Capítulo IV. As aventuras do Luciano

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Eu acordo com uma dor de cabeça daquelas que só a ressaca pode proporcionar.

Caraca, ontem eu e os meninos saímos para beber e acho que perdi a conta de quantas cervejas e shots eu tomei. Foi um rolê daqueles, com o meu mano Im Yong Soo, coreano da hora que sempre tá comigo, e o namorado dele, o Hiro, que veio do Japão.

Os dois aguentam beber pra caramba, e a gente bebeu horrores. Eu fui o primeiro a cair na farra, não adianta subestimar a capacidade de beber dos asiáticos, eles são fortes demais nessa parada

"Caraca, que ressaca braba!"

Olho pro lado e vejo Im Yong Soo dormindo agarrado com o boy dele, o Hiro, na cama de solteiro ao lado da minha. Parece que os dois ainda estão de boa, nem se mexem. Engraçado como eles conseguem dormir assim, parecem que estão grudados com cola.

Eu me levanto devagar, tentando não fazer barulho para não acordar os dois. Vou até o banheiro, tomo um banho frio e tento me animar para começar o dia. Depois vou até a cozinha pegar uma água. A cabeça dói tanto que parece que eu tomei uma surra de taco de baseball. Preciso urgentemente de uma solução pra essa ressaca.

Im Yong Soo acorda, com um sorriso largo no rosto, e me cumprimenta animado, sem demonstrar nenhum sinal de ressaca. Ele parecia até mais desperto do que eu, mesmo tendo bebido tanto quanto eu. Ele se senta na cama e começa a mexer no celular enquanto eu tento acordar.

- E aí, Brasil! Como foi a noite ontem? - ele pergunta, com um sotaque engraçado.

- Foi boa, mas acho que exagerei na bebida - respondo, massageando a cabeça para tentar aliviar a dor.

- Ah, eu te falei, né? Não subestima a capacidade dos asiáticos de beber - ele ri.

- Como vocês aguentam? - pergunto, admirado.

- É que a gente já nasce com um fígado preparado pra isso - ele brinca, dando uma piscadinha.

Eu rio, mesmo com a dor de cabeça. Im Yong Soo sempre tinha uma piada na ponta da língua e uma animação contagiante.

- Mas e você? Também não bebeu bastante ontem? - pergunto.

- Bebi, mas não exagerei - ele responde, dando de ombros. - Além disso, eu tava na minha melhor companhia - ele completa, olhando para Hiro que ainda dormia.

Eu olho para a cama ao lado e vejo o dormindo tranquilamente. É verdade, Im Yong Soo tinha mesmo uma ótima companhia.

- Vocês são um casal tão fofo - comento.

- A gente tenta, né? - ele ri. - Mas e aí, Brasil, o que a gente vai fazer hoje? A ressaca tá forte ou dá pra encarar um programa?

Eu me levanto da cama, sentindo as pernas bambas, mas tentando me animar.

- Acho que dá pra encarar. O que você sugere?

Somos interrompidos pelo som estridente do meu celular tocando lá no quarto, eu corro para o quarto, mas o som acaba acordando Hiro.

Luciano: Alô?

Francis: Oi, Luciano! Como vai?

Luciano: Ah, oi Francis! Vou bem, e você?

Francis: Estou bem também. Escuta, eu estou com um problema e pensei em você.

Luciano: Problema? O que houve?

Francis: Eu tenho um texto aqui em uma língua asiática e não consigo decifrar. Aí eu lembrei que você mora com um coreano, será que ele poderia me ajudar?

Luciano: Ah, entendi. Mas, Francis, não é porque eu moro com um coreano que ele saiba essa língua. E também não é muito comum que um coreano saiba várias línguas asiáticas.

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