Prólogo

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"A vida embaixo do mar é melhor do que tudo que tem lá em cima."
- Sebastião


Poucos poderiam descrever com tamanha precisão sobre a beleza de um dia ensolarado em meio ao mar báltico. Oceano e céu eram tão azuis que quase fundiam-se, se não fosse a linha quase invisível que marcava sua cisão; as nuvens eram poucas, brancas feito algodões, assumindo formatos abstratos que davam espaço para que mentes criativas imaginassem os mais peculiares desenhos e formas.

O silêncio era cortado vez ou outra pelo piar das gaivotas que rasgavam a abóbada azul; as aves marinhas voavam em grandes bandos organizados, em formações tão precisas quanto a guarda real em dia de desfiles festivos. Semelhante às criaturas aladas, os golfinhos faziam sua própria brincadeira em meio às ondas serenas, impulsionando-se em grandes saltos que cruzavam longas distâncias e finalizavam-se em mergulhos límpidos. Apesar de nenhuma ligação científica entre golfinhos e gaivotas, ambos formavam uma harmônica dupla.

Ceifando a pureza natural da paisagem, um extenso navio de madeira surgia no horizonte, deslizando sobre as águas com suas velas que misturavam belamente o roxo com o branco ao formar o brasão da família real. Agora, não apenas a brincadeira dos golfinhos e o canto das gaivotas preenchia o silêncio; o som das vozes animadas da tripulação soava a plenos pulmões, entoando uma canção típica do alto-mar. Alguns dedicavam-se a bater seus pés ou mãos para dar o ritmo necessário, outros apenas contribuíam com seus tons estupidamente desafinados, haviam os tímidos que preferiam cantar baixo, e aqueles que se resguardavam a mudez, executando seu trabalho e vez ou outra admirando a bela voz de seu capitão, que se sobressaía sobre a de qualquer outro integrante da nau.

O príncipe Jeon Jungkook carregava em seu currículo dezenas de qualidades admiráveis, algumas muito conhecidas, como seu talento para diplomacia e sua ótima esgrima; outras, apenas uma parcela reduzida de pessoas tinha consciência, como a do canto. Somente aqueles que dividiam um navio com ele desfrutavam da voz encantadora que puxava as canções mais longas, seja em um dia de sol ardente, seja em uma noite estrelada regada a rum e pão salgado. Com sua modéstia sublime, o príncipe sabia muito bem dos olhares que atraía enquanto cantarolava a música da vez, ocupado com os nós que tecia em uma das redes de pesca que havia se desfeito; um trabalho que não era seu, mas que ele não se importava de o fazer.

— O Imediato contou-lhe o que estragou esta peça? — A voz do tio e conselheiro, Kim Seokjin, soou pelas costas do príncipe, com aquele tom de dúvida e curiosidade, afinal, para ele era um absurdo que o sucessor do trono se ocupasse reparando redes ou alimentando as gaivotas com restos de pão velho.

— O senhor Namjoon não costuma me perturbar com aquilo que pensa "não ser problema meu". Besteira... Tudo que acontece em meu navio é do meu pecúlio. — Apertou com firmeza o nó que acabara de fazer, soprando uma das madeixas que caía sobre os olhos arredondados -  uma tentativa inútil visto que os ventos insistiam em bagunçar as madeixas castanha escuras de tamanho mediano; haviam crescido tanto que chegavam aos ombros em um mullet elegante.  Me diga, Tio. O que ocorreu com esta pobre rede? — Jeon ergueu suas vistas, semicerradas pelos fortes raios de sol que alcançavam cada mínimo pedaço de chão exposto. Não parecia tão interessado pela história por trás daquele estrago, contudo, era educado demais para ignorar o que seu conselheiro parecia interessado em lhe dizer.

O Pequeno TritãoOnde histórias criam vida. Descubra agora