Capítulo 36 - Um coração é suficiente

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POV Luiza Campos

Depois da ligação com a Valentina terminar, seguimos conversando mais um pouco com eles e fomos embora. Quando chego no carro a Carol percebe a minha cara e me pergunta o que está rolando. (ela não prestou atenção porque estava no paralelo falando com a Catarina). Conto tudo pra ela...

(C) - Mana, parece que essa menina é bastante atrevida e não respeita nem você e nem a Valentina. Se a Valentina não percebeu isso ainda é um problema dela. Mesmo que vocês não sejam namoradas, foi bastante desagradável a forma que ela falou com você.

(L) - Pois é. Ela foi assim também quando eu estava lá. Nós fomos num jantar na casa dos pais dela e ela deu em cima da Valen na minha frente. Foi constrangedor, mas eu fiquei na minha e a Valen deu uma disfarçada. Nós contornamos a situação, conversamos e resolvemos. Não demos tanta atenção porque estávamos mais preocupadas em apreciar a companhia uma da outra.

(L)- Carol... eu não dou conta de ficar nessas rusguinhas. Eu e a Valen não temos qualquer compromisso e essa distância está me deixando exposta demais a esse tipo de situação de hoje e me trazendo sentimentos com os quais não quero lidar. Não quero mais saber nem onde, nem com quem, nem quando, nem nada sobre essas férias da Valentina. Somos adultas e livres. Que ela seja feliz nesses dias fora e eu vou focar cem por cento na minha vida aqui no Brasil. Quando ela voltar e se voltar, a gente conversa se assim eu ainda quiser e ela também, claro. Porque muita coisa pode mudar nesse tempo dela fora. Tudo que menos preciso é ficar gastando energia com isso. Eu já tinha pensado assim antes, mas as coisas fugiram do controle por conta da minha impulsividade.

(C)- Pelo que você me disse... hoje você foi educada até mesmo quando a maluca lá falou bosta e mandou mensagem se desculpando logo que acordou sobre o ocorrido de ontem. Sua parte você fez, mana. Eu acho que só você sabe seu limite. Como te disse, você não precisa nem fugir e nem fingir os seus sentimentos. Você já se abriu com ela sobre o que te incomodou e é isso. Eu só não gosto quando o "e se" fica martelando e de alguma forma nos faz paralisar.

(L) - Como assim mana?

(C) - Ahhh... ficar deixando de fazer alguma coisa ou controlando os seus sentimentos e ações pensando num futuro que você nem sabe o que vai acontecer. E se eu fizer isso...blablabla...e se eu fizer aquilo blablabla, sofrer por antecedência. A gente só pode controlar o que é nosso. Só as nossas ações. Então, faço o que você tiver vontade. No seu lance com a Valentina, não tem como criar expectativas. Tem só que deixar rolar esses meses aí que ela vai ficar fora do Brasil e você seguir a sua vida sem se limitar. A nossa obrigação na vida é fazer o possível pra sermos felizes no presente.

(L) - Exatamente. É o que eu vou fazer. Aliás, era o que eu já estava fazendo antes de beber todas e um maldito pagode me fazer ligar pra ela.

(C) - Hahaha... os pagodes sempre nos colocando no limite das emoções. Amo! Agora falando sério...mana, chega de chorar o leite derramado, já foi, passou...bora superar. Repito aqui...sua parte você já fez. Vamos curtir nosso presente juntas... o que acha de irmos almoçar num lugar bem legal para comemorarmos o apê e seu novo espetáculo?

(L) - Bora comemorar, a gente merece.

Resolvo desligar meu celular e ficar com a minha irmã e não pensar em mais nada. Eu e a Carol mudamos de assunto e ela me fala sobre as escolhas que ela e o Roger fizeram sobre os acabamentos do apartamento. Fomos num restaurante muito especial que a gente ama em Santa Tereza, a vista, a comida, tudo naquele lugar é perfeito. O resto do dia foi incrível ao lado da minha irmã. Estava com muitas saudades de ficar assim juntinho só com ela.

Será amor? (VALU)Onde histórias criam vida. Descubra agora