- O caso -

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Verso 1
Veio a mim em segredo trazendo algo em suas mãos, as quais se esgueiravam por de trás do corpo. Era 09:01 da manhã quando ela me viu pelo corredor do prédio. Por sorte, havia apenas um eletricista que parecia estar indo em direção a sala do meu tesoureiro, então consegui ir direto para minha sala sem precisar cumprimentar ninguém.

Verso 2
Fui puxar um cigarro para fumar pouco tempo depois que a porta ja havia se fechado. Ainda estava com o gosto amargo do chocolate na boca. Deixei o isqueiro cair sem querer. Me abaixei então para pega-lo.

Verso 3
08:40 da manhã. Eu ainda não havia chegado, quase ninguém havia chegado na verdade. Por esse horário alguém foi a sala de Eliana carregando algo em suas mãos. A sala estava trancada, mas ele abriu com uma das chaves que tinha.

Verso 4
Fui de táxi para o trabalho naquele dia. Sai de casa 08:50, um pouco mais tarde do que costumo sair. O trânsito estava mais fluido que o de costume e por isso consegui chegar no horário, mas sinto que esqueci de alguma coisa.

Verso 5
Alguém de capuz se achegou sorrateiramente a minha janela, mas não viu ninguém. Era 09:11 da manhã.

Verso 6
Quando eu estava voltando para a minha sala vi meu tesoureiro discutindo com o rapaz da manutenção que havia visto mais cedo na recepção. Meu tesoureiro estava entregando um molho de chaves para o rapaz concertar alguma coisa em alguma sala do prédio. Eles estavam próximos a minha sala. Possuíam similaridades. Pareciam ser íntimos. Provavelmente eram parentes, mas nem os incomodei, apenas segui para minha sala direto. Alguma coisa nela estava diferente, ou apenas deveria ser algo da minha cabeça. Era 09:20 da manhã. Por esse horário, comecei a me sentir cansado, talvez o chocolate tenha abaixado minha pressão e me dado sono.

Verso 7
Ela saiu chateada em seguida por não ter conseguido a atenção de seu chefe. Era bonita mas eu não dava atenção por consideração ao meu querido amigo. Ele já havia sofrido bastante. Essa situação na empresa já estava ficando chata na verdade, Reinalds parecia cada vez mais desgostoso. Comecei a fumar pouco tempo depois que ela saiu pela porta.

Verso 8
Imediatamente eu me levantei e corri até a porta que ainda estava entreaberta. Eu abri ela rapidamente. Meu tesoureiro já estava quase na metade do corredor. "Reinalds! Você tem um cigarro?", perguntei de longe. Ele parou em seguida e começou a retornar, enquanto eu também ia em sua direção. "Aqui está chefe", disse ele calmamente, me entregando, e eu logo o levei a boca. "Você mesmo disse, meu querido amigo, não podemos fumar aqui dentro", ele sorriu em seguida. "Aproveite para dar uma olhadinha lá fora onde o eletricista está mexendo".

Verso 9
Eu estava em minha sala quando Eliana entrou com aquele sorrisinho pela porta,trazendo algum agrado em suas mãos para me bajular como sempre. Parecia uma barrinha de chocolate. Eu havia acabado de chegar, e provavelmente ela estava me esperando desde às 08:35 pelo que a conheço. Ela demorou mais que o de costume tentando conseguir minha atenção, foram uns 9 min. "Não podemos, você sabe. Precisamos ser profissionais", eu disse a ela sem expressão. Ela saiu em seguida. Eu olhei para o doce que estava em minha mesa. Não parecia ser ruim. Eu não era muito fan mas comi um pedaço generoso. Estava meio amargo.

Verso 10
Eu estava terminando meu cigarro quando meu tesoureiro chegou. Era 09:13. "Apareceu um imprevisto, senhor", ele disse. Parecia incomodado com alguma coisa, mas não necessariamente com o problema que veio me informar. "Eu sei que você dá conta do problema meu amigo, tem acesso a tudo nessa empresa. Hoje eu acordei com o pé errado", eu disse. Percebendo que eu não iria me levantar tão cedo, ele saiu em seguida, enquanto eu apalpava a caixinha de cigarros em meu bolso e percebia que não havia mais nenhum. Foi "isso" que esqueci então.

Verso 11
Eu peguei um copo de café na recepção e vi um rapaz com uma escada e uma caixa de ferramentas seguir pelo corredor. Era 09:15. Sai do prédio para fumar em seguida e aproveitei para olhar o trabalho do eletricista. Ele estava no poste mexendo nos fios. "Seu tesoureiro acabou de passar por aqui", ele disse enquanto trabalhava. Voltei meus olhos para baixo em seguida e me distrai enquanto Aproveitava o cigarro. Terminando meu café, fui até o lixeiro que ficava na frente do prédio. Avistei um tecido preto no fundo, mas simplesmente joguei o copo lá e me dirigi para dentro da empresa. Era 09:18.

Verso 12
Foi às 09:32 que a ambulância chegou. Eu já estava morto. Você, o detetive, também já havia chegado e já estava investigando o caso com a polícia.

As Perguntas do Diário do Detetive:

- Quem foi o assassino?

- Como e pelo quê o chefe da empresa foi assassinado?

- Em que horário o assassino fez seu primeiro movimento na empresa, e aonde ele fez?

- Por que a pessoa de capuz preto não viu ninguém na sala do chefe?

- Quem era a pessoa de capuz preto?

- Por qual motivo aparente o chefe foi assassinado?

- Caso Criminal de duas Estrelas -Onde histórias criam vida. Descubra agora