Espero um tempo ela voltar pra dentro de casa, mas isso não acontece.
Então finalmente vou atrás dela e a encontro deitada em uma das cadeiras perto da piscina.
Está tão linda. O sol bate de leve em seu rosto, enquanto ela faz um movimento ritmado com as mãos na barriga.
Não resisto, pego o celular no bolso e começo a filmar. Fico um tempinho de longe e com cuidado vou me aproximando.
Filmo ela dos pés até a cabeça, voltando para a barriga. Me abaixo e junto minha mão a dela.
- Você demorou Piruca. – Ela fala ainda sem abrir os olhos. – A gente já estava com saudades do papai.
Papai. Como essa palavra parece música pra mim.
Encerro o vídeo, me sento no chão ao lado dela e deito minha cabeça em seu colo.
- Achei que você queria ficar sozinha.
- A gente sempre quer a sua companhia papai.
Sinto minhas bochechas queimarem de vergonha. E nem sei por quê.
Mudo de assunto, porque estou tímido.
- O que seu irmão queria?
Ainda sem sair do lugar ela me responde.
- Ele queria saber o que você vai cozinhar.
Ah de novo esse assunto.
- Mas Ju, eu disse que não quero cozinhar hoje.
Ela não controla mais a risada e me responde.
- Era só pra ver se você tinha mudado de ideia. – Viro a cabeça e dou uma mordida nela. – Aiii. – Ela reclama mas ri. – Ele vai trazer comida, pode ficar tranquilo.
- Que bom. Qual o cardápio?
Ela me explica o que ele vai trazer enquanto faz carinho no meu cabelo.
Antes eu odiava que alguém mexesse no meu cabelo. Mas quando se trata dela, só quero mais e mais.
- Vamos contar antes ou depois do jantar?
Pergunto e ela interrompe o carinho e se levanta.
- Ai meu Deus, não sei. O que você acha melhor?
Me viro de frente pra ela e respondo.
- Acho que antes. Não vou conseguir me controlar quando ver a minha mãe.
- Ah Vida, mas aí não vai ter graça.
- Você quer fazer como?
- Acho melhor a gente jantar, e na hora da sobremesa a gente conta.
Consigo ver na sua carinha que ela já está passando a cena na cabeça.
- Ta bom. Seja do jeito que Dona Juliette quer.
Dou de ombros me rendendo e levantando.
- Vem – Estendo a mão pra ela. – Temos que arrumar uma mesa bem linda.
Ela aceita minha mão e levanta toda feliz. E vamos andando de volta pra casa.
- Será que temos tudo aqui?
Olho pra ela desconfiado e respondo.
- Cê acha mesmo que nossos irmãos não pensaram em tudo?
- É, você ta certo.
Entramos e vamos direto para cozinha, e ela vai toda animada mexer nos armários.
...
Entro com o carro no condomínio e minha mãe não para de falar. Se ela me apertar mais um pouco, vou acabar contando. Já nem sei mais o que estou respondendo.
- Bella, você acha que eles se casam logo mesmo?
- Sim mamãe, daqui uns 2 meses.
- Eu quero que eles se casem logo. – Ela me olha confusa e continua. – Mas não consigo entender por que tão rápido assim.
Vou chegando perto da casa e vejo o carro do Preto se aproximando.
- Ah mamãe, você sabe que eles são todos cheio de superstição. Por isso eles querem essa data, que significa várias coisas pra eles.
Ela balança a cabeça como quem não concorda.
- Olha, a Dona Fátima com o Preto.
Espero que ela pare de perguntas agora. Estaciono o carro de frente para o dele, e descemos.
- Oi Dona Vera, que bom te ver por aqui.
Dona Fátima vem toda feliz abraçar ela.
- Que saudade da senhora Dona Fátima.
Deixo elas conversando e vou ajudar o Washington.
- Acho tão fofo, elas se chamarem de "dona".
Ele fala enquanto sorri olhando pra elas.
- Eu também. Quem olha assim até parece que a diferença de idade delas é grande.
Damos risada e elas nos olham intrigadas.
- O que vocês estão cochichando aí hein?
- Nada não mamãe. Vai tocando a campainha que vou ajudar o Preto aqui.
Elas se aproximam do portão enquanto ajudo ele com as caixas.
- Achei inovador convidar alguém pra jantar, e esse mesmo alguém trazer a janta.
Ele solta uma gargalhada enquanto pega a última caixa e fecha a porta do carro.
- E tu acha que esses dois, fariam menos que isso?
Rindo alto respondo.
- Cê tem toda razão, Preto.
Nos juntamos a elas bem, na hora que o Rodolffo destrava a porta.
...
Adoro a energia que a Bella transmite. Nós realmente nos damos bem.
E fazemos serviço completo para nossos irmãos.
Dona Vera empurra o portão e entramos todos.
- Nossa filha, que casa linda que eles moram.
Ela olha tudo em volta admirada com a beleza do lugar.
- Seu filho sabe como escolher uma casa Dona Vera.
Sorrindo ela olha pra mim e concorda.
Chegamos na porta e Rodolffo nos recebe.
- Ceis demoraram hein. Tô com fome gente!
- Rodolffo, que falta de educação é essa menino!
Dona Vera o repreende e ganha uma risada exagerada como resposta.
- Não fala assim com o menino, Dona Vera. Tadinho, só tá com fome, o pobi.
Ele a abraça e vai pra dentro da casa.
- Cadê minha Juliette?
- Ela acabou de subir para se trocar. Já já ela ta aqui.
Vou com a Bella até a cozinha e deixamos as caixas em cima do balcão.
- Será que vamos ter que servir a mesa?
Ela me pergunta rindo e eu concordo.
- Nunca duvide deles Bella.
Vamos de volta pra sala e Rodolffo parece pinto no lixo sentado no sofá do lado da mãe e da sogra.
Sento em uma poltrona e Bella na outra.
- Ô vida - Ele grita olhando pra escada. As visita chegou e ocê nem ta aqui trem!
- Deixa a menina se arrumar Rodolffo.
- Ah mamãe, ela já é linda, nem precisa de tanto.
Com isso ele consegue arrancar o maior sorriso das duas senhoras no sofá.
Esse filho da mãe sabe mesmo como conquistar uma senhorinha.
Finalmente a Ju aparece na escada.
Ela está diferente. Não sei explicar. Tem uma luz a mais.
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Sempre com Você - O Casamento
RomanceO tempo de reclusão acabou. De volta a vida real. Eles finalmente estão juntos e prontos para seguir em diante. Mas será que agora eles serão fortes o suficiente para aguentar tudo que está reservado para eles?! Prontos para embarcar em uma nova ave...