Único, assim como aquela criança

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—Papai! Papai, cadê você? - A pequena garotinha chamava vagueando pela casa.

Continuando sua busca, ela abria cada porta que via pela frente na tentativa de encontrar o pai; um som de surpresa deixou os lábios da menina quando seu pequeno corpo se chocou contra o de alguém, quase derrubando a pequenina no processo.

Os olhos negros de Itachi pararam na menina que o encarava com expectativa; sua expressão deixava bem claro a confusão que sentia ao ver aquela criança vagar pelo esconderijo da Akatsuki.

O moreno se abaixou até ficar na altura da pequena e lançou para ela um sorriso doce, depositando um carinho em seus fios castanhos.

—Está perdida, pequena? Como veio parar aqui? - O homem perguntou com uma voz calma para não assustar a menina, enquanto os olhos verdes e familiares o encaravam. Quem tinha olhos como aqueles mesmo?

—Você viu meu papai? - Ela perguntou ao recém-chegado, estendendo os bracinhos em sua direção com aquela inocência que somente as crianças tinham.

—Ele tava aqui, mas eu não consigo encontrar ele. - Ela coçou suavemente a bochecha gordinha com o polegar enquanto sua cabeça tombava para o lado, deixando a garotinha ainda mais fofa do que já era.

—Como é o seu papai? Preciso saber pra te ajudar. - Ele perguntou se levantando com a pequena em seus braços. Itachi saiu andando pela casa com a garotinha enquanto a mesma descrevia o homem que procurava.

—Ele é gandão e forte. - Ela exagerou enquanto fazia movimentos no ar com as pequenas mãozinhas. O mais velho chegou com a menina na sala e assim que chegaram no cômodo, Konan soltou um gritinho quando notou a morena nos braços do amigo.

—Quem é essa coisa fofa? - Ela perguntou já com a criança nos braços, apertando uma de suas bochechas, ganhando uma risada gostosa e contagiante como resposta.

—Eu sou a [Nome] e eu 'to procurando meu papai! Você viu ele, moça? - Ela perguntou para a azulada a olhando com grandes olhos verdes brilhantes.

Uma lâmpada pareceu se acender na cabeça da azulada e ela respondeu:

—Olha, ele tava aqui agora, mas foi conversar com um amigo. Oque você acha da gente brincar com o tio Itachi enquanto ele não volta? -  Konan riu quando a pequena em seus braços comemorou e concordou freneticamente com a cabeça.

Itachi não resistiu e apertou as bochechas gordinhas e algumas ruguinhas se formaram ao redor de seus olhinhos quando ela enviou ao renegado um sorriso divertido e meio banguela.

...

—Oque... é isso? - Kakuzu perguntou ao chegar na sala e se deparar com uma cena um tanto quanto incomum. Konan estava sentada sobre os calcanhares, com os pulsos amarrados atrás do corpo e um pano na boca, a impedindo de falar enquanto Itachi jazia ao seu lado com a expressão mais maquiavélica que o moreno já o vira fazer e [Nome] apontava uma colher para o mais velho.

—Papai! - Ela largou a colher e correu na direção do homem, que sem dificuldade alguma a aparou no ar depois da criança ter pulado em cima de si. - Eu tava te procurando papai! -

—Eu te falei pra me esperar lá. - Ele disse, mas não estava chateado; quem conseguiria ficar chateado com essa fofura? Nem mesmo o orgulhoso Kakuzu resistiu! - E você já fez novos amigos?

—Sim. A gente tava' brincando de ninja!

Itachi intercalava seu olhar entre pai e filha e Konan, completamente desacreditado. Kakuzu estava calmo. Kakuzu não estava xingando até a oitava geração de alguém; muito menos agredindo alguém.
 

Puta merda, Kakuzu tem uma filha!

Não o julguem, afinal estamos falando de Kakuzu, o ganancioso, o tesoureiro da Akatsuki.

Agora, olhando para os dois juntos, ela tinha algumas semelhanças com o moreno, como a cor dos olhos e dos cabelos.

Konan o olhou da mesma forma. Ela já sabia que o homem tinha uma filhinha e sempre imaginou que ele fosse um pai rígido, mas nunca passou por sua cabeça que ele fosse tão carinhoso, e pior, que pudesse cuidar de uma criança sendo bruto do jeito que era; mas a menininha parecia tão bem cuidada e apegada ao pai que Konan teve certeza que ele era um ótimo pai.

Você é o pai dela? Itachi finalmente perguntou depois de um minuto inteiro de pane no sistema.

—Sou. - Kakuzu respondeu fazendo cócegas na pequenina que ria tentando se soltar dos braços do pai.

—E quantos aninhos tem essa coisinha mais fofa da tia? - Konan fez uma voz infantil ao perguntar para a menina, que levantou cinco dedinhos em resposta.

—Três. Tá certo, papai? - Ela perguntou  tirando mechas do cabelo de seu rosto; Kakuzu abaixou o mindinho e o polegar da filha, corrigindo-a.

—Agora tá. - Ele sorriu para a pequena que devolveu com um sorriso banquela.

Depois de um gritinho pela fofura, Konan declarou:

—Eu vou pegar ela pra mim. Você é muito fofa!

—Não, papai não deixa. - Ela abraçou o pescoço do pai e escondeu o rosto no peito do moreno, envergonhada pelo elogio recebido; oque arrancou risadas divertidas dos adultos.

—E ele é um bom pai? Porque se não for, eu vou te roubar pra mim. - Konan sussurrou a última parte com as mãos em forma de concha ao redor da boca, como se contasse um segredo para a garotinha.

—Ele é o melhor pai do mundo! - a de olhos verdes jogou os bracinhos pro alto antes de colocar as pequenas mãozinhas uma em cada lado do rosto do pai e deixar um beijinho em sua testa, quase matando os presentes ali com tanta fofura.

—Eu te amo papai! 



N/A: aiai, essa autora aqui tao boiola, que pode até ser considerada uma doença altamente transmissível. Isso aqui foi um delírio da madrugada que eu tive e nem sei se está bom.

Palavras: 1.010

Cadê o meu papai? - KakuzuOnde histórias criam vida. Descubra agora