Capítulo 1 - Preocupações

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Notas iniciais

Olá! Essa é minha primeira história do gênero e eu não escrevia há tanto tempo... Fiquei muito feliz por ter conseguindo concluir e finalmente postar. Espero que gostem e me perdoem pelos errinhos que com certeza têm.
Os personagens não são meus, mas da @nikkiyan_ que tem um traço maravilhoso e uma criatividade sem igual. A arte da capa é da @BlovedCk que topou fazer a capa sob livre e espontânea pressão kkkk eu sou muito grata por ela ter toda a calma, paciência e disposição para desenhar esse casalzão que amamos. Sem mais delongas, boa leitura!

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Sentada atrás de um pequeno balcão de madeira e mármore branco, Distrito Federal - também conhecida como Brasília - observou por cima da lente dos óculos a sala de recepção cheia de estados brasileiros por todos os lados. Aquela cena, apesar de não tão frequente, ocorria pelo menos uma vez a cada três meses. Acontece que era dia de entregar o feedback para o país e, por mais que ela estivesse cansada de dizer que seria melhor organizar essas reuniões durante a semana, o Brasil insistia em deixar tudo para última hora.

Alguns sussurros chamaram sua atenção fazendo-a despertar de seus próprios pensamentos. Espalhados pelas cadeiras da sala, era visível o clima de tensão entre todos. Não que isso fosse incomum, afinal essas reuniões deixavam todos meio desconfortáveis, mas... de fato algo atípico estava acontecendo. Desviando o olhar para o canto inferior direito da tela do computador a sua frente, ela constatou o horário e também foi afetada pela tensão generalizada.

Em pé, mais próximo da porta de acesso, o carioca mexia nas folhas de um dos vasos que enfeitavam a recepção. Vestido numa calça social mais larga assim como a camisa num tom de azul 'céu de um dia ensolarado em Ipanema', ele se sentia sufocado devido a ansiedade. Seus olhos cor de mel instintivamente desviavam para a porta da sala de reuniões pelo menos cinco vezes por minuto. Deixando um suspiro impaciente escapar por entre os lábios, ajeitou o corpo mais ereto e olhou para o relógio analógico preso na parede revestida em madeira acompanhando o ponteiro dos segundos mover-se lentamente entre os números, ou pelo menos era essa a sensação que teve.

- Nuh, 'ta me dando uma gastura essa demora, ! – comentou Minas Gerais sentado na cadeira logo ao seu lado. O moreno, também vestido de forma social, tinha as mangas da camisa vermelha dobradas até os cotovelos e, numa posição meio corcunda, segurava seu chapéu pendido entre as pernas levemente separadas que tremiam freneticamente denunciando seu nervosismo. – Quer dizer, o Sampa entrou na sala faz um tempão e ele não é de demorar.

- Hum. – o loiro apenas murmurou passando a mão sobre o dreads.

- Bom, deve 'ta tudo bem com ele. O Sampa é meio intojado, mas não é de dar trabalho. – concluiu positivo como normalmente o mineiro era.

- 'Ta tirando onda, mermão? To nem aí pra ele! – Rio falou demonstrando em vão uma tentativa falha de desinteresse. – Só 'to bolado que se aquele 'chaminé' fizer alguma coisa errada... Sabe... Pode me afetar. – apesar de sua explicação fazer sentido, ele sabia que aquele não era realmente o problema. Não acreditava que São Paulo pudesse prejudicar alguém do grupo, mesmo que sem querer.

Atraindo todos os olhares curiosos, a porta da sala de reuniões finalmente se abriu revelando as duas figuras que saíram por ela. Brasil, sempre altivo e sorridente, estava vestindo a contragosto calça e camisa social, assim como a maioria. A gravata verde bandeira estava frouxa no colarinho aberto dando um ar despojado ao visual, assim como os cabelos levemente bagunçados. Já São Paulo, ao seu lado, vestia uma calça de alfaiataria preta slim que marcava bem sua cintura e contrastava com a camisa branca perfeitamente abotoada até o pescoço que tinha envolto uma gravata listrada preta e vermelha bem ajustada da forma que só o paulista parecia conseguir usar.

Doce, álcool e nicotinaOnde histórias criam vida. Descubra agora