Capítulo 25

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 Sean dirigia ao meu lado e Jack estava no banco de trás, deitado com os pés sobre o banco, me olhando pelo retrovisor vez ou outra enquanto eu tentava esconder o que tínhamos feito.

Eu ainda não conseguia acreditar no que aconteceu no quarto dele, ainda nem transamos de verdade e eu o coloquei dentro de mim e deixei que ele gozasse em mim. Eu não sabia o que acontecia comigo quando Jack estava por perto.

Tinha escutado todas as instruções do médico com a maior atenção, mas eu parecia ser a única preocupada com sua saúde, já que ele ficou ali o tempo todo tocando minha mão tentando me distrair.

— Jura que vai poder ficar com ele? Posso vir de noite se precisar.

— Sean qual a parte do "eu não quero você aqui" que você não entendeu?

Eu ria dos dois idiotas que agiam como bebês, mas estava decidida a cuidar de Jack, era a forma mais fácil de me aproximar dele e quebrar as barreiras que ergueu tentando me afastar.

— Posso sim Sean, pode ficar tranquilo tenho tempo de sobra pra vigiar esse garotão.

Sean estacionou na frente da casa de Jack, ainda não tínhamos decidido onde ele ficaria, mas provavelmente era melhor que ficasse em sua casa já que Julia não nos queria juntos.

Desci do carro e fui na frente para abrir o portão enquanto Sean dava a volta e pegava Jack, um bem rabugento por sinal.

— Já disse que não preciso dessa merda! — ele se debatia no colo do amigo.

— Vamos discutir isso de novo? Você está com o braço engessado e do outro lado seu corpo está todo rasgado, o que diz que não tem como segurar uma bengala e nem sair pulando! — repeti pela milésima vez enquanto carregava a cadeira de rodas para dentro. — Te levaria no colo se te fizesse sentir melhor, mas não te aguento.

Sean riu e estendeu a mão me dando um tapinha, antes de começar a subir as escadas para o segundo andar. É as escadas na casa seriam um problema, Jack estaria confinado aquele andar até que pudesse voltar usar a perna machucada.

— Eu já disse, gosto dela. — Sean o colocou na cama e pela cara dele parecia prestes a provocá-lo. — Se você não pegar Alicia, eu vou!

— Sai daqui seu filho da puta, antes que eu atire o abajur na sua cabeça, não estamos mais no hospital.

Jack me deixava confusa, não queria que ninguém soubesse de nós dois, mas explodia todas as vezes que Sean soltava alguma piada em forma de cantada.

— Ok, ok. Acho que ele precisa descansar um pouco e eu vou te levar até o portão. — segurei o primo safado pelos braços e o arrastei para fora de lá antes que Jack pegasse mesmo o abajur.

Ainda podíamos ouvir os resmungos dele enquanto descíamos as escadas e Sean se acabava de rir. Assim que ele saiu estava pronta para fechar a porta o homem deu meia volta, parando tão próximo de mim que me assustei.

— Fica de olho nele. — falou baixo de mais, como se pudesse temer que o amigo ouvisse, mesmo que as chances fossem mínimas. — Jack parece melhor, mas nunca se sabe o que pode estar passando naquela cabeça.

— Pode deixar, vou ficar com ele vinte e quatro horas por dia.

O sorriso dele se alargou e ele piscou para mim, como se soubesse de algo que estávamos escondendo, ou era apenas minha consciência pesada por saber que minha calcinha ainda estava cheia com o gozo de Jack.

Subi as escadas tentando tirar isso da cabeça e ao ver a porta do quarto intocado, onde ele escondia toda sua vida, meu coração pesou por eu saber que Jack era mais do que homem que demonstrava ser, por ele estar tão cercado de fantasmas e que sentia a necessidade de escondê-los.

Segunda Chance - ConcluídoOnde histórias criam vida. Descubra agora