CAPÍTULO 60

372 9 10
                                    


Leandros.

Estava com as mãos nos bolsos, em frente ao casarão, encarando a caravana de camionetes que estavam chegando. Sabia muito bem quem estava vindo, e o que aquilo tudo representava. Mas eu iria encarar de cabeça erguida.

Ao meu lado, Ademir e mais uns homens que eram fiéis a mim. Na varanda, Euzira fazia uma cara de assustada, junto com os empregados da casa. Ao ver o tamanho do problema chegando, ao vivo e a cores, ela tapou a boca e correu pra dentro da casa.

Savanna e o Alexandre, foram momentos atrás para a fazenda dela, onde estariam seguros. Eu não poderia proteger mais ninguém estando aqui.
E àqueles que sobraram, se recusaram a ir, alegando que ficariam comigo aja o que houver.

Quando contei o que estava acontecendo, ficaram indignados, mas resolveram ficar ao meu lado. Alexandre... esse deu trabalho pra convencer a ir embora. Mas que escolha ele tinha? Era isso ou...

Mais dá metade ficaram aqui.

Não houve muito tempo para se decidirem, entretanto. Teve só o intervalo de aproximadamente 6 horas. O tempo que levei para explicar o que estava acontecendo à todos.

A reação deles foi desde a incredulidade, à pavor. Eu tive que bater o pé para que Savanna entendesse a importância de ir embora, levando com ela, os mais indefesos. Assim, momentos antes do Castiel chegar, eles já tinham partido.

---- Vou lembrar vocês mais uma vez. ---- eu comecei a dizer a aqueles que estavam perto. ---- Façam tudo aquilo que ele pedir, ou ele vai castigar vocês. Não olhem nos olhos dele, e sejam submissos.

---- Ele já sabe que odeio ele. ---- Ademir respondeu, olhando pra frente.

---- Sim, e tente não ficar respirando o mesmo ar que ele, por favor. Vou ter que lidar com outras coisas, e não quero ficar preocupado com você. ---- falei. ---- Mas, como eu conheço meu tio, ele vai descarregar as energias dele apenas em mim. O foco aqui não são vocês, e vou me certificar que assim seja, até tudo acabar.

O vento frio que estava vindo do sul, gelava até meus ossos. O tempo virou de madrugada, trazendo uma geada para o Mato Grosso Do Sul, e assim iria ficar por não sei quanto tempo.

A caravana de camionetes Ram finalmente estacionou no gramado em frente ao casarão. Homens desceram, e então, vi Castiel sair de uma camionete, tão sorridente que me fez ter vontade de ir até lá e quebrar os dentes dele.

---- Antes tarde, do que nunca, não é mesmo? ---- ele foi chegando perto de mim, junto com seus homens. Senti o clima ficar tenso, mas eu mantive minha cabeça erguida. ---- Se eu soubesse que era preciso colocar uma loira carioca ao meu favor, para conseguir o que era meu por direito, eu tinha feito isso bem antes!

Eu respirei fundo.

---- Minha esposa tem seus meios de conseguir tudo o que ela quer. ---- eu falei. ---- E é por isso que não vou quebrar seus dentes agora, por mais que eu esteja com as mãos coçando pra isso.

Ele entortou a cara, jogou teu charuto no chão e cuspiu próximo ao meu pé.

---- Muleque! Você ainda não passa de um moleque! ---- ele deu um passo atrás e colocou uma das mãos sobre a arma da sua cintura. ---- Quero você fora daqui! Essa terra nunca te pertenceu. Nem a você e muito menos ao teu pai.

Duas Semanas De Puro PrazerOnde histórias criam vida. Descubra agora