Capítulo 2

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Escrita originalmente por: jinskook

— Não sei porque ainda não me separei de você. — Jungkook cruzou os braços irritado.

— Relaxa, Kookie, serão só algumas horas. — Seokjin pousou a mão que usava para passar a marcha na perna do marido. — É aniversário da mamãe, não poderia perder.

— Então quer dizer que hoje faz quatro anos que eu levei uma bolada na cara! — exclamou, irritado.

— Foi engraçado, vai! — tentou amenizar a situação.

— Não foi você que teve que lavar o cabelo na pia.

Eles estavam indo para Goseong-gun visitar os pais de Seokjin, a tarefa que Jungkook mais odiava. Estavam no meio do caminho e o mais novo já queria se tacar do carro em movimento só de lembrar da última vez que tivera na casa dos Kim, às vezes questionava se era de família não vê-lo como um ser humano.

Apesar de Seokjin já ter seus trinta e três anos, casado e com uma vida já estabelecida, seus pais queriam opinar em tudo, até no seu parceiro, por isso se mudou para Seul anos antes de conhecer Jungkook. Não aceitavam Jungkook, não porque ele era um homem, esse era o menor dos problemas, mas sim porque Jeon era cheio de tatuagens e piercings, achavam que ele era um delinquente, um gângster, uma má influência para o filho; fora as vezes que Jungkook apareceu com o cabelo pintado em diversas cores  — já pintara de roxo, verde, vermelho, loiro e cinza, quando o assunto era matar seu coro cabeludo ele tinha doutorado. Naquele momento estava com sua cor natural, precisava dar um descanso pro cabelo. Também tinha o fato de que eles não eram casados na Coreia e sim nos Estados Unidos, eram vistos apenas como uma União Estável, já que o casamento entre pessoas do mesmo sexo não era possível na coreia, por isso não compartilhavam o mesmo sobrenome.

— Serão quase três horas de viagem! — cruzou os braços, fazendo uma careta irritado.

— Você vai dormir no meio do caminho. — Seokjin disse com um sorriso no rosto enquanto focava na estrada.

— Não vou! — exclamou, confiante.

Acabou dormindo durante a viagem e foi acordado — com muita luta — pelo Kim assim que ele estacionou o carro em frente a casa aconchegante.

Foram recebidos pelo casal, cumprimentaram como sempre: abraçando e dando beijos na bochecha do filho, mas quando chegavam no genro era apenas um apertar de mãos e sempre tratando ele como se não fizesse parte da família.

Não é que não gostava dos sogros, pelo contrário, mas o fato de não o reconhecerem como o esposo de Seokjin era irritante, tinha que aturar alguns comentários desagradáveis como "quando você (Jin) irá casar?", "soube que a filha dos Lee está solteira", "quando nos dará netos?", era um pesadelo.

— Mamãe, já conversamos sobre isso. — Seokjin respondeu um pouco incomodado com a intromissão dos pais e pelo fato de estarem ignorando a presença do marido sentado ao seu lado no sofá. — Eu e Jungkook não temos pretensão de ter filhos. — acabou dando um tapinha na perna do marido por hábito, só percebeu quando Jungkook pegou na sua mão e a tirou de cima da perna afim de não atrair olhares reprovantes dos sogros.

— Querido, sabe que não temos mais muito tempo como antes. — a mulher mais velha começou a falar em um tom mais apelativo. — Eu gostarei de ver um netinho ou netinha antes de partir.

— Não fala assim... — Seokjin resmungou, aquele tom e palavras mexiam com seu emocional.

De fato, seus pais já tinham uma idade avançada, tiveram Seokjin muito tarde por conta de problemas de infertilidade — ele era considerado um milagre para seus pais, os médicos diziam que sua Mãe nunca seria capaz de engravidar e, caso conseguisse, seria muito arriscado, mas lá estava ele trinta e três anos depois mostrando que o impossível é possível.

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