Capítulo 15

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Espero um tempo ela voltar pra dentro de casa, mas isso não acontece.

Então finalmente vou atrás dela e a encontro deitada em uma das cadeiras perto da piscina.

Está tão linda. O sol bate de leve em seu rosto, enquanto ela faz um movimento ritmado com as mãos na barriga.

Não resisto, pego o celular no bolso e começo a filmar. Fico um tempinho de longe e com cuidado vou me aproximando.

Filmo ela dos pés até a cabeça, voltando para a barriga. Me abaixo e junto minha mão a dela.

- Você demorou Piruca. – Ela fala ainda sem abrir os olhos. – A gente já estava com saudades do papai.

Papai. Como essa palavra parece música pra mim.

Encerro o vídeo, me sento no chão ao lado dela e deito minha cabeça em seu colo.

- Achei que você queria ficar sozinha.

- A gente sempre quer a sua companhia papai.

Sinto minhas bochechas queimarem de vergonha. E nem sei por quê.

Mudo de assunto, porque estou tímido.

- O que seu irmão queria?

Ainda sem sair do lugar ela me responde.

- Ele queria saber o que você vai cozinhar.

Ah de novo esse assunto.

- Mas Ju, eu disse que não quero cozinhar hoje.

Ela não controla mais a risada e me responde.

- Era só pra ver se você tinha mudado de ideia. – Viro a cabeça e dou uma mordida nela. – Aiii. – Ela reclama mas ri. – Ele vai trazer comida, pode ficar tranquilo.

- Que bom. Qual o cardápio?

Ela me explica o que ele vai trazer enquanto faz carinho no meu cabelo.

Antes eu odiava que alguém mexesse no meu cabelo. Mas quando se trata dela, só quero mais e mais.

- Vamos contar antes ou depois do jantar?

Pergunto e ela interrompe o carinho e se levanta.

- Ai meu Deus, não sei. O que você acha melhor?

Me viro de frente pra ela e respondo.

- Acho que antes. Não vou conseguir me controlar quando ver a minha mãe.

- Ah Vida, mas aí não vai ter graça.

- Você quer fazer como?

- Acho melhor a gente jantar, e na hora da sobremesa a gente conta.

Consigo ver na sua carinha que ela já está passando a cena na cabeça.

- Ta bom. Seja do jeito que Dona Juliette quer.

Dou de ombros me rendendo e levantando.

- Vem – Estendo a mão pra ela. – Temos que arrumar uma mesa bem linda.

Ela aceita minha mão e levanta toda feliz. E vamos andando de volta pra casa.

- Será que temos tudo aqui?

Olho pra ela desconfiado e respondo.

- Cê acha mesmo que nossos irmãos não pensaram em tudo?

- É, você ta certo.

Entramos e vamos direto para cozinha, e ela vai toda animada mexer nos armários.

...

Entro com o carro no condomínio e minha mãe não para de falar. Se ela me apertar mais um pouco, vou acabar contando. Já nem sei mais o que estou respondendo.

- Bella, você acha que eles se casam logo mesmo?

- Sim mamãe, daqui uns 2 meses.

- Eu quero que eles se casem logo. – Ela me olha confusa e continua. – Mas não consigo entender por que tão rápido assim.

Vou chegando perto da casa e vejo o carro do Preto se aproximando.

- Ah mamãe, você sabe que eles são todos cheio de superstição. Por isso eles querem essa data, que significa várias coisas pra eles.

Ela balança a cabeça como quem não concorda.

- Olha, a Dona Fátima com o Preto.

Espero que ela pare de perguntas agora. Estaciono o carro de frente para o dele, e descemos.

- Oi Dona Vera, que bom te ver por aqui.

Dona Fátima vem toda feliz abraçar ela.

- Que saudade da senhora Dona Fátima.

Deixo elas conversando e vou ajudar o Washington.

- Acho tão fofo, elas se chamarem de "dona".

Ele fala enquanto sorri olhando pra elas.

- Eu também. Quem olha assim até parece que a diferença de idade delas é grande.

Damos risada e elas nos olham intrigadas.

- O que vocês estão cochichando aí hein?

- Nada não mamãe. Vai tocando a campainha que vou ajudar o Preto aqui.

Elas se aproximam do portão enquanto ajudo ele com as caixas.

- Achei inovador convidar alguém pra jantar, e esse mesmo alguém trazer a janta.

Ele solta uma gargalhada enquanto pega a última caixa e fecha a porta do carro.

- E tu acha que esses dois, fariam menos que isso?

Rindo alto respondo.

- Cê tem toda razão, Preto.

Nos juntamos a elas bem, na hora que o Rodolffo destrava a porta.

...

Adoro a energia que a Bella transmite. Nós realmente nos damos bem.

E fazemos serviço completo para nossos irmãos.

Dona Vera empurra o portão e entramos todos.

- Nossa filha, que casa linda que eles moram.

Ela olha tudo em volta admirada com a beleza do lugar.

- Seu filho sabe como escolher uma casa Dona Vera.

Sorrindo ela olha pra mim e concorda.

Chegamos na porta e Rodolffo nos recebe.

- Ceis demoraram hein. Tô com fome gente!

- Rodolffo, que falta de educação é essa menino!

Dona Vera o repreende e ganha uma risada exagerada como resposta.

- Não fala assim com o menino, Dona Vera. Tadinho, só tá com fome, o pobi.

Ele a abraça e vai pra dentro da casa.

- Cadê minha Juliette?

- Ela acabou de subir para se trocar. Já já ela ta aqui.

Vou com a Bella até a cozinha e deixamos as caixas em cima do balcão.

- Será que vamos ter que servir a mesa?

Ela me pergunta rindo e eu concordo.

- Nunca duvide deles Bella.

Vamos de volta pra sala e Rodolffo parece pinto no lixo sentado no sofá do lado da mãe e da sogra.

Sento em uma poltrona e Bella na outra.

- Ô vida - Ele grita olhando pra escada. As visita chegou e ocê nem ta aqui trem!

- Deixa a menina se arrumar Rodolffo.

- Ah mamãe, ela já é linda, nem precisa de tanto.

Com isso ele consegue arrancar o maior sorriso das duas senhoras no sofá.

Esse filho da mãe sabe mesmo como conquistar uma senhorinha.

Finalmente a Ju aparece na escada.

Ela está diferente. Não sei explicar. Tem uma luz a mais.

Sempre com Você - O CasamentoOnde histórias criam vida. Descubra agora