Terreno inimigo.

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Tamaya

Viro do lado esquerdo da cama e sinto todo meu corpo dolorido, viro para o direito e sinto tudo em mim doer do mesmo jeito. E já consigo me lembrar perfeitamente que essas dores são por culpa do Alec, aquele idiota me fez ficar até tarde na casa dele na noite passada, jogando conversa fora e tomando um bom vinho. Como sempre fazemos na maioria das vezes quando não temos compromissos, mas não quando eu tenho uma sessão longa de fotografias.

E justo hoje eu precisei acordar mega cedo para uma sessão de fotos que eu tenho que me preparar, porque o casal que irei fotografar, está contando comigo para que o ensaio seja perfeito. E sei que será, porque tudo o que eu faço, eu faço bem feito, mas o problema é a dor de cabeça por termos bebido várias taças de vinhos. E digamos que eu não seja tão fã, mas como o meu melhor amigo não tinha whisky, não me restou outra que beber do que havia em seu apartamento.

Ainda com preguiça, começo a procura pelo meu celular, vou aos poucos com as minhas mãos, embaixo dos milhões de travesseiros que eu tenho sobre a minha cama, vou caçando por ele em todas as partes, até que sinto algo gelado em minha mão direita e já sei que o encontrei.

Abri os meus olhos e logo os fechei pela claridade intensa do aparelho. Enrolei o quanto pude, até que o despertador começou a tocar e não tive escolhas a não ser abrir os meus olhos e encarar a tela do meu celular, e quando desliguei o despertador, me deparei com milhões de mensagens de Alec, algumas de Margot, minha mãe e duas de Lis, a minha outra mãe.

Pressionei os meus dedos entre os meus olhos e o meu cenho, criando forças e coragem para me levantar e encarar o dia que seria longo.

Com toda preguiça, me levantei da cama e ao colocar os meus pés no chão, senti todo meu corpo arrepiar de frio, já que, essa época do ano, é sempre muito fria aqui em Los Angeles. Peguei o meu casaco aveludado e joguei sobre meu corpo, tentando aquecer um pouco, antes de enfrentar um banho.

Depois de me relaxar em um banho quente, vesti algo rotineiro, como uma calça jeans, coturno e uma blusa fina de frio, claro que não deixaria de levar comigo um cardigan preto, para me aquecer do intenso inverno.

Desci as escadas às pressas, porque sabia que precisava comer algo para aguentar as horas de sessões fotográficas que teria daqui a alguns minutos. Mas antes mesmo de colocar os meus pés no último degrau, ouvi o som da voz da minha mãe, chamando-me.

Tamaya – a voz da minha mãe Lis soou ao redor, ganhando a minha total atenção — Pensei que não levantaria da cama hoje, dorminhoca.

Sorri com preguiça, e voltei a apertar entre os meus olhos e o meu cenho. O sono estava matando-me e eu só queria voltar para a cama, mas hoje não seria possível algo assim.

Retirei minha mochila preta dos meus ombros e a deixei sobre o sofá, logo depois abri os meus braços para ir de encontro com ela, ganhando um abraço apertado. Daqueles que você quer ficar por um bom tempo.

— Culpa do Alec, ele que me deixou com sono – afirmei, e sorri de canto, depois enchi a bochecha dela de beijos demorados, mas me afastei para olhar em seus olhos cor de café — E por mais que eu quisesse ficar na cama hoje, isso não seria e nem será possível, tenho uma sessão de fotos de um casal, tanto que daqui 1h preciso estar no local e eu ainda nem tomei meu café – deixei um beijo rápido em sua testa — Cadê a Margot, mãe? – franzi a testa, porque era estranho não tê-la pelas manhãs em casa.

Elas sempre saem trabalhar juntas. Ainda mais agora que ambas trabalham na mesma empresa, na Cineblue, que é a empresa da Margot, porém, ela insiste em dizer que considera ser mais da Lis, do que dela mesma.

Odiosa fascinação [+18]Onde histórias criam vida. Descubra agora