Oodal.

Capítulo 10

Suzana 🐰

Cheguei da escola já tem um tempo, e esperei anoitecer pra poder conversar com a minha mãe, assim ela tava mais calma.

Suzana: Mãe, a gente pode conversar? - Vi ela sentada na cama, enquanto olhava algumas contas pra pagar.

Iris: Agora não, Suzana. Tô ocupada. - Não me olhou.

Suzana: Poxa, mãe! Qual foi? Não vai nem olhar? Não pode me culpar pelos erros das minhas irmãs. Eu só quero me divertir, sair, namorar. Alguma vez eu já dei motivos pra desconfiar de mim? - Sentei na cama, e senti ela respirando fundo.

Iris: Sim, deu ontem. - Me olhou, deixando os talões por cima da cama. - Quer mais? Ãn? - Neguei.

Suzana: Beleza, beleza. - Saí do quarto, deixando ela sozinha.

Soraya: Caralho, ta virada em, irmã. - Encheu o saco quando me viu.

Suzana: Não fode. - Fui em direção à porta da rua, e abri a mesma. - Se perguntar por mim, fui na pista. - Fechei a porta com força.

Apertei o foda-se, sacou? Uma merda quando tu não se mete em nada, se ligou? Mas sempre leva a culpa.

Fui descendo as escadas estreitas do morro, e não conseguia enxergar onde tava pisando.

Castelã: Cuidado aí, cunhada. Se cair, pra sair da favela é outro b.o, se ligou? - Vi ele encostado perto da biqueira, com um cigarro aceso entre os dedos.

Suzana: E os filhos que tu fez? Nada de assumir? - Ele riu de canto, e me olhou, levando o cigarro até a boca.

Castelã: Os filhos eu vou assumir, agora tua irmã não. - Neguei. - Aí, na moral, diz pra ela que mandei um beijo.

Suzana: Vai se foder, Castelã. - Segui meu trajeto, quando ele me puxou pra perto dele. - Qual foi?

Castelã: Ta com pressa, pô? Eu queria trocar um papo maneiro contigo, demorou? - Nosso corpos se colaram e eu tentei me soltar.

Suzana: Essa tua maconha ta errada. Me solta aí, que nós dois não sai perdendo. Eu não tô afim de escândalo. - Ele me olhava nos olhos, e era notável que ele tava chapado. - Vai, cara! Me solta, na moral. Que porra de papo estranho. - Me soltei dele, que ficou me olhando.

Castelã: Foi mal, pretinha. Foi mal. - Mandei dedo pra ele, e continuei andando.

Malucão!