capítulo 23.

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Madelaine Petsch pov.

Já havia se passado um dia desde o meu beijo com a Carol.

Quer dizer... Vinte e três horas.

Eu estava agora, na minha cama, pensando em tudo o que aconteceu na noite passada.

Carol é a minha melhor amiga e... Nos beijamos...

Escuto sons de algumas batidas ecoar pelo meu quarto e inocentemente, digo:

– Pode entrar.

Mas a porta não se abre e o barulho continua.

– Mas o que... – Me viro para a janela, vendo Vanessa do outro lado.

Caminho até a janela e abro ela, vendo um sorriso nascer em seus lábios.

– Você é louca, né? – Um sorriso também me ganha. Ou melhor, ver ela, me fez sorrir.

Ela consegue entrar no quarto sem muito esforço e eu fecho a janela novamente.

Nós duas nos sentamos na minha cama e Vanessa começa a me encarar.

– Vim te perguntar se gostou do piercing no nariz da Camila. Eu que furei. – Abre um sorriso convencido.

– Você não veio só fazer isso.

– Não... Eu vim para dizer que não importa como seja, eu quero ser sua.

Eu apenas abri um sorriso com o que ela disse. Mas um sorriso que nem eu sabia o motivo.

Se era um sorriso de reciprocidade, um sorriso de quem não sabia se era recíproco, ou um sorriso falso.

Das três opções, uma certeza eu tenho, falso não foi.

– Posso te contar uma coisa? Eu preciso falar para alguém.

– Pode, claro. – Vanessa responde.

– Eu nem sei como dizer isso, nunca achei que isso fosse rolar. Para ser bem sincera, na verdade, eu nunca nem imaginei isso acontecendo. – Começo. – A Carol e eu... Nos beijamos ontem.

Ela fica quieta.

– Não quero contar para a Lili agora, é que eu sei que a reação dela vai ser bem exagerada e com razão dessa vez.

– Que bom que se beijaram. – É a única coisa que ela diz, balançando a cabeça positivamente.

– Espera aí... Você está com ciúmes? – Sorrio provocativa.

– O quê? Ah, me respeita, né! – Se afasta. – É óbvio que não.

Nego com a cabeça, rindo baixinho. Bem baixinho mesmo.

Porém fico séria novamente.

– É isso que é estranho. Eu não vejo maldade dela ou algo que eu deveria ver, a Carol sempre foi a minha melhor amiga. – Suspiro pesado. – Ela sempre esteve comigo em todos os momentos.

O silêncio se instala no local e as lembranças na minha mente.

– Uma vez, quando eu estava no sétimo ano do ensino fundamental, uma garota disse que eu não tinha uma mãe e nem um pai, já que era uma festa idiota da escola e eu precisava levar um responsável. Eu fiquei tão triste pelo fato de o meu pai estar viajando a trabalho e a minha mãe doente, que a Carol disse que ia ser a minha mãe naquele dia.

Vanessa dá uma risada nasal e eu faço o mesmo.

– Quando chegamos na festa, a menina falou, "ei, você não é a mãe dela". E a Carol respondeu, "não, mas melhores amigas mais velha têm a mesma responsabilidade". Ela ficou se achando a adulta super responsável nesse dia.

– Ok, isso foi fofo.

– É... Eu não sei explicar o que rolou com a gente ontem. O que eu senti com o beijo.

– Não precisa me contar como se sentiu com o beijo dela. Me diz como se sente com esse. – Vanessa me puxa pela cintura, agarrando os meus lábios sem pressa.

Me deixo levar pelo momento. Isso sempre acontece quando estou com ela.

Jogo a mesma na cama e me deito por cima dela, sem nem separar os nossos lábios.

– Eu me sinto incrivelmente ótima. – Abro um sorriso, me afastando dela logo depois.

– Obrigada, isso me deixa muito feliz. – Diz irônica. – Mas o que você vai fazer em relação ao ocorrido?

– Por incrível que pareça, eu não sei.

i wanna be yours - Madnessa.Onde histórias criam vida. Descubra agora