Capítulo 56

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Stella Marin


Depois da carta extremamente esclarecedora para mim sobre o Nicco ser o grande problema das nossas vidas as coisas acabaram mudando um pouco para mim.

Domenico não me deixa mais sair de casa sem alguém competente para me proteger, e esse ciclo competente na verdade se resumem nele mesmo, Lucien, Marco, Henrique, Bea ou Enzo, isso sem falar em seu pai e tios. Segundo o meu noivo nós só podemos confiar na família e no Henrique de agora em diante e eu concordo plenamente, afinal estamos sob constante ameaça.

— Vamos Estrelinha, eu sei que é normal a noiva atrasar, mas você está chegando quase um dia depois. —Tio Tom disse me chamando em alto e bom som no andar debaixo.

Dio, eu ainda não consigo acreditar que finalmente chegou o dia em que vou me casar com o homem que eu amo.

Que eu sempre amei.

Enxuguei uma lagrima completamente emocionada que escorreu pelo meu rosto. Passei a manha inteira chorosa enquanto me arrumava contemplando o tipo de vida que eu vou ter de agora em diante, e sinceramente eu não poderia estar mais ansiosa para esse momento.

Dei uma ultima conferida no espelho e sai do quarto encontrando o tio Tom me esperando logo no fim da escada. Quando ele olhou para mim seus olhos encheram de lagrimas instantaneamente, quase como se ele tivesse esperando por esse casamento tanto quanto eu.

— Dio, a emoção é quase a mesma que eu senti quando me casei.— Ele disse secando uma lagrima de seu próprio rosto assim que sua mão alcançou a minha.

— Em qual das duas vezes?— Questionei sorrindo sabendo que penas uma brincadeira para nos livrar do choro sem fim.

— Nas duas, mas especialmente da primeira vez, tudo era novo demais para mim.— Tio Tom respondeu com o mesmo olhar carinhoso de sempre quando o assunto é a sua falecida esposa.

Percebi isso a pouco tempo, mas a Rute tem o mesmo olhar quando o meu tio conta algo sobre o antigo casamento, inclusive já a ouvi dizendo que gostaria de tê-la conhecido. Poucas são as mulheres que agiriam dessa forma, eu a admiro muito mais agora do que antes. 

— Ficou nervoso quando se casou com a mãe do Dom?— Perguntei apenas para encontrar algo em que me apegar nesse momento. Nós estamos andando para a porta dos fundos da casa do Marco que dá diretamente para o imenso jardim da casa. Eu teria escolhido uma cerimonia mais simples, especialmente agora que não sabemos com exatidão em quem podemos confiar, mas a Ana tem se saído uma ótima primeira dama e me garantiu que o casamento do subchefe da famiglia merece receber a atenção correta, e o Marco como sempre concordou com a esposa e ofereceu sua própria casa para a realização da cerimônia.

 — Uma pilha de nervos querida, realmente parecia que eu iria explodir a qualquer instante! Mas não fiquei com medo se é isso que você quer saber, eu sabia que estava ali parado diante de tantas pessoas esperando para começar a vida ao lado da mulher da minha vida, o meu grande amor. Claro que você entende que isso não me faz amar menos a Rute, é só que com a mãe do meu filho foi mais que um casamento, foi um...— Tio Tom tentava encontrar a palavra certa para não passar a impressão errada então eu resolvi ajudar.

—Um encontro de almas?— Tentei a sugestão e ele assentiu veemente.

— Exatamente querida, um encontro de almas. É assim que você se sente em relação ao Dom, não é? — Perguntou com um olhar astuto e certeiro me fazendo ficar vermelha.

— É sim tio, eu não sei nem explicar a dimensão, acho que é por isso que eu tenho tanto medo do Nicco, fico apavorada com a possibilidade de algo acontecer e os meus dias com o Dom serem numerados.— Respondi sendo completamente sincera sobre os meus temores. Uma noiva não deveria estar se sentindo assim no seu grande dia, mas o Nicco tem ocupado todos os meus pesadelos todas as noites. Ele me apavora e me faz ter medo de que ele possa estar a espreita em todo momento, esperando que nós abaixemos a guarda o suficiente para que ele ataque.

O Príncipe Monstro - Livro 2 da série: Família Fontenelle Onde histórias criam vida. Descubra agora