Tudo começou com uma nota

Capítulo Único

Eloise entrou na sala de reuniões da revista Danbury. Ela tinha começado ali nos estágios de verão da universidade, como assistente da secretaria de Agatha Danbury. Ao fim do verão, ela, Penelope, sua melhor amiga e Danbury tinham se transformado em um trio inseparável.

Quando as duas se formaram empatadas como melhores da turma de comunicação, tinham uma vaga como estagiárias na maior e mais respeitada revista do Reino Unido.

Dez anos passados e Eloise era a Editora-Chefe e Penelope Editora de Moda.

Ela olhou no entorno, Agatha estava lá como diretora executiva, do lado direito estava uma cadeira vazia que lhe pertencia, do lado esquerdo estava Miles Carter, editor Político, depois Penelope e assim por diante. Eloise se sentou, mas notando a ausência de Phillip Crane. Editor ambiental.

Phillip Crane era seu crush secreto, ela admirava sua beleza de longe. Droga, ele era o homem mais bonito que ela já tinha visto na vida. Phillip era alto, devia ter por volta de 1,80 m, tinha olhos azuis, muito azuis, sem nenhum outro tom a acrescentar, eles eram totalmente azuis. O cabelo loiro, dependendo do dia mais escuro, em outros bem mais claro. Se o cabelo está curto, ele definitivamente fica bastante escuro, quando Phillip se descuida (ela particularmente adora) e deixa o cabelo crescer, os fios formam ondas quase douradas. Sua pele transitava de um branco bastante pálido nas épocas mais frias do ano para um tom que lembrava bastante o lápis de cor rosa no verão. Assim como ela, o pobre coitado parecia sofrer com constantes insolações nessa época do ano.

Ele era atraente, tinha um olhar tímido e envergonhado que faziam as pernas de Eloise tremer. Quando ele não notava a presença de ninguém, tinha um jeito despojado e um tanto desleixado, que era tremendamente sexy. Mas, para a tristeza da jovem Eloise, quando ela o viu pela primeira vez, ele tinha um anel dourado na mão esquerda, o homem era casado!!! Quem em pleno século XXI é casado aos 24 anos? Porém, ela notou que há cerca de 2 anos atrás, ele parou de usar aliança.

Penelope sempre dizia que elas tinham almas fofoqueiras, o que era a mais pura verdade. Mas, ela não sabia nada além do que constava na ficha dele.

Phillip F. Crane, nascido em 12 de janeiro de 1989 em Tetbury, Gloucestershire. Formado em Biologia por Cambridge, ele tinha uma graduação gigantesca. Combinava com ele. Phillip tinha cara de estudioso. Trabalhava lá desde os 23 anos, tinha 11 anos na revista, um a mais que ela.

Eloise sabia só disso, porque ela nunca tinha trocado mais do que algumas palavras sobre matérias com Phillip, às vezes ele dizia algo nas reuniões, mas era raro, ele costumava usar o e-mail. Phillip era muito claramente reservado e devia gostar mais de escrever do que falar, ninguém sabia muito sobre sua vida. A única coisa que sabiam é que ele realmente tinha uma esposa. Posteriormente, Eloise ligou seu sobrenome a ele ser filho do baronete de Romney, mas...

"Desculpe o atraso, eu estava na reunião de pais" uma belíssima voz grave e rouca que Eloise não tinha o costume de ouvir proclamou um tanto sem fôlego. Ela não sabia explicar, mas sua respiração ficou presa na garganta.

Era ele. Aquela voz pertencia a Phillip. Foi quando ela se deu conta do que ele tinha dito.

PUTA MERDA, ELE TINHA UM FILHO SE ESTAVA NA REUNIÃO DE PAIS.

"Espero que isso não se repita Crane, não temos o dia todo para você atrasar quase meia hora..."

Agatha começou o discurso e Eloise se aborreceu. Ele estava na reunião de pais do filho! Ou filha, ou os dois. Mas o importante, ele não mandou a esposa para a reunião como todos os homens parecem fazer, ele foi. Era uma justificativa mais do que plausível.