23. O amigo do meu inimigo é meu inimigo

310 26 55
                                    

— Não esqueça de estudar. Você tem que aprender pelo menos um pouco de português até o final do ano letivo.

— Tá bom, mãe, eu já entendi. — Lilith respondeu a mãe de maneira monótona e quando viu a família Weasley se aproximando, aproveitou a oportunidade e correu para dar o abraço mais apertado em Gina.

— O que você fez nas férias que não me visitou nenhuma vez? — A Weasley perguntou e a jovem corvinal sentiu o coração errar uma batida.

— Eu estive ocupada. — Mas Gina não pareceu nenhum pouco satisfeita com essa resposta. — No ateliê com meu pai e essas coisas.

Lilith sabia que parecia insegura, mas se Gina percebeu isso, ela não demonstrou para a amiga e simplesmente aceitou a explicação que a amiga estava disposta a dar. Ron pigarreou atrás das meninas e estendeu os braços esperando receber o seu abraço também, Harry que estava junto com a família Weasley foi abraçado em seguida. O grupo de amigos ficou fofocando sobre o que os grifinórios haviam feito nas férias enquanto Cecília e Molly conversavam aos cochichos.

Um barulho de risadas agitadas chamou a atenção dos adolescentes e os olhos de Lili, rapidamente, dispararam para o grupo que estava causando tal comoção. Era Draco e os amigos sonserinos, como sempre.

O trio grifinório também estava observando toda a agitação que os inimigos faziam, mas a única que exclamou o que pensava foi Gina. Bufando ela disse:

— Riquinhos exibidos.

Era notório o som de escárnio em sua voz e isso fez os dois garotos gargalharem, mas a amiga corvinal se manteve em silêncio, não parecia certo rir disso. De alguma forma, a piada não tinha mais tanta graça quanto um ano atrás. A garota apenas deu um sorriso amarelo e um aceno simples com a cabeça.

— É melhor a gente entrar. — Ela desconversou, esperando que a amiga não percebesse o blefe em sua voz e não ficasse desconfiada enquanto se dirigia para o vagão do trem. Luna e Neville já estavam sentados no vagão que já era praticamente deles. — O que vocês estão fazendo?

— Nev está me explicando sobre as descobertas de herbologia que ele fez no verão. — Luna respondeu e Neville concordou sorrindo, ele parecia muito feliz. Misty, que esteve esse tempo todo no colo da dona, se agitou e desceu para se deitar no garoto loiro, que largou o caderno de anotações e ficou brincando com a felina folgada.

— Por que você tá com essa carinha triste, ein? — Foi Luna quem reparou primeiro no estado esquisito da amiga, isso chamou a atenção de Gina que também tinha se distraído com a gatinha. Acontece que, por serem colegas de quarto a tantos anos, acabou que a conexão entre elas era muito intensa e não precisava mais do que um olhar para que as duas corvinais se entendessem.

— Esse é meu último ano em Hogwarts. — Lilith respondeu, mas as amigas não entenderam.

— Como assim? — A loira perguntou.

— Minha mãe quer que eu me mude para a casa da minha avó.

— E onde isso fica? — Dessa vez, a pergunta veio de Gina.

— Brasil.

— O que? — gritou o único garoto do quarteto. — Isso fica, tipo, do outro lado do oceano. — O garoto deu ênfase nas palavras outro, lado e oceano, como se as meninas já não tivessem entendido a gravidade da situação.

— Mas por quê ela faria isso?

— Acho que tem a ver com os ataques dos comensais.

— Mas por que você contou isso pra ela? — Gina perguntou de um jeito acusatório.

autodestrutivo × draco malfoyOnde histórias criam vida. Descubra agora