Capítulo 12

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Anastasia Steele

Eu não podia acreditar no que estava acontecendo. Isso só pode ser algum tipo de castigo divino. Tive vontade de sair dali correndo, mas me mantive serena e profissional. Ao menos eu esperava que sim.

- O que está acontecendo com ele, mãe? - perguntei assim que me acomodei na cadeira.

- Marcela, meu nome é Marcela. - A loira exuberante me encarou com um sorriso no rosto. Ela era ainda mais linda de perto. A mulher envolveu o filho em seus braços beijando seus cabelinhos antes de me responder - Meu filho está com febre e vomitando muito, doutora. - disse com a voz doce.

- A senhora sabe identificar se ele ingeriu algo que possa ter causado isso?

- Não. Eu cuido muito da minha família. Faço questão de supervisionar o que ele consome. - diz ela e no canto da sala vejo a baba balançar a cabeça.

- Entendi. O Leonardo tomou alguma medicação? - a mulher nega, olho para babá que segue em silêncio - Certo. Léo a tia precisa te examinar. Vamos deitar na maca um pouquinho? - o menino está abatido, mas mesmo assim faz o que peço - E o braço, melhorou? - pergunto, ele olha para sua mãe e depois pra babá antes de me responder afirmando com a cabeça. - Que bom. Agora conta pra tia o que tu tá sentindo.

- Enjoado, minha cabeça dói, tia.

- E a barriga dói? - ele nega. - Tá, mas a tia vai aperta só um pouquinho pra examinar - Prontinho, acabou. - Pode voltar pra mamãe, Léo. - afago os cabelos dele sorrindo, mas o menino não me sorri de volta.

Volto a me sentar frente a frente à mulher. O jeito que ela me olha me deixa desconfortável, me faz acreditar que ela sabe. Afasto o pensamento e também a imagem dela nos braços de Christian.

- Bom, ao que parece se trata de uma virose, mas eu quero mantê-lo aqui para mais alguns exames.

- Não compreendo, doutora. Qual o seu interesse em manter meu filho aqui? - sua pergunta me soa sarcástica. Estou sendo paranoica, isso deve ser apenas coisa da minha cabeça.

-. Preciso descartar qualquer outra possibilidade antes de fechar o diagnóstico. - respondo de maneira tranquila, não quero que a família suspeite que estamos investigando. - Vou acompanhar vocês até o quarto onde ele ficará. Vamos?

- Vão indo na frente que eu já encontro com vocês. Preciso avisar meu marido.

- Vamos dar uma voltinha, Léo? - ele assente e em silêncio sua babá se levanta para nos acompanhar.

- Patrícia, preciso da sua ajuda. - Marcela diz e vejo a expressão da babá mudar - Quero que você pegue alguns pertences pessoais dele. - explica ela.

- Sim, senhora.

- Não se preocupe querido, elas já vão nos encontrar. - tranquilizo ele.

Deixamos a emergência e atravessamos a área dos consultórios. Léo olha tudo à nossa volta.

- Aquela é a minha sala. - aponto para a porta com uma bailarina desenhada.

- Aquela é mais legal. - ele aponta para a porta com desenho de um menino lendo.

- Você gosta de ler?

- Eu ainda não sei ler sozinho, mas meu papai sempre lia para mim. - não me passa despercebido que ele fala do pai no passado e me pergunto porquê - A tia Pati também. - diz ele enquanto esperamos o elevador chegar.

Assim que as portas se abrem eu as seguro para que ele entre. O menino bate o pezinho impaciente e me pergunto se isso é algo que ele herdou de seu pai.

Proibido Para MimOnde histórias criam vida. Descubra agora