12. As fotos

750 56 5
                                    

Me espreguiço na cama enquanto acordo, pensando que há anos eu não tinha uma noite de sono tão relaxante. Abro os olhos e pego meu celular, são 10h04 da manhã.

Puxa vida. Dormi muito mesmo.

Faço minha higiene matinal e saio do quarto, encontrando minha mãe sorridente no meio da sala, segurando um enorme buquê de flores.

- Uau, quem mandou essas belezinhas para a senhora?.

Ela sorri.

- Não são pra mim. São para você. Pegue - me estende a mão que segura um envelope.

O pego, e enquanto abro, já imagino de quem seja.

"Te ter por perto é um presente, uma dádiva de Deus. Obrigado por ser tudo que você é. Ainda te amo".

Sorrio.

- Alguém viu um passarinho verde hoje? - minha mãe brinca.

- Um só não, acho que foi o bando inteiro.

Pego as flores de sua mão e os coloco dentro de um vaso, depois de enchê-lo de água.

- Que tal se a gente almoçar no restaurante da mãe da Lari?, tenho certeza que ela vai amar te ver.

- Vou amar, agora preciso fazer umas chamadas para Austrália, verificar alguns estudos - falo e saio correndo para o quarto.

Quando entramos no restaurante, fico encantada, o lugar passou de um ambiente familiar para um estabelecimento de luxo.

- Uau, está tão lindo. Tudo meio pinterest - elogio enquanto abraço dona Nalva.

- Isso é coisa da Lari. Você está linda Amanda, ainda mais se é possível.

- Obrigada. Senti saudades de todos vocês.

Batemos um papo animado e eu escolho uma mesa para me sentar, enquanto minha mãe permanece conversando, e eu resolvo olhar o cardápio.

Estou com a cabeça baixa quando vejo quatro pés pararem ao meu lado. Levanto os olhos e encontro um Antônio sorridente, segurando a mão de um Eric que me olha com os olhos semicerrados.

- Oi pequena.

- Oi Antônio. E é Amanda, nada de pequena - tento corrigi-lo.

Ele sorri.

- Você está sozinha?

- Não, estou com a minha mãe - aponto o dedo lhe indicando.

- Claro. Me dá um minuto - ele pede licença e sai caminhando até ela e dona Nalva.

Olho para Eric e ele está me encarando muito. Mas, dando de ombros, dá a volta e se senta na cadeira do outro lado da mesa.

- Oi, eu sou a Amanda.

- Eu sei, você é a mulher da gaveta do meu pai.

- Da gaveta do seu pai?, como assim?

- As fotos, eu te vejo sempre nas fotos que ele guarda na gaveta. Você está um pouco diferente, mais bonita. Mas é você mesmo.

Fico sem reação e me pergunto se estou mesmo ouvindo direito.

- Você tem certeza?

- Sim. Tem uma foto de vocês deitados no mato lá na fazenda no meu avô, e uma na praia, e outra em uma festa, e outra com o tio Fred, e outra...

Paro de registrar o que ele fala por alguns segundos.

- Você é a namorada do meu pai?

Ao escutar a pergunta, volto meus olhos pra ele.

- Não.

- E por que não? Ele ama você.

- Eu também amo o seu pai. Mas somos amigos.

- Você não quer casar com ele?

Ele crava seus olhos em mim, e parece uma criança decidida a arrancar algumas informações.

- Nós somos amigos apenas.

- Mas você deveria falar com ele.

- Tá bom Eric, eu vou falar - sorrio, por que o menino é mesmo muito falador.

- Quando?

- Não sei. Em breve.

- Legal. Você quer ser minha tia?

- Quero.

- E porquê?

Começo a ficar desesperada, e com apenas um olhar em direção ao Antônio, ele entende a situação e vem me socorrer.

- Eric, que tal se você escolhesse uma sobremesa?

- Mas pai, doce só depois do almoço...

- Hoje pode, vai lá - é a deixa para o pequeno sair correndo em direção as enormes vitrines.

Antônio se vira pra mim.

- Puxa, ele é bem perguntador. Acho que não puxou a você.

Ele sorri.

- Falei com a sua mãe, posso me sentar e almocar com vocês?

- Fique à vontade.

- Então, qual foi o interrogatório que ele te fez? - me pergunta divertido.

- Você não vai gostar nenhum pouco.

- O que ele... - nervoso ele passa as mãos nos cabelos - o que ele falou?

Começo a rir.

- Relaxa Antônio. Ele não me falou nada demais. Só quis saber se eu era sua namorada.

- Ah, tudo bem.

- Por causa das fotos na sua gaveta.

Ele se desespera, arregala os olhos e os desvia de mim.

- Puta que pariu. Eric sabe ser linguarudo quando quer.

- Mas Antônio... o que são fotos perto de uma tatuagem?

Quando ele escuta o que eu falo, imediatamente seu corpo relaxa, e ele parece quase, feliz?

Deixem sempre uma curtida e um comentário, é importante para levar a nossa histórias sempre à novas pessoas

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Deixem sempre uma curtida e um comentário, é importante para levar a nossa histórias sempre à novas pessoas. Hoje 4 das minhas história estão no top 10, sendo 2 nas primeiras colocações. Só agradecer a vocês que estão sempre por aqui ❤
PS: eu amo o Eric hahaha

DocShoe - Todo seuOnde histórias criam vida. Descubra agora