The Rise Of The Queen - House Of The Dragons

8. As Chamas do Adeus

Capítulo 8

As Chamas do Adeus

Naquela manhã gélida, o vento frio colidia com as águas do mar, dando origem a ondas que se quebravam incessantemente. A família Targaryen estava com os seus Lordes e Vassalos reunidos em um penhasco, de frente para uma enorme rocha onde o dragão Urrax estava em cima. A poucos metros de distância tinham três piras com os corpos de Rickard, Aemma e o bebê recém-nascido. O lorde Rickon havia concordando com a princesa em fazer o funeral do seu filho em King's Landing, porém ele levaria as cinzas do filho mais velho para Winterfell.

Os dias que eram para terem sido de felicidade e comemorações, haviam se transformado em tristezas e tragédias. O herdeiro do rei Viserys que ele tinha batizado de Baelon em homenagem ao seu pai, estava morto, assim como a mãe dele Aemma, o recém-nascido havia morrido um dia após seu nascimento. A Corte inteira encontrava-se em luto, haviam sido três perdas de uma única só vez.

Visenya estava abraçada com sua filha Maerys, a pequena chorava em seus braços completamente desolada. Seus outros dois filhos também estavam ao lado dela, assim como o lorde Rickon e Daemon, alguns nortenhos que foram para o torneio também estavam presentes no local. Durante o funeral a princesa não derramou uma lágrima sequer, não queria que seus filhos a vissem desmoronando, precisava ser forte por eles. A viúva de Rickard, encontra-se em luto profundo pela perda de seu amado marido e da sua melhor amiga. Porém, como era a princesa da Casa Targaryen, ela tinha o dever e a responsabilidade de manter a dignidade e a compostura diante daquela terrível tragédia.

Sua postura era altiva e elegante, mas seus olhos eram pesarosos e sua face serena evidenciava o sofrimento que carrega consigo. A Targaryen era uma mulher forte e determinada, que precisava enfrentar seu destino sem a companhia do homem e da amiga que passaram anos ao seu lado. Apesar da dor que sentia em seu coração, Visenya mantateve sua conduta impecável. Ela sabia que precisa ser um exemplo para os demais membros de sua casa e para todos do reino. Por isso, seguiu as tradições e protocolos com rigor, evitando qualquer demonstração pública de suas emoções mais profundas.

Tudo o que restava era aceitar o que aconteceu, por mais que doesse. "Todos um dia iram morrer", era essa frase que Visenya repetia em sua mente, tentando convencer a si mesma de que seu marido e sua melhor amiga estavam em paz e feliz, em lugar melhor do que o que viviam.

—— Você precisa mandar o Urrax queimar a pira. —— a Targaryen sussurrou no ouvido do seu filho mais velho.

—— Não consigo. —— Baelon disse baixinho com a voz embargada.

—— Consegue sim, estarei aqui para o que precisar. —— Visenya falou acariciando os cabelos dele.

O garoto concordou com a cabeça em silêncio e deu alguns passos para a frente, no mesmo instante Urrax também se aproximou mais da pira e ficou olhando para Baelon, esperando o comando do seu montador.

O pequeno príncipe observou o corpo do seu pai enrolado e se virou para olhar para a mãe que estava a poucos metros atrás dele, o garoto estava hesitante, seus olhos estavam marejando cheios de lágrimas. Visenya assentiu com a cabeça, como forma de dizer que estava tudo bem. Em seguida, o Stark se virou novamente para frente, e respirou fundo tomando coragem para fazer o que tinha que ser feito.

—— Dracarys! —— disse Baelon em alto e bom som.

Seguidamente Urrax cuspiu fogo queimando as três piras de uma só vez, o garoto voltou para perto da mãe e a Targaryen deu um beijo na testa dele.