Epílogo

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Um ano depois

Acordei e continuei com os olhos fechados, tinha uma leve noção de estar dormindo por muito tempo, mas ainda não estava pronto para acordar. Levei minha mão ao lado, esticando meu braço e preocupando em volta qualquer sinal da minha mulher na cama, mas não encontrei nada.

Me virei espreguiçando e abri as persianas blackout, tinha sido sem dúvidas uma das melhores aquisições, só assim conseguíamos um pouco de privacidade, isso e as paredes anti ruídos, com as crianças era essencial.

— Papa, papa! — ouvi os gritinhos dos meus bebês seguido de pesinhos correndo no piso de madeira.

— Bom dia meus amores, sem correr por aí! — reclamei me sentando na cama, bem a tempo que eles invadissem o quarto correndo até a cama.

Stephan e Stela ainda não conseguiam subir na nos cama, mas desde que deram os primeiros passos era difícil mantê-los parados. Me curvei os pegando e colocando ao meu lado na cama.

Esse último ano tinha sido o mais feliz da minha vida sem dúvida alguma, não mudaria nada se isso me trouxesse Alicia e aqueles dois.

Eu nunca iria esquecer como foi aquele parto, ainda estava ali embasbacado pela beleza dela no vestido branco com aquela barriga grande, ela caminhou devagar até nós e eu tinha passado o dia todo ansioso de como as coisas seriam quando ela chegasse, queria tudo perfeito e uma grande surpresa, tinha alcançado esse objetivo pelo que Júlia me contou por mensagem.

Mas depois que ela chegou até o altar foi uma loucura, as contrações aumentaram, a bolsa estourou e quase não conseguimos casar. Porém eu tinha a mulher mais cabeça dura e determinada, ela não deixou que acabasse ali e ficou até que assinássemos o papel que nós declarava marido e mulher.

Corremos até o carro e Sean dirigiu em desespero, todos os nossos amigos foram atrás tratando de ocupar toda a recepção, e garantir que todos fossem expulsos do hospital poucos minutos depois. Eu ficava na sala de parto ao lado dela, segurando a mão da minha mulher enquanto ela trazia nossas duas preciosidades ao mundo.

Nunca imaginei que me sentiria tão completo e ao mesmo tempo aterrorizante, mas foi como me senti quando o primeiro chorinho preencheu a sala. Stela nasceu dois minutos antes que o irmão, gritando a plenos pulmões chamando a atenção de todos. Stephan nasceu logo depois, mais contido sem choro escandaloso, mas foi só colocá-lo ao lado da irmã para que ele fizesse o mesmo.

E foi ali que eu me tornei um homem totalmente diferente, me tornei um pai, ali segurando aqueles dois pacotinhos pequenos, sentindo o calor deles em meus braços, o cheirinho de bebê, ouvindo os resmungos baixinhos, velando os sono deles, que eu me tornei uma pessoa melhor.

— Bom dia papai! — Alicia entrou logo em seguida. Mas ao contrário do que eu esperava ela não estava usando pijama. — Feliz aniversário.

— Bom dia linda. O que estão fazendo acordados tão cedo? — a chamei batendo no colchão ao meu lado, mas ao invés de deitar ela pegou os dois pacotinhos no colo os levando de mim.

— Já passou da hora de levantar, é bom não demorar para descer!

Não precisava pensar duas vezes, pulei da cama pegando uma camisa e correndo atrás dela. Podia imaginar o que ela estaria aprontando para o meu aniversário, porque mesmo que eu tivesse insistido que não queria nada, Alicia não deixaria passar em branco.

— Eu vou pegar vocês! — gritei do corredor. — É bom vocês se esconderem, porque o papai vai atacar!

A casa estava silenciosa e foi fácil ouvir a risada sapeca dos meus filhos. Corri nas escadas e quando finalmente alcancei a porta da sala estanquei em choque.

Segunda Chance - ConcluídoOnde histórias criam vida. Descubra agora