Cap. 29

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Lola narrando 

Senti frio na barriga o dia inteiro, só pensando em que iria em breve encontrar Dominic, como uma adolescente boba. Ou uma adulta comum com ansiedade. Tanto faz. 

O momento está chegando. Marcamos de nos encontrar daqui 1 hora em um restaurante underground de Manhattan. Ele disse que não conseguiria me buscar, mas que me encontraria lá. 

Tomei um longo e perfumado banho de banheira. Vesti uma calça de couro skinny e uma lingerie de renda com um casaco de lã por cima, e longas botas de verniz. Na mãos uma bolsa mini e um sobretudo. O frio na cidade está absurdo ultimamente. Passei uma maquiagem básica, deixei os cabelos soltos e alisados numa touca. Também pus luvas combinando com a touca e a bolsa. Acessórios que Sophia me deu no meu aniversário ano passado, feitos por ela mesma. Me olhei no espelho e sorri diante da imagem. Estava me sentindo linda.

Olhei o relógio pela vigéssima vez e decidi sair. Retoquei o perfume e entrei no carro. Antes de sair, respirei fundo, coloquei uma música e mentalizei somente coisas boas. 

E então, dirigo até o local. Cujo eu não conhecia, nem ao menos de ouvir falar. Acredito que ele é o lugar perfeito para termos privacidade. Sem fãs, sem haters, sem jornalistas, nem nada do tipo. Só nós dois. 

Estaciono e caminho até a entrada. É realmente bem discreto e até um pouco assustador, é totalmente preto do lado de fora, tem uma porta única dourada que está fechada e só tem uma pequena placa escrito "Mindy's Restaurant" à direita. Confiro o endereço que Dominic me mandou por mensagem. 

é.. pelo visto, é aqui mesmo

Toco a campainha ao lado da porta e rapidamente alguém a abre para mim.

- Lola Woods? - diz o senhor de terno e gravata que abriu a porta - 

Suspiro. 

é claro que ele sabe quem sou... fui tola de acreditar que conseguiria ir à algum lugar em que ninguém desse a mínima para mim

Faço que sim com a cabeça e esboço um sorriso simpático. A expressão dele continua impassível. Como se não fosse nada novo me ver por ali. 

Mas eu nunca havia ido lá.

Ele me da espaço para entrar e passo adiante dele. Entro e me surpreendo logo de cara. Vejo um lugar super ilumidado com lustres, velas, quadros nas paredes. Um bar no centro bem rodeado, mesas nas laterais, um palco mais a frente. Algumas colunas de mámore chamam à atenção para o local e os pisos de mármore também. É extremente e surpreendentemente lindo. É aconchegante e sofisticado. Inesperado. 

Um garçom sorridente aparece e me acompanha até uma mesa.  

- Gostaria de pedir algo para beber? - ele pergunta - 

Olho ao redor e noto que Dominic ainda não chegou. Dispenso com a mão educadamente e ele se retira. 

Percebo que por mais que esteja cheio, ninguém se importa comigo ali. E logo entendo o por quê: são todos como eu. 

É um lugar para famosos que querem ter um pouco de privacidade ao sair para jantar, beber e dançar.  Por isso é tão discreto, escondido e protegido. Mesmo se  souberem que existem, provavelmente só pessoas selecionadas podem comparecer. Nada de jornalistas, colunistas ou repórteres. Aqui estamos em paz.

Respiro fundo e sinto um conforto no peito, como se estivésse em casa. 

Mas logo uma aflição me bate no peito. Ele não está aqui. E já passou do horário combinado. 

Pego o celular e o mando uma mensagem dizendo que já cheguei ao local e perguntando se estou realmente no lugar certo pois ainda não o vi.

Com isso, minha ansiedade só aumenta cada vez. Minha mente repassa vários e vários pensamentos e começo a me sentir confusa, penso que estou me enganando, me confundindo ou que posso acabar estragando tudo. 

The Camp's GoneOnde histórias criam vida. Descubra agora