36 - Passado Pt. 4

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Corey

Meus pais surtaram com meu carro destruído, mas foi divertido ver a cena do ômega apenas se empenhando em destruí meu carro. Claro que quiseram abrir um processo contra Chai, mas pedi que não fizesse e contei que eu provoquei para tal.

Não comentei nada com Fin sobre isso, mas depois de alguns dias descobri que ele se deitou com Evan, é incrível como um cara que está sendo criado comigo desde o seu nascimento tenha tanta inveja de mim. Mas ainda sim, não vou brigar com ele por causa disso, até porque, o meu possível laço nem é ele.

Sei que quando salvei o Chai do possivel estupro senti que ele precisava de mim e apenas fiz. Observo meus pais discutirem mais uma vez por causa de Bryan e levanto, saio de casa em silêncio, pego uma moto e acelero para longe de casa.

Quero apenas ficar um pouco sozinho, observo um dos cais da cidade vazios, estaciono e caminho pelo local, sento na ponta vendo uma pessoa sentada na ponta olhando o céu. Fico em silêncio pegando um cigarro, acendo sem olhar muito a pessoa.

-Boa noite. - Sussurro.

-Boa... - O tom choroso me faz negar com a cabeça.

-Quer um cigarro?

-Não fumo.

Assinto em silêncio olhando as costas da pessoa ao meu lado e suspiro me aproximando. Está frio, e sei que essa blusa regata que esse possível ômega usa não está esquentando muito, encosto na pessoa.

-Não sei o que você tem, mas vai melhorar... Espero que para mim também melhore, meus pais estão brigando feito lobos disputando a liderança de uma alcateia e mesmo minha mãe sabendo que nunca vai ganhar ainda tenta, perdi meu ômega para um colega que cresceu comigo, descobri que esse ômega está grávido... - Suspiro. - E para piorar? Sou apaixonado por um outro ômega que nem me dá bola... Está tudo um caos.

-Imagino... A garota que gosto me dispensou por eu ser um ômega, e agora to aqui mal... Queria pelo menos ter tido a chance de tentar. - Ele sussurra.

-Isso é... Um pouco estranho de ouvir de um ômega, mas não posso te julgar. - Rio baixo jogando o resto do cigarro na água e acendo outro.

-Você é fumante compulsivo?

-Geralmente não fumo muito, mas agora to desconfortável, to chateado e como não quero transar com ninguém, a minha única solução é fumar. - Sussurro acendendo outro cigarro.

-Entendo... - Ele boceja.

-Se quiser, pode pôr a cabeça em meu colo. - Me arrumo sentando direito.

-Obrigada. - Ele deita e observo a pessoa.

Meu corpo gela, meu coração palpita, sinto minha mão tremer, a pessoa deitada em meu colo é Om Chai que apenas fecha os olhos ficando quieto. Respiro fundo para me controlar e começo a fazer cafuné em seu cabelo.

Os traços delicados de seus olhos, seu cabelo jogado pela minha perna. Acaricio seu rosto devagar, deslizo meu dedão sobre seus lábios enquanto trago meu cigarro.

Porque o destino está me pregando essas peças? Porque tudo me leva a Om Chai Yusoo? Como pode ele ser meu laço e eu não ser o laço dele?

São tantas as perguntas que às vezes fico confuso. Não é que me perdi pelo caminho, é que todos os caminhos me levam a esse ômega tão lindo, no qual me apaixonei novamente quando o vi quebrar meu carro.

Chai dorme tranquilo em meu colo e sorrio fraco observando o mar, levanto em silêncio o carregando estilo princesa, ele me abraça forte pelo pescoço enquanto enfia o rosto em meu pescoço, sorrio fraco caminhando em direção a sua casa. Que não é tão perto, mas também não tão longe!

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