Capítulo 45 - A verdade por trás do seu olhar

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Sexta-feira, 22 de Outubro às 14:18hs

Alê abre pela primeira vez a porta do seu novo apartamento e fica maravilhada com o que vê.
O cheiro de tinta fresca traz a sensação que realmente a nova etapa de sua vida chegou.

Na sala, a TV Smart de 65 polegadas enche os seus olhos, entra no quarto e confirma que há outra do mesmo tamanho e uma bela cama King Size, que Alê não resistiu e se jogou nela.

Na cozinha, ele vê os outros presentes de Tina, que são mais do que ela mencionou. Além do refrigerador aço inox de duas portas e o freezer, também tem um fogão de cinco bocas, microondas, forno elétrico, Air fryer, uma Grill e uma cafeteira.

O apartamento tem uma sala ampla, uma cozinha grande, área de serviço, a sua suite, um quarto de hóspedes e um banheiro social. Tamanho perfeito para ela e Carol, já que até o momento, está decidido morarem juntas.

Ela também reparou que tem ar condicionado nos quartos e na sala.
- Perfeito! - Exclama pra si mesma.
- Posso entrar? - Pergunta Giovanni batendo levemente na porta que estava entreaberta.
- Pode, simplesmente amei tudo aqui!
- Tina caprichou.
- Sim, acho que já agradeci à ela milhões de vezes!
- E o restante da mobília?
- Mais cedo entrei em contato com o vendedor que Tina me indicou, sinceramente? Gostei de tudo que ela havia escolhido... Foi surreal! Ele me assegurou que segunda vão entregar e montar tudo. E aproveitando o embalo, marquei com o rapaz que fará minha mudança para o mesmo dia, quero deixar tudo organizado o quanto antes, estou louca para trabalhar, o Tae está tão sobrecarregado.
- Está sim, ele por dentro deve estar clamando pra que comece logo.
- Também acho.
- Vamos comer? A comida está pronta.
- Perdão, me empolguei tanto que esqueci.

Alê e Giovanni saem do apartamento, ela tranca a porta e os dois seguem para o elevador. Chegando no 5° andar, a porta se abre.
- Boa tarde Ki! - Cumprimenta Giovanni ao se deparar com o amigo na entrada do elevador.
- Boa tarde Gi, Alê... - Kihyun diz ao entrar enquanto eles saíram.

A porta do elevador se fecha e por alguns milésimos de segundos, Alê fica parada observando o elevador descendo andares abaixo.
O som das chaves de Giovanni abrindo a porta do seu apartamento a traz de volta à realidade. Ela apressa seus passos até ele e os dois entram juntos.

Uma hora depois, Giovanni termina de lavar os pratos e Alê o ajuda a guardar a louça.
- Obrigada pelo almoço, estava delicioso.
- Fico feliz que gostou, fazia tempo que não cozinhava para mais alguém e como um bom descendente de italianos, tinha que fazer uma boa massa para agradar uma bella ragazza* como você.

*Bela moça

- Você não nasceu na Itália?
- Na verdade não, nasci no Rio de Janeiro, assim como o meu irmão mais velho. É que os nossos pais meio que fugiram para o Brasil para conseguirem ficar juntos... Pois é, meu lado rebelde veio de algum lugar.
- É por que eles não poderiam ficar juntos?
- Famílias rivais, tão clichê não é? Mas na máfia isso é levado muito à sério. Meu tio Luigi e tia Francesca ajudaram meus pais a se esconderem no Brasil por alguns anos, usaram sobrenomes falsos mas foram descobertos quase onze anos depois. Então você agora consegue imaginar o que aconteceu.
- O acidente de carro que você me contou, não foi um acidente... Sinto muito.
- Tudo bem, faz muito tempo... - Diz ele ao beijá-la na testa - Obrigado.

Giovanni segura a sua mão e a conduz até a sala.
- Meus tios iriam cuidar de nós três, mas infelizmente meu avô materno desconfiou que haveria a possibilidade de seu genro Andreas Balzi e de sua filha desobediente, Micaela Cidrini, não terem sido as únicas vítimas do atentado. Atentado que foi arquitetado por Giorgio Cidrini, o irmão mais velho da nossa mãe... O mesmo desgraçado que anos mais tarde tirou de mim os meus bens mais preciosos. - Ele se cala ao lembrar de sua família.
- Você não precisa falar sobre, eu sei o quanto que ainda te machuca. - Diz Alê ao passar a mão nos longos cabelos loiros dele.
- É uma ferida aberta, nunca esquecerei do que ele fez com a minha esposa e o nosso bebê. - Ele respira fundo e continua - Meu avô paterno Marco Balzi, enviou uma pessoa para descobrir se havia algum sobrevivente e se houvesse, quem seria. E nesta investigação foi descoberto que também vitimaram os seus netos. Tudo se complicou quando a informação de nossa existência também chegou aos ouvidos do meu avô materno, Giuseppe Cidrini, confirmando as suas suspeitas e isso iniciou a guerra pela nossa guarda.
- Mesmo depois de matarem seus pais, ainda disputaram para quem ficaria com os netos? Que absurdo!
- Alê, eles são mafiosos, por colocarem os negócios acima de muitas coisas, ambos aceitaram perder seus filhos num sacrifício para estabelecer novamente a paz entre as famílias, quando meus pais morreram, a dívida foi paga. Mas quando souberam de mim e dos meus irmãos, como avós amorosos vieram atrás de nós, hipócritas filhos da puta.

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