no hospital, ao tentar esconder a amnésia do doutor Uckermann das pessoas, quanto com o próprio Christopher, pois eu conhecia mais do que gostaria sobre seu caso. Pensei que cuidar do doutor Vampirão seria mais tranquilo, apenas chegar no quarto, checar os sinais vitais, administrar as medicações, trocar os curativos, assim como realizo com todos os outros enfermos internados. Entretanto, há algo diferente nele, e esse algo está me atraindo de uma forma distinta... É difícil explicar, porque eu nem sei o que sentir direito. O doutor Uckermann que conheci no primeiro dia de trabalho no Hope Memorial era completamente o oposto desse homem de hoje. Inclusive, o apelido especial já não faz tanto sentido nesses últimos dias. Oficialmente, a partir do momento em que recebeu alta deixou de ser meu paciente, no entanto, percebo uma forte responsabilidade em relação a ele, como se fosse minha função garantir que Christopher esteja bem, saudável e progredindo na restauração de suas memórias para poder voltar à sua ocupação logo.

Minha semana seguia uma rotina dividida em duas partes: os plantões de enfermagem durante o dia e as sessões com cartões de memória na casa do Christopher à noite. Ainda era um pouco desconfortável chamá-lo pelo primeiro nome, porém ele insistia nesse detalhe, já que se sentia menos estranho. Apesar da amnésia, realizávamos um bom progresso. O doutor era hábil para gravar as informações, e isso ajudava bastante. É difícil prever quanto tempo um paciente leva para recuperar suas lembranças após uma lesão tão grave, mas, pelo andar das coisas, acredito que ele começará a ter alguns lampejos das memórias em breve. Só espero que isso não altere seu novo comportamento gentil, engraçado, atencioso... Dulce! Praguejei mentalmente ao perceber que me preocupava até demais com a conduta de um certo alguém que antes do acidente mal reparava na minha existência.

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