(Vol. VII) Ano IV p.e. ⎥ Erros passados.

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O SOL JÁ HAVIA NASCIDO HÁ ALGUMAS horas e eu permanecia sentada naqueles troncos de árvores que improvisavam bancos do lado de fora da enfermaria

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O SOL JÁ HAVIA NASCIDO HÁ ALGUMAS horas e eu permanecia sentada naqueles troncos de árvores que improvisavam bancos do lado de fora da enfermaria.

Agora, eu apenas esperava pacientemente sentada ao lado da porta de entrada enquanto a minha perna direita sacudia-se rapidamente com nervosismo. Me obrigando, até mesmo, a morder o lábio e esfregar uma mão na outra insistentemente para aliviar um pouco disso.

Tara havia entrado para atendimento como um "paciente de urgência". A flecha cravada em seu ombro não parecia ter ido tão fundo, mas ela precisava ser retirada com muito cuidado e às pressas. Por isso eu ainda estava esperando tudo ser finalizado sentada ali do lado de fora. Inventando preces para que as coisas dessem certo e a garota não perdesse o movimento do braço, ou pior, tivesse uma hemorragia severa.

O sangue que uma hora sujou as minhas mãos já havia sido lavado, mas, estranhamente, eu ainda podia sentir a sensação da sua textura metálica sobre a minha pele. Assim como o cheiro de pólvora ainda não tinha sumido do ar denso de Hilltop.

Várias pessoas se empenharam de iniciar os trabalhos recolhendo os corpos dos Salvadores que pereceram sobre aquelas terras como animais abatidos. Manchas de sangue se escureciam sobre a grama, tornando-se apodrecido. E os reféns foram obrigados a empilharem corpos em caminhonetes para, assim, os levarem para um enterro decente fora dos nossos domínios.

Em contrapartida, Jerry, Kal e Eduardo já haviam começado a abrir covas há horas. Não havia sido uma luta completamente vitoriosa, muitos de nós haviam caído junto com aquela missão de liberdade e eles, sim, seriam os heróis dignos de serem lembrados no futuro. Por isso mereciam um funeral decente no cemitério oficial da comunidade.

Maggie se aproximou da enfermaria e veio em minha direção com um rosto sério, mas olhos gentis. Ela segurava um casaco de camurça escura com colar borg e o estendeu em minha direção assim que se tornou próxima o suficiente.

— Está esfriando rápido. — Apontou com o seu queixo em direção ao meu peito e só então eu entendi que ela falava sobre o fato de eu estar vestindo apenas o macacão jeans com uma blusa fina de mangas longas.

— Obrigada. — Concordei assentindo rápido ao pegar o casaco e comecei a vesti-lo logo em seguida. Ouvindo o suspiro longo da mulher preparando-se para dizer algo.

— Sinto muito que tenha que passar por isso com o seu pai. — Ela apertou os seus lábios fazendo uma pequena pausa. Talvez tentando ter a certeza de que eu não me chatearia e então continuou. — Sei como família é importante. Assim como eu sei como é difícil perdê-la. — Encarou os próprios pés como se as memórias atrás de suas retinas a fizesse sofrer mais uma vez.

— Por favor, Maggie, não compare as nossas perdas. — Pedi usando um tom baixo e melancólico. Fazendo com que Maggie me encarasse ainda de um jeito solidário. — Patrícia era muito gentil. Hershel era um bom pai e Beth era adorável. Foram os únicos que conheci. — Dei de ombros quando franzi o cenho de modo tímido. — A minha família era completamente maluca. E até mesmo o meu pai, que eu acreditei ser o meu herói, é só um psicopata precisando de um cenário perfeito. — Balancei a cabeça em negativa quando puxei as lapelas daquele casaco em frente ao corpo para me esconder ainda mais nele.

STING [𝐋𝐈𝐕𝐑𝐎 𝐈𝐈𝐈] daryl dixon⼁The Walking DeadOnde histórias criam vida. Descubra agora