Echo Park.

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Tamaya

Sentir que o seu corpo está todo dolorido não é a melhor forma de acordar, e abrir os seus olhos e não reconhecer onde você está, muito menos.

E eu ainda estou pensando qual desses está sendo o pior nesse exato momento.

Sinto um gelo percorrer toda a minha coluna vertebral. Não consigo pensar e nem imaginar o quanto eu bebi para não saber onde caralhos eu estou. E nem como eu vim parar aqui.

Fechei os meus olhos com força, tentando lembrar de algo, mas a única coisa que me vem à cabeça é que estava no banheiro, lavando as minhas mãos quando...

Cassete.

Só consigo me lembrar que aquela babaca da Esther Campbell, a jornalista que ferrou com a minha mãe Margot, esbarrou comigo e ficou tentando puxar assunto sem nenhum sentido, até porque nós duas não temos nada para conversar.

Sentei na cama com tudo, abrindo os meus olhos, deixando-os arregalados, ainda mais quando percebi o tamanho do lugar onde estava dormindo, era uma cama big. Big não, era extra gigante. E comecei a me questionar o porquê de alguém ter uma cama tão grande?

E o que isso tem haver com você, Tamaya?

Exato. Foco em saber onde você está!

Preciso deixar de pensar em coisas sem sentido e achar uma forma de sair desse lugar. Eu não sei onde estou e muito menos como vim parar aqui.

Andei com os meus olhos por cada pedaço da habitação, observando os detalhes, que não eram muitos. Mas era algo monocromático, com tons azuis escuros, tons claros, e branco. E era enorme, cortinas azuis escuras, as paredes azuis turquesa, já o teto, é branco. Próximo da cama existe um abajur em formato quadrado, com uma mini plantinha ao lado. E do outro, apenas uma cômoda pequena, com outra luminária. Tem duas poltronas confortáveis próximas à janela, pelo menos é o que aparentam ser. E uma televisão posta na parede, que pelo que analiso, tem 60 polegadas. Uau. Esse quarto tem bom gosto.

Inspiro o ar com força, mandando embora todas essas observações fora de hora. Me levanto da cama com tudo e quando olho para baixo e observo o meu corpo, dou graças a Deus por estar de roupa, claro que não é a minha...mas, estou de roupa, então se eu estou de roupa, quer dizer que está tudo sob controle, correto?

Isso. Tudo sob controle. Nada aconteceu.

O grande problema é que não consigo me lembrar quem foi que me trouxe pra cá, e quem é a pessoa que me trouxe. Por mais que eu esteja forçando a minha cabeça a se recordar disso, não sou capaz.

Droga.

Mordo meu lábio inferior ansiosa, nervosa e com um frio em todo o meu corpo, estou apenas vestindo uma camiseta branca, larga e meio grande. E nos meus pés ainda existem as minhas meias. Ando de um lado para o outro, tentando acalmar o mar revolto que está dentro de mim, mas nada ameniza toda essa confusão.

Engulo seco quando ouço o barulho da porta se abrindo de fininho. Viro meu corpo e quando olho em frente, sinto tudo em mim enfraquecer.

Não. Pode. Ser.

Não pode. Isso só pode ser uma grande e ruim piada da vida.

Sinto que estou em choque, que todo o meu corpo está sofrendo um pane no sistema e que isso é só um pesadelo. Exato. Pesadelo. E que quando eu acordar, estarei em casa, dormindo na minha humilde cama.

— Oi – Esther se aproxima, com uma camisola de cetim preta em seu corpo, segurando uma xícara de café em suas mãos — Trouxe café, para te ajudar a curar a ressaca...

Odiosa fascinação [+18]Onde histórias criam vida. Descubra agora