•ɪɴᴄᴏ́ɢɴɪᴛᴀ•

872 59 45
                                    

Maraisa Point of view

- Não acha que elas estão demorando muito, Lila? - Pergunto direcionando meus olhos para a loira que estava ligada em seu celular.

- Devem ter se empolgado, quando se trata de composição a conversa voa! - Marília dá de ombros e bebe o resto de vinho que sobrava em sua taça.

- Ah, trocaram a cachaça da minha cabrita. - Me levanto empolgada buscando pelo artesanato. - Você precisa provar!

- Tá querendo me deixar bêbada, Maraisa? - Marília fala ainda sentada, eu não estava tão longe da mesma então podia vê-la.

- E se eu estiver? - falo brincando e então encaro a mesma.

- E pretender fazer o que? Me usar? - Marília cruza os braços e passa seus olhos sobre meu corpo, talvez para entrar na brincadeira, mas as reações do meu corpo foram reais o suficiente para me deixar nervosa e sem graça.

Coço minha garganta e então me aproximo, me sento ao seu lado e pego dois copos de shot enchendo-os.

- Vamos lá, prova! - Falo virando meu copo. A loira faz o mesmo, colocando ele sobre a mesa e sua mão vem até minha coxa a apertando. Marília pareceu não se dar conta do seu ato.

- Eita que é forte! - Ela pega a garrafa de vinho e despeja sobre nossas taças, dando um gole grandioso na sua.

Dou risada e faço o mesmo em minha taça. Quando retorno meu olhar para Marília ela parecia bem entretida com meus lábios que agora estavam recém molhados do vinho. Ao perceber isso, minha respiração descompensa e por um ato involuntário passo minha língua entre meus lábios, não sei em que momento, mas nossa distância se tornou quase mínima onde eu podia sentir seu hálito quente com cheiro de vinho, tínhamos entrado na nossa bolha sem perceber, como sempre vinha acontecendo. Sua boca roçou na minha e sua mão veio para minha nuca me puxando levemente pra si.

Não demorou muito até eu sentir os lábios molhados de vinho juntarem aos meus causando uma sensação inovadora, a língua ágil da loira adentrou minha boca enquanto suas mãos trabalhavam, uma segurando meu pescoço puxando meu rosto mais para si e a outra em minha cintura colando nossos corpos em um encaixe perfeito.

Nossas línguas brigaram por uma luta de controle que eu me deixei ser vencida pela mulher, que lidou com maestria com a situação. O gosto do vinho fazia tudo ser ainda mais hipnotizante.

Confesso não estar esperando aquilo, mas ao acontecer parecia que meu corpo estava preparado há muito tempo para sentir o macio dos seus lábios conectarem-se com os meus. Marília apertou mais ainda sua mão em minha cintura, mas antes de aprofundar nosso contato ainda mais o barulho perturbador do celular em cima da bancada nos despertou.

Aquele toque, fez com que minha consciência voltasse ao lugar e eu afastasse Marília com um empurrão leve, sentia meu corpo ainda inebriado com as sensações causadas pelo beijo. Respirei fundo desligando meu telefone e encarando a loira novamente, seus olhos em um tom mais escuro que o normal, porém antes que a mulher falasse algo eu me levantei.

- Acho que bebi muito... tô até me sentindo tonta! Eu vou tomar um banho e ir dormir, você vai dormir aqui? - Perguntei tudo em um fôlego só, torcendo para que a resposta fosse negativa, não conseguiria pensar em como agir com ela perto de mim depois do que aconteceu.

- Não! Eu vou para casa, na verdade, já estou indo! - disse soltando o ar que prendia antes.

Marília levantou e se aproximou de mim fazendo com que eu prendesse a respiração, seus lábios tocaram minha bochecha raspando levemente no canto da minha boca, então ela pegou suas coisas e saiu rapidamente.

Learning To Love Onde histórias criam vida. Descubra agora