Era quase verão em Busan quando o que me coube chamar de 'sorte' decidiu sorrir para mim outra vez, generosa e mansa, como um belo final de tarde na praia, me levando a agir de modo um tanto quanto atípico quando me deparei comigo mesma agradecendo aos céus por estar oficialmente de férias.
Após quatro longas semanas de trabalho duro, dedicadas unicamente às demandas do departamento de engenharia de software onde eu trabalhava, eu passei a me perguntar com certa frequência até que ponto um corpo humano era capaz de tolerar tamanha pressão. Pra ser mais precisa, eu me perguntava até onde o meu corpo (com humildes 1,59 cm de altura) era capaz de suportar todo aquele combo de competitividade corporativa, prazos absurdos e estresse naturalizado, antes de simplesmente colapsar em pleno horário de expediente.
Estar ali chegava a ser irônico, dado os inúmeros sacrifícios que fiz nos últimos cinco anos para conquistar o tão prestigiado cargo de desenvolvedora chefe em uma das maiores empresas de tecnologia do Leste Asiático, no entanto, depois de anos convivendo em ambientes opressivos como esse, onde o seu propósito, os seus sonhos e até as suas convicções e valores são postos à prova diariamente, aprendi da pior forma possível que adaptar-se para não adoecer é uma mera questão de sobrevivência.
Desde que assumi aquele cargo, a minha vida ganhou um ritmo ao qual eu jamais imaginei me adaptar com tanta naturalidade e para tal, um preço bastante significativo era cobrado. Eu precisava de descanso.
Só o fardo de estar encarregada da seleção e do treinamento de uma nova equipe para substituir todo o setor de desenvolvimento, seria o bastante para um ser humano normal entrar em desespero dentro de 24h, mas como eu era praticamente uma máquina de carne e osso metódica e obstinada, o desastre anunciado que poderia ocorrer, no fim, acabou sendo um grande sucesso – apesar de que todo o meu empenho naquela tarefa tenha drenando tudo o que ainda me restava de energia.
Mas como nada é por acaso, foi justamente por causa do excelente rendimento desse projeto e do notório prestígio que ele trouxe para a empresa que não encontrei obstáculos ao entrar com um pedido de licença, menos ainda, em fugir o mais depressa possível da agitação do trabalho e da loucura que a minha vida em Busan havia se tornado.
Eu estava tão animada com a possibilidade de um merecido descanso que sequer me dei ao luxo de me programar; comprei as passagens mais baratas pela internet e no mesmo dia tomei um vôo direto para a ilha, que durou pouco mais de uma hora.
Assim que desembarquei no Aeroporto Internacional de Jeju, fiz o meu check-in e rapidamente me dirigi até a entrada, onde um motorista por aplicativo estava à minha espera.
Após indicar o meu destino, seguimos para o local onde eu ficaria hospedada: era uma pequena casa de dois andares no estilo 'chalé suíço', situada na encosta de uma montanha completamente isolada, há cerca de meio quilômetro de Hyeopjae Beach. Um achado inestimável, eu diria. Não era tão luxuosa como as pousadas da orla, mas dispunha de todo o conforto e comodidade que uma casa nos padrões do litoral oeste de Hallim-eub poderia oferecer. Eu definitivamente merecia tudo aquilo.
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Call It Fate, Call It Karma(G!P)
Fanfiction"(...)Mina poderia me parar se quisesse, mas não o fez. Seu corpo inteiro tremulava sob o meu jugo, como se ela própria estivesse em ponto de ebulição somente pela ideia de ser domada por mim." [ Michaeng || Oneshot || Hot || PWP || Chaeyoung! centr...