Capítulo 6

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Amabell G.R.

Já tem três meses que eu e o Merle estamos tendo encontros, sempre saímos e vamos para algum restaurante, ou vamos ao cinema, que por sinal se tornou nosso lugar favorito. Mas por mais de uma vez ficamos na minha casa, apenas aproveitando a companhia um do outro.

Depois daquele beijo na manhã seguinte do nosso primeiro encontro, ele nunca mais fez nada parecido, o máximo que fazíamos era ficar de mãos dadas ou abraçados, não estou reclamando, longe de mim, mas sinto que ele está me escondendo algo,eu tento não pensar muito nisso.

Vez ou outra quando ele vem passar o dia comigo eu pego ele de costas para mim olhando para algo em sua mão, mas sempre que nota minha presença ele esconde rapidamente. Essa curiosidade tá me corroendo.

Hoje vou sair cedo do trabalho, falta apenas uma semana para eu me formar,o Merle quer comemorar, apenas eu, ele e Toronto numa tarde na minha casa.

Estava saindo do hospital quando uma ventania passa por mim, me encolhi com o frio, eu novamente esqueci meu casaco em casa, a temporada abaixou e a chuva já tá batendo na porta, o que quer dizer que vai ser bem frio.
Assim que me recupero do ataque da natureza contra mim, eu tento ajeitar meu cabelo, olho para a frente vejo Merle rindo da minha cara enquanto está encostado na caminhonete e tem um cigarro entre os dedos que assim que chego perto ele apaga, jogando no chão e pisando em cima.

Ele pode ser um grosso e mal educado e boca suja, mas me respeita, ele sabe que eu não gosto da fumaça do cigarro então evita fumar perto de mim.

—Brigou com o secador de novo, Doc?— Ele brinca enquanto passa a mão pelas mechas rebeldes do meu cabelo o arrumando.

—Ha há ha, muito engraçado senhor porco espinho.— Provoco ele um pouco, porco espinho foi um apelido que dei depois de um acidente que ele teve enquanto caçava com Darryl.

—Sem graça.—O sorriso dele some e eu caio na gargalhada.— Você ri agora mas quando cheguei todo cheio de espinhos tava' toda preocupada.

Fecho a cara e faço bico, dando um soco do braço dele por me lembrar daquela reação vergonhosa. Imagine eu chorando mais que criança e quando tirava cada espinho das costas desse traste.

—Não sabe brincar não desce pro play!—Ele fala alto me provocando, mas minha raiva se vai toda quando vejo seu sorriso iluminar seus olhos.

—Ok velhote, o que tem planejado para a gente hoje?—Digo já abrindo a porta da caminhonete me sentando no lugar que praticamente me pertencia.

—Você vai ver quando chegarmos lá.—Ele estava com metade do corpo para dentro do carro e sussurra no meu ouvido antes de fechar minha porta e ir para o outro lado.

—Hum todo misterioso, combina com você.—Digo me apoiando em sua cocha quando ele se senta e deixo um beijo em sua bochecha.—Mas você sabe que eu odeio surpresas, Dixon.

—Prometo que vai adorar essa.—Ele diz já dando partida no carro assim que volto comportada para o meu lugar.

O cominho foi igual a todos os dias, ele me pergunta sobre meu dia e eu contava a fofoca que as meninas me falavam, ele a todo momento com o olho na estrada mas me ouvindo atentamente, nossa relação se baseava em eu falar tudo que quero, e ele me ouvir e raramente dizer algo.

Assim que paramos em frente a minha casa saímos do carro e eu vou saltitando até a porta, assim que destranco e ando até o arco da cozinha para preparar algo para comermos vejo que tem uma mesa linda de café da tarde, olho para Merle que estava encostado no batente da porta ainda aberta, ele tinha um sorriso orgulhoso que iluminava os olhos azuis acinzentados.

Entre Dixon's - {Merle Dixon}•Reescrevendo•Onde histórias criam vida. Descubra agora