▫️Capítulo 3▫️

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LUNNA CORBETT

Era difícil pensar que eu ainda voltaria a morar por aqui, em Erebor

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Era difícil pensar que eu ainda voltaria a morar por aqui, em Erebor. Esse bairro já havia dado o que tinha que dar. A minha mãe havia resolvido se mudar daqui, após o meu pai ter dito que havia recebido uma nova proposta de emprego, uma bem melhor do que a que ele estava. A minha mãe, como uma boa esposa que era, acatou a sua decisão e largou tudo, até a sua casa, para ir morar com ele em outra cidade.

Contudo, ela não esperava que ao chegar lá, o meu pai mudaria totalmente o seu jeito com a gente. Ele não só vivia na rua, quando muitas vezes mal dormia em casa; dizia que tinha muito trabalho para fazer e que agora, para manter aquele nosso padrão de vida, ele precisaria trabalhar muito mais do que antes. A verdade, é que a gente nunca havia pedido para sair de Erebor e viver daquele jeito; havíamos nos mudado por ele, pelo seu futuro e pôr a sua grande oportunidade de vida. Se soubéssemos que iria ser desse jeito, preferiríamos nem ter vindo. Porém acho que a verdade sempre vem à tona, não é?

A minha mãe desconfiada, do jeito que estava, começou a vasculhar as suas coisas e ficar mais atenta nos pequenos sinais. Uma conversa aqui e ali, um telefonema tarde da noite, um cheiro diferente nas roupas e rapidamente descobrimos, que o meu pai estava com outra. E, para surtarmos de uma vez, ele não só havia uma outra mulher, como também mais dois filhos com ela. Ele vivia uma vida paralela bem na nossa cara.

A minha mãe não pensou em outra coisa, há não ser sair de casa; pois, o único quem pagava as contas dali, era ele. Ela havia largado tudo, seu emprego como professora do infantil I, sua casa, que havia ganhado dos seus pais e a sua independência, que era toda em Erebor. Voltar para lá, seria uma humilhação. Todos sabiam o motivo dela ter saído dali. Uma vida melhor; no qual agora, sabíamos que não passava de uma fachada, para esconder a vida dupla do meu pai.

Logo, eu e a minha mãe, nos mudamos para uma pequena casa em um subúrbio ali por perto. Era o máximo que podíamos pagar, com o dinheiro que ainda tínhamos do aluguel da sua antiga casa. Os meus estudos, eu tive que parar. O meu pai ainda ligou, querendo saber do nosso paradeiro e que não éramos para ter saído assim.

— Eu ainda tenho dignidade, Lunna! — A minha mãe grita, quando eu digo que ela ainda deveria correr atrás dos direitos dela. — Eu não vou voltar atrás dele, querendo exigir dinheiro. Eu sempre tive o meu. Casei com o seu pai, por realmente o amar. A merda disso tudo, foi ter esquecido de mim mesma e vivido por ele. — Ela joga o seu casado de chuva em cima do cabide da porta e pede para eu trancar todos os trincos da mesma, para que ninguém invada a nossa casa. — Eu vou conseguir me reconstruir. — Ela passa a mão por cima dos seus cabelos acobreados e tenta tirar as gotas de chuvas, que havia se acumulados no seu cabelo.

Eu também estava enxarcada e com indícios de pegar um resfriado. Contudo, eu não iria dizer a minha mãe; ela já estava com problemas demais na cabeça, para se preocupar comigo. Logo, eu funguei o meu nariz, para que ela não percebesse e fui para o meu quarto, na única porta que tinha na casa, sem ser a do banheiro. A minha mãe dormia na sala/quarto e cozinha, e eu, em cubículo, com uma cama de solteiro, com a sua estrutura toda enferrujada. Mas eu não poderia reclamar, os lençóis que havíamos comprado eram limpos e macios, assim, como o único travesseiro que tínhamos. O da minha mãe, era uma moita de roupas, dentro de uma fronha; mas ela também tinha comprado lençóis limpos para ela. O sofá não era dos melhores, mas dava para ela também dormir.

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