"Deixar Nova Iorque e retornar para Seul após se formar na faculdade não estava nos planos de Hyeon, mas uma comemoração familiar a levou de volta para sua cidade natal. A tão esperava volta para casa acabou se tornando uma tragédia quando ela sofre...
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Entrei na sala de Otto batendo a porta, assustado e com o coração batendo como se fosse sair por minha boca. Meu irmão pulou assustado na sua cadeira, segurando o celular na frente do rosto.
— O que diabos... Minha porta, Adam! — ele reclamou, mas eu pouco me importei.
Segui até a sua mini geladeira e peguei, com muito desgosto, uma garrafinha d'água. Eu preferia, naquele momento, que fosse algo mais forte, talvez para me fazer realmente ver coisas.
Inferno! Não era possível que minha loucura passou para o próximo nível e agora eu estava, de fato, vendo coisas.
— Qual o nome do psiquiatra do Logan? — perguntei, após tomar quase a garrafinha toda.
— Que? Eu vou lá saber? Pergunta para ele! — a grosseria respondeu. — O que aconteceu? Você está mais branco do que a Sunnie quando derrubou o Globo De Ouro da mamãe!
— Eu acho que estou vendo fantasmas. De verdade — respondi, quase sem voz.
Eu ainda custava a acreditar. Olhei para as minhas mãos, ainda pareciam quentes ao ter novamente o toque dela. Fechei meus olhos e respirei fundo, tentando controlar o meu corpo. Não era possível! Hyeon foi embora há cinco anos. Sem dizer o motivo, apenas pedindo um tempo. Ela se foi deixando uma carta, como sempre gostava de fazer quando precisava me dizer algo, mas tinha vergonha. Era o seu jeito, e eu passei a utilizá-lo também.
Mas aquela foi a última carta. A última notícia que tive dela. Como diabos ela aparecia depois de tanto tempo, sem notícias, sem cartas, mensagens ou um cassete de ligação? O que diabos ela estava pensando?
"Desculpa, mas..." Mas o que? Ela não se lembrava de mim? Aquilo era um jogo dela? Só poderia ser!
— Ele está me assustando, Sunnie. É sério! — escutei Otto sussurrar.
Abri meus olhos e olhei na sua direção. Ele estava em pé, parado há poucos metros de mim, segurando o celular como se fosse um escudo. Na tela, o rosto preocupado da minha irmã aparecia em uma chamada de vídeo.
Quando me viu de olhos abertos, a expressão de Samantha suavizou, e seu sorriso alegre surgiu.
— O que aconteceu? — ela quis saber.
Eu sabia que ela tentaria agir da maneira mais calma e controlada possível, tudo para me acalmar. Mas o que estava acontecendo estava longe de me fazer voltar ao meu estado de espírito anterior.
— Otto, olha a câmera de segurança da minha sala e vê se ela ainda está lá — pedi, ignorando a pergunta de Samantha.
— Olhar sua câmera de segurança? Alguém invadiu sua sala ou algo assim? — Ele queria saber, claro, que o fofoqueiro de plantão não perderia uma oportunidade. Quando não respondi, Otto continuou a provocar: — Não! Não diga que é aquela maluca que quer ficar com o Logan!
