a minha história

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Ela nasceu dia 03 de junho de 1999, no inicio da noite de uma quinta-feira. Nasceu de parto cesáreo(assim me contaram). Não sei muitos detalhes, nunca me chegaram a contar.

Ela não estava muito contente por ter outra menina, já que sempre quis um menino. Assim que o pai soube do nascimento, mandou jogar a criança e os documentos num bueiro ou em um canal. A mesma não seguiu com o que o pai da menina disse. A menina de inicio se chamará Jéssica.

O que sei é que a mãe dela tinha 15/16 anos, já tinha uma filha da qual quem tomava conta era a avó. Me contaram que ela era drogada, vivia em farra e nunca se importou com as consequências que poderiam causar as crianças e causar a si mesma.

O pai era um homem abusivo, a batia muito e tinha muitos casos com outras mulheres. Eles nunca foram casados oficialmente, moravam juntos e depois separavam, viviam um atormentando a vida do outro. Uma relação abusiva que acabou gerado 4 filhos inocentes.

Ela vivia em festas, bares, pagodes e nunca cuidou bem da filha recém-nascida(assim me contaram), a avó não podia cria-la, já tinha a irmã. Um casal simpático, vizinhos, tomavam conta de caçula.

O tempo foi passando, a recém-nascida ia crescendo e a mãe nunca mudava. A avó achou melhor o casal simpático que eram vizinhos, (da qual a avó já teve um caso com o marido da sua vizinha) a levarem. O marido ficou relutante, eles já tinham perdido um de seus 4 filhos e estavam cuidando do neto, mas a esposa ficou com tanta pena que de tanto insistir, o marido acabou cedendo e aceitou. Não quiseram nada, apenas pegaram a menina e foram embora.. simplesmente sumiram.

A mãe quando chegou ainda demorou um tempo para dar conta que sua filha já não estava mais lá. Quando se deu conta, questionou a sua mãe e a mesma disse que fez o melhor para a pequena Jéssica, que nessa altura do campeonato já teria outro nome, outros pais, outros irmão e uma nova família. A mesma correu para informar ao pai da pequena Jéssica, que de uma hora para outra se importou e tentou ir atrás da menina, mas já era tarde. Jéssica estava longe, acredito eu que em outro estado.

Os anos se passaram e a menina foi crescendo, a mesma não tinha nem noção de seu passado, mas sentia o vazio de um amor que não tinha, o de sua mãe. Seu pai a amou intensamente, sempre cuidou, protegeu, mimou. Já sua mãe ela estranhava, ela sempre gritava, xingava, batia. O que não era normal, toda criança precisava de amor. Mas para ela não importava, o amor do seu pai sempre foi o suficiente(pelo menos ela achava que sim). Estudava em colégio particular e muito bom de ensino. Seu pai sempre quis dar tudo do bom e do melhor, embora suas irmãs sentissem muito ciúme por isso. O irmão do meio, era seu amigo, apesar das distantes idades, ela sempre brincava com o irmão, e o sobrinho que era apenas um ano mais velho que ela.

Ela não tinha 5 anos quando o irmão foi assassinado, ele se envolvia com gente errada e com isso aconteceu o que aconteceu. A mãe, que vinha de uma depressão por perder um filho, agora ficará ainda mais abalada por perder o 2º filho, a dor imensurável a consumiu por semanas, o pai não chegou a comparecer no enterro.. a família estava de luto e abalada. Um tempo se passou e se mudaram do local de onde moravam, e sempre que não se adaptavam, mudavam e foi assim durante alguns anos.

Após se mudarem novamente, a mãe decidiu por a menina num colégio publico mesmo, não viu perigo já que não era muito longe de casa. Ela só não imaginava o que o futuro reservava para ela.

A menina ia para a escola junto com seu sobrinho que basicamente era seu irmão, já que foram criados juntos.. a menina conheceu duas meninas, eram de outras salas, mas chegaram para elas dizendo que elas eram família, irmãs e que o pai delas iriam visita-la. A menina ficou confusa e negou as afirmações, até chegaram a brigar na frente da escola. A menina chegou e relatou o que aconteceu tanto ao pai quanto a mãe, mas ambos não deram muita importância.

Na escola também conheceu uma suposta prima, mas como ela nunca fez mal, mantinham a amizade.. até que um dia, uma mulher a parou no portão do colégio, a mesma  parecia emocionada em ver a menina, abraçou e a menina se afastou, já que foi orientada a nunca falar com estranhos. A mulher disse que não iria machuca-la e a prometeu uma boneca e pediu para tirar uma foto. A mulher fez umas perguntas e logo se despediu, a menina chegou em casa e relatou o ocorrido ao pai, que ficou estranho.. se passaram algumas semanas e mudaram a menina de colégio. A menina não saia muito de casa, brincava sozinha com seus brinquedos e bonecas. Não tinha amigas. Se sentia sozinha.

Novamente o tempo foi passando e a menina crescendo.. um pouco depois de completar 9 anos, seu pai chegou bêbado em casa, olhou para a menina a abraçou e disse: "Você não tem meu sangue, mas eu amo você muito mais dos que tem meu próprio sangue. Eu não sou seu pai, mas eu te amo como se você fosse minha filha. E eu vou te levar pra conhecer sua família." A menina estranhou, disse para o pai para de comentar besteiras e começou a chorar sem entender nada, mas ela não iria se esquecer nunca daquelas palavras.

No outro dia questionou com o pai sobre o que ele tinha dito e o mesmo, agora sóbrio negou tudo o que havia dito. Uns dois anos mais na frente, a mãe de uma colega da menina contou a verdade, a menina ficou em choque, mas queria saber a verdade, e foi atrás dos seus pais, que não estavam tão longe afinal, moravam no mesmo bairro, uma distância de 20 minutos andando de onde ela morava. Saiu escondido, sem que os pais vissem e encontrou a mãe da colega que levou ela.

Ao chegar, ela estranhou o lugar, mas viu a suposta prima que já havia conhecido na antiga escola, ligaram para a mãe da menina que veio sem acreditar..

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