CAPÍTULO ÚNICO

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Eu acordo em uma cama de hospital, todo meu redor parecia branco. As cores pareciam ter sumido; mas tinha outra coisa que minha mente não conseguia entender:

Quem sou eu?

Eu sabia viver, eu sabia entender, eu sabia pensar. E mesmo assim não lembrava quem era.
Minha última memória é nebulosa... Três adolescentes me espancando? O de cabelo azul é o único que verdadeiramente está em minha memória.
Também lembro que antes da pancadaria eles estavam rindo, acredito que fosse de mim.

Até então não havia olhado para meu corpo, muito menos no meu rosto.
Então acaba que tal dúvida vem à minha mente.

Vejo um espelho em uma parte do quarto, que ainda não havia olhado muito. Ao tentar me levantar para ver-me eu acabo caindo, sem mais nem menos.
Talvez seja por isso que estava no hospital, meu corpo está debilitado.
Eu nem vi que tinham tubos em minhas veias.

Rapidamente uma enfermeira entra no cômodo, ela parecia espantada.
Quando eu pisco meus olhos já apago, eu não sei pelo que exatamente...

O cochilo parece que foram segundos visto que já acordo na cama, mas talvez tenham sido horas.
O sol antes alegre e brilhante agora se ia, nuvens se formavam e a chuva iria chegar uma hora ou outra.

— Oh, vejo que acordou.

Um homem com um jaleco entra no quarto, até mesmo as pessoas pareciam sem cor. Talvez ele fosse albino, mas quais são as chances?
Ou o mundo nunca teve cores e apenas é um pensamento equivocado de minha mente?

— Ainda não consegue falar?

Eu já havia esquecido que deveria responder as perguntas do médico.
Tento forçar minha garganta a falar algo mas acaba sendo em vão.

— Bem, pelo menos está consciente o bastante para tentar falar. Está me ouvindo? Não fale, tente acenar a cabeça.

Como pedido eu aceno a cabeça, já que estava ouvindo tudo claramente.

— Ótimo, ótimo... Bem, paciente ah- Qual o nome dele?

O médico sussurrou para a enfermeira que ainda estava na sala, igualmente sem cor mas com um sorriso meigo.

Nós não sabemos o nome dele, senhor.

Não sabemos o nome dele?

— Sim, aparentemente apenas o deixaram aqui e pagaram o tratamento.

— De novo um daqueles heróis ricos?

— Eu não sei, senhor.

Ok, ok... Não sabemos o seu nome, então quando conseguir falar nos fale

Meu nome não chegava à minha mente, não importava o quanto eu tentasse.
Então aceno com a cabeça que não.

— Hum? Você não lembra o nome?

Aceno que sim.

— Bem... Isso parece um caso incomum. Você perdeu outras memórias?

SALDADEOnde histórias criam vida. Descubra agora