Lado 1: (Quase) uma conversa difícil

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Hoje parece estar tudo bem
Quantas estrelas poderíamos contar
Nesta noite azul brilhante

O sol do dia está coberto
Por grandes nuvens escuras
Devemos nos esconder juntas
Antes que nosso choro fique muito alto?

— Sunny night, rainy day

1 ano e 2 meses atrás

Sentir falta de algo é um sentimento complexo.

Não é algo que você simplesmente possa descrever ou representar fisicamente. É algo que você pode apenas sentir e tentar entender o que ou quem é a razão disso. Dependendo desta conclusão, pode ser solucionado ou não.

Seele não diria que sentia falta de sua adolescência, antes de começar a receber atenção e sua carreira sair da lama, mas ela também não negaria ter algumas coisas de volta apenas mais uma vez. As coisas simples, mas boas que fizeram parte de sua vida naquele passado distante.

Coisas como a presença de sua avó, sua antiga cidade tranquila, sair para passear em segurança, comprar sorvete e comer na pracinha do centro com suas amigas... Coisas que não pertencem mais à sua vida atual e provavelmente nunca mais voltarão .

Depois daquela conversa no carro com Bronya, ela começou a pensar mais sobre como agora era privada de sair livremente e como ano após ano isso ficava um pouco mais complicado. Seele certamente não se importava em conversar e tirar fotos com seus fãs - na verdade ela se sentia muito grata por isso - mas ela também sentia falta de poder ser tão despreocupada e livre quanto antes.

Felizmente, ela ainda podia sair às vezes sem ser incomodada, mesmo que isso significasse ir apenas para lugares distantes ou restritos, ainda era melhor do que nada. Muito melhor do que era para Bronya, por exemplo.

Originalmente, Seele queria convidá-la para sair novamente, porque ela pensou que seria bom para Bronya aproveitar um tempo fora das câmeras sem precisar ficar trancada em um apartamento, mas ela lembrou que também prometeu a Natasha ter cuidado na próxima vez. Além disso, ela meio que não queria sentir que a qualquer momento alguém poderia tirar fotos delas juntas e postar como da última vez.

Trazê-la para a varanda não parecia uma solução perfeita, mas era útil. Era um ambiente refrescante o suficiente e as chances de alguém invadir suas privacidades eram menores. Na verdade, elas não estavam fazendo nada de errado ou que pudesse causar problemas, mas Seele achava que ninguém suportava a sensação de ser constantemente observado, e Bronya... bem, ela claramente tinha dificuldades com isso.

Ao sair do carro do estacionamento para o apartamento de Seele, mesmo com sua expressão calma de sempre, seus olhos denunciavam sua apreensão. Foi a primeira vez que a Seele realmente foi vê-la no carro em vez de apenas esperar que ela batesse em sua porta, e isso a fez perceber esse fato.

"Ei, calma, ninguém vai te incomodar aqui, tem segurança na entrada e ninguém pode subir sem autorização." Disse a Seele, quando as duas estavam juntas no elevador.

Ela também não tinha notado nas últimas vezes que Bronya estava constantemente procurando por câmeras de segurança, não importa onde ela estivesse. Como se em vez de fazê-la se sentir segura, elas a fizessem se sentir ainda mais desconfortável com o ambiente.

Bronya apenas relaxou novamente quando finalmente chegaram ao apartamento de Seele, parando de agir como se estivesse prestes a escapar de uma cena de crime.

"Eu convidei você aqui para ter uma noite fora das câmeras, mas você continua preocupada com elas, princesa" Seele disse, com um leve tom de brincadeira em sua voz, não entendendo muito bem a preocupação de Bronya.

Fifteen • bronseele (hsr) Onde histórias criam vida. Descubra agora