Capítulo 13 - Novos Olhos

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Minhas mãos estavam sujas de sangue, aquele cara caído, cheio de sangue na minha frente e a faca que o matou ainda estava em minhas mãos.

- eu... eu... eu matei... eu matei ele. - estava muito nervoso.

Doni: - tu me salvou, tu salvou minha vida.

- eu matei esse cara, por que eu fiz isso? Eu não deveria...

Doni: - para de dizer besteira, você fiz o que devia.

- o quê que a gente vai fazer agora?

- isso é óbvio, vamo tirar o presunto daqui.

- mas o quê a gente vai fazer com ele?

- não tem muita gente por aqui a essa hora, vamo jogar ele no mato. - Doni segura as pernas do morto. - pega pelos braços, vamo. - eu faço como ele disse e nós saímos pelos fundos e andamos muito até chegar a uma floresta, então andamos mais um pouco. - aqui tá bom. - diz Doni. - nós, então soltamos o corpo no chão.

- o quê que a gente faz agora? - eu pergunto.

- espera aí, eu vou buscar uma pá. - Doni vai e eu fico sozinho na floresta com aquele cara morto. Eu não sei por que, mas fico com vontade de tirar uma foto, eu pego meu celular e começo a tirar fotos do morto, depois eu fico olhando para ele por um tempo, eu pensei "como eu foi forte, como eu fui corajoso", de alguma forma eu começava a me sentir bem com aquilo.

- demorei? - Doni chega com a pá.

- não. - eu respondo.

- só vô cavar um buraco pra jogar ele é a gente pode ir embora, tá?

- uhum.

Depois que ele cava joga o corpo dentro e joga a areia por cima eu digo. - toma. - eu entrego um tronco para ele.

- pra quê isso? - ele pergunta.

- pra você bater a terra, pra ela ficar uniforme com o resto, depois a gente joga algumas folhas por cima.

- hn, é verdade, pensou bem.

Então ele bate a terá com o pedaço de tronco e depois nós espalhamos algumas folhas por cima.

- missão cumprida. Doni diz sorrindo.

Com uma cara muito séria eu digo. - vamo embora.

A gente volta pra frente da casa dele.

- e aí, o quê que tu queria falar comigo mermo? - Doni diz.

- deixa pra depois, agora eu preciso ir pra minha casa, preciso muito.

Doni: - cara, num fica preocupado com isso não, ninguém vai descobrir.

- não dá pra não me preocupar.

- você salvou seu amigo, eu sou seu melhor amigo lembra? E agora, seu cúmplice também.

- eu não tenho amigos.

- você tem, pode ser só um, mas você tem. Você tem futuro Gabriel, eu sei é eu quero crescer do teu lado e acompanhar tua vitória.

- Tchau. - então eu vou pra casa.

Sábado, dia 19 de Abril de 2014, é, mal dormi na noite anterior também, fiquei mal pelo que aconteceu com aquele cara, mas o que mais me incomodava mesmo era a perda da Nichole, - o quê que eu fiz? Eu matei um cara, isso é errado, por quê? Eu não queria ter feito isso. Era o que eu pensava.

- Nichole, a culpa é sua, se você estivesse comigo isso não teria acontecido. - eu digo para mim mesmo. - Nichole! - eu grito. - você tá vendo o que você fez?! Você criou um monstro... não, ele sempre existiu, você só o ajudou a acordar. E eu acordei, tá na hora de ver o mundo com novos olhos.

O Anjo - Vidas & MortesOnde histórias criam vida. Descubra agora