Prólogo

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O enorme salão de baile iluminado pelos grandes lustres cheios de velas estava lotado de pessoas bêbadas e felizes. A festa estava alegre, unindo várias raças diferentes em um mesmo local. Elfos do Bosque Vermelho, anões da Cordilheira de Rariam e até alguns dragões em forma humana. O governador da ilha longa estava feliz ao lado do filho, o noivo, cumprimentando os convidados e agradecendo os presentes e a presença deles.

A única pessoa infeliz era a noiva. Ela olhava para todo os lados, como se esperasse ver alguém que, obviamente, não estava lá. A festa estava se aproximando da meia noite e este era o momento que ela mais temia e que a mais fazia desejar fugir. Que alguém a ajudasse a fugir dali. Mas, era claro que ninguém iria contra o Duque de Darman.

O noivo a olhava através do salão, em sua peregrinação para agradecer aos convidados, e sorria triunfante. Ele finalmente tinha conseguido a mulher mais bonita do mundo, ela era finalmente, somente sua. Para sempre.

Quando o relógio começou a badalar a meia noite, os anciãos da família do noivo se levantaram em uníssono. Todos no salão se silenciaram e observaram expectantes. Os anciãos se aproximaram do jovem casal e os tomaram pelas mãos, os guiando para os aposentos nupciais. Lá, eles seguiriam as antigas tradições e observariam a consumação do casamento.

As senhoras a levaram a uma sala separada e a despiram. A noiva tentava não chorar, tentava parecer forte. Quando desfizeram seu penteado e a vestiram com apenas uma camisola semi transparente, a levaram para o quarto. Ao entrar o noivo já a esperava com um camisão similar ao dela.

Ao vê-lo, ela começou a chorar, sem conseguir conter-se. Isso era tudo que ela queria, exceto pela pessoa com quem tudo estava acontecendo. Uma das anciãs a empurrou levemente e ela falou.

— Não... não quero isso. Por favor.

Por um momento todos ficaram paralisados com as palavras da moça. Como ela ousava falar assim? Porém, antes que qualquer um dos anciãos pudesse dizer algo, o noivo se aproximou da noiva. Ele suspirou e acariciou o rosto dela, sua mão subiu para o cabelo da moça e ele a agarrou com firmeza, puxando sua cabeça para trás.

— Não fale assim, querida, vai me magoar. Lembre-se a quem você pertence agora. Você é minha e vai fazer o que eu quiser.

Ela chorava e tentava se livrar de seu aperto doloroso, mas ele era muito mais forte. Nossa heroína tomou uma decisão naquele momento, se não conseguisse sair daquela situação, ela, com toda a certeza, se mataria. Jamais viveria ao lado de um maníaco narcisista como ele.

O noivo a arrastou pelo cabelo até a grande cama de dossel com pesadas cortinas de veludo verde que estavam, curiosamente, fechadas. Assim que se aproximaram da cama, ele a empurrou de frente para a cama, a fazendo cair de bruços em algo inusitado.

Um par de mãos a segurou pelos ombros. A jovem ergueu a cabeça e olhou para o par de olhos âmbar que ela conhecia bem, um sorriso se espalhou por seu rosto e ele o espelhou. Piscando um olho, o homem a puxou para cima da cama e saiu.

— Não sabe que não é assim que se trata uma dama? Talvez eu devesse te dar algumas dicas.

Aproveitando a distração criada por sua fala, sua espada atravessou o corpo do noivo, o homem ficou tão estupefato que morreu sem nem saber o que estava acontecendo. Os anciãos começaram a correr para a porta, uma vez que superaram a surpresa, mas acabaram dando de cara com um par de homens robustos que entraram e fecharam a porta atrás de si.

— É assim que vamos fazer. Eu vou levar a noivinha e vocês só têm uma opção. Morrer!

É claro que ele não iria resgatar sua amada sem algum tipo de ajuda, no caso, dos dragões convidados. Eles levaram menos de dez minutos para matar a todos ali e quando terminou, ele se virou para sua amada e sorriu. O rosto coberto de sangue, mas mais lindo do que nunca.

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⏰ Última atualização: May 14, 2023 ⏰

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