No ano de 1940, Lampião já havia morrido a 2 anos, sua cabeça e a de seu bando estavam sendo expostas em um museu. Dadá foi capturada pela volante, ela ficou inválida após ter a perna amputada e Corisco foi morto por Zé Rufino no dia 25 de maio.O bando de Lampião foi quase que completamente destruído e a era dos cangaceiros terminou...
Porém haviam pontas soltas pelo nordeste, alguns pequenos grupos de cangaceiros estavam na ativa, então como solução o governo decidiu que aquele que se rende-se não seria morto, apenas preso, uma oferta tentadora para qualquer criminoso com a cabeça a prêmio.
Era dia 14 de setembro, Zé Rufino, o maior caçador de cangaceiro cumpria o seu trabalho capturando mais um cangaceiro que decidiu não se render.
— Me larga seu fi duma égua, sabe quem tu tá prendendo?! — Perguntou o bandido enquanto o volante terminava de o amarrar.
— Sei quem tu é não? Fala ae — limpou a poeira de suas mãos.
— Sou o Lanterninha!!! — Gritou em uma mistura de orgulho e raiva.
— Lanterninha?! Que merda de nome é esse? Os cangaceiros tão escolhendo alcunhas horrorosas mesmo... — Zé suspirou ajeitando seu chapéu.
— Pior que isso é só o nome deu sua mã- — ao tentar ofender o volante, Lanterninha leva um forte chute na boca, perdendo quase todos seus dentes.
— Nunca fale de minha mainha com essa boca podre, seu banguelinha — Rufino disse irritado — Botem ele na carroça, não to com paciência hoje não.
— Ei chefe, tenho ótima notícias para o senhor! — um dos companheiros de Zé Rufino falou animado.
— Desembucha logo
— Tem ótimas notícias, aparentemente em uma fazenda de Serra Talhada, um homi viu o Sinhô Pereira em uma fazendinha pequena junto de um velho — mostrou a carta enviada pela volante daquela região.
Zé Rufino pega a carta rapidamente e começa a ler — Hmmm, são mais ou menos 2 horas de viagem a cavalo — o volante acende um cigarro e o fuma olhando para o horizonte — E já vai escurecer...
— Podemos ir pegar ele agora a noite, se chegarmos de madrugada ele n vai conseguir lutar
— Não o subestime, ele que treinou o Lampião, se falhar um pouco, ele pode matar todos... — Zé pensa um pouco e guarda a carta — descansem, partiremos amanhã a tarde.
Os soldados de Zé obedecem às ordens, colocam o cangaceiro na carroça e partem para se prepararem.
Em uma pequena fazendo, Sinhô Pereira estava deitado em sua rede, escutando rádio e bebendo uma xícara de café - Carmem Miranda é bom demais — Disse Alegre cantando junto com o rádio — mamãe eu quero, mamãe eu quero, mamãe eu quero mamar. dá chupeta, dá chupeta, dá chupeta pro bebê não chora!
A cantoria é interrompida por uma bengala que acerta a cabeça do ex cangaceiro — AIAIA CACETE!!!
— Seu marmanjo preguiçoso, ficou deitado a tarde toda enquanto eu trabalhava no sol! — um velho de pele escura, calvo e de roupas simples estava cheio de raiva.
— Oh Senhor Antônio, não precisava dessa agressividade toda, quase que tu me mata — Pereira levanta da rede e desliga o rádio — Eu guardei todos aqueles sacos de farinha lá na casinha, hoje de manhã, minha coluna tá doendo.
— Não tô nem aí vagabundo, cabra preguiçoso não come nessa casa!
— Velhote, quem cozinha nessa casa sou eu...
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Contos do Cangaço
Adventureum serie de historias do mesmo universo de guerra do valhalla mostrando mais sobre os cangaceiros (as figuras históricas são apenas usadas de referencias para os personagens e fatos históricos serão alterados, pois a historia não pretende a seguir f...