Capítulo Sete - Mix De Sentimentos

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Camille

É como se tudo em minha volta havia perdido o sentido. Eu não conseguia raciocinar direito, não conseguia respirar direito, não conseguia ter controle do meu próprio corpo.

Meu avô infartou.

O meu avô.

Aquela maldita sensação havia voltado. A sensação de não saber o que fazer quando você acha ou tem absoluta certeza de que perdeu uma das pessoas mais importantes da sua vida. Foi exatamente assim que eu me senti quando minha mãe morreu.

Sem rumo. Sem esperanças. Sem vontade de viver.

- Cami! O que aconteceu, você está bem?

Só então, percebo que Mason está agachado na minha frente, suas mãos apoiadas no meu joelho enquanto estou sentada no enorme sofá que havia naquela suíte. Como eu estou sentada aqui, se eu sequer me lembro disso? Esse questionamento ficou para trás assim que meus olhos encontraram os de Mason, a expressão estritamente assustada como se eu estivesse lhe dando um grande susto.

- Meu avô infartou... - eu murmuro, a voz rouca como se mal passasse da minha garganta.

Seus olhos se arregalam ainda mais.

- Puta merda. - ele murmura, suas mãos apertando ainda mais o meu joelho.

- Eu não sei... eu não sei o que vou fazer se meu avô morrer, Mason. Eu não falo com ele há seis meses, eu...

E antes que eu pudesse evitar, começo a chorar descontroladamente, tampando meu rosto com as duas mãos. A sensação de não conseguir respirar, aumentava ainda mais acompanhada de uma dor forte no peito.

Eu coloco a mão no peito, como se isso fosse me ajudar de alguma maneira, a respirar melhor.

- Cami. - Mason retira as mãos do meu rosto, substituindo-as pelas suas. Segurando meu rosto em cada lado da sua mão, ele se aproxima ainda mais olhando no fundo dos meus olhos. - Respira. Só respira. - ele pede, calmamente, como se estivesse falando com uma criança.

Eu puxo o ar pela boca, com muita dificuldade.

- Eu não consigo. - eu respondo, minha voz embargada e então começo a chorar copiosamente.

- Consegue, amor. Você consegue tudo, lembra? - ele se senta ao meu lado, praticamente grudado a mim e me faz ficar de frente para ele. - Olhe para mim.

Eu faço o que ele pede.

- Eu estou aqui. - ele sussurra, calmamente, olhando nos meus olhos. - Eu estou do seu lado e vou ficar aqui sempre, está bem? Só preciso que você respire.

Apertando forte a sua mão entrelaçada a minha, eu tento respirar fundo. Desta vez, o ar passa com certa dificuldade, mas consigo sentir o alívio em meu peito.

- Aí está. Eu disse que você iria conseguir. - ele me lança um sorriso forçado. Forçado eu digo, porque eu consigo ver claramente o quão nervoso ele está, mas Mason está fazendo de tudo para que eu sequer note esse seu comportamento nervoso.

- Preciso ligar para o meu pai. - eu digo, as minhas mãos trêmulas mal conseguem pegar o meu celular.

- Ei, você precisa se acalmar primeiro. - Mason me segura a minha mão me impedindo de pegar meu celular. - Se você quiser, eu posso ligar pra ele.

- Não, não... - eu passo as mãos pelo meu cabelo, nervosa. - Se você entrar em contato com o meu pai, ele pode acreditar em qualquer coisa, inclusive na possibilidade de eu ter sido sequestrada, menos o fato de que meu avô infartou por uma notícia dada por você. - Mason fica em silêncio por alguns segundos, assentindo em seguida.

POR TODA MINHA VIDA | Charles Leclerc & Mason MountOnde histórias criam vida. Descubra agora