Me espreguiço na cama enquanto acordo, pensando que há anos eu não tinha uma noite de sono tão relaxante. Abro os olhos e pego meu celular, são 10h04 da manhã.
Puxa vida. Dormi muito mesmo.
Faço minha higiene matinal e saio do quarto, encontrando minha mãe sorridente no meio da sala, segurando um enorme buquê de flores.
- Uau, quem mandou essas belezinhas para a senhora?.
Ela sorri.
- Não são pra mim. São para você. Pegue - me estende a mão que segura um envelope.
O pego, e enquanto abro, já imagino de quem seja.
"Te ter por perto é um presente, uma dádiva de Deus. Obrigado por ser tudo que você é. Ainda te amo".
Sorrio.
- Alguém viu um passarinho verde hoje? - minha mãe brinca.
- Um só não, acho que foi o bando inteiro.
Pego as flores de sua mão e os coloco dentro de um vaso, depois de enchê-lo de água.
- Que tal se a gente almoçar no restaurante da mãe da Lari?, tenho certeza que ela vai amar te ver.
- Vou amar, agora preciso fazer umas chamadas para Austrália, verificar alguns estudos - falo e saio correndo para o quarto.
Quando entramos no restaurante, fico encantada, o lugar passou de um ambiente familiar para um estabelecimento de luxo.
- Uau, está tão lindo. Tudo meio pinterest - elogio enquanto abraço dona Nalva.
- Isso é coisa da Lari. Você está linda Amanda, ainda mais se é possível.
- Obrigada. Senti saudades de todos vocês.
Batemos um papo animado e eu escolho uma mesa para me sentar, enquanto minha mãe permanece conversando, e eu resolvo olhar o cardápio.
Estou com a cabeça baixa quando vejo quatro pés pararem ao meu lado. Levanto os olhos e encontro um Antônio sorridente, segurando a mão de um Eric que me olha com os olhos semicerrados.
- Oi pequena.
- Oi Antônio. E é Amanda, nada de pequena - tento corrigi-lo.
Ele sorri.
- Você está sozinha?
- Não, estou com a minha mãe - aponto o dedo lhe indicando.
- Claro. Me dá um minuto - ele pede licença e sai caminhando até ela e dona Nalva.
Olho para Eric e ele está me encarando muito. Mas, dando de ombros, dá a volta e se senta na cadeira do outro lado da mesa.
- Oi, eu sou a Amanda.
- Eu sei, você é a mulher da gaveta do meu pai.
- Da gaveta do seu pai?, como assim?
- As fotos, eu te vejo sempre nas fotos que ele guarda na gaveta. Você está um pouco diferente, mais bonita. Mas é você mesmo.
Fico sem reação e me pergunto se estou mesmo ouvindo direito.
- Você tem certeza?
- Sim. Tem uma foto de vocês deitados no mato lá na fazenda no meu avô, e uma na praia, e outra em uma festa, e outra com o tio Fred, e outra...
Paro de registrar o que ele fala por alguns segundos.
- Você é a namorada do meu pai?
Ao escutar a pergunta, volto meus olhos pra ele.
- Não.
- E por que não? Ele ama você.
- Eu também amo o seu pai. Mas somos amigos.
- Você não quer casar com ele?
Ele crava seus olhos em mim, e parece uma criança decidida a arrancar algumas informações.
- Nós somos amigos apenas.
- Mas você deveria falar com ele.
- Tá bom Eric, eu vou falar - sorrio, por que o menino é mesmo muito falador.
- Quando?
- Não sei. Em breve.
- Legal. Você quer ser minha tia?
- Quero.
- E porquê?
Começo a ficar desesperada, e com apenas um olhar em direção ao Antônio, ele entende a situação e vem me socorrer.
- Eric, que tal se você escolhesse uma sobremesa?
- Mas pai, doce só depois do almoço...
- Hoje pode, vai lá - é a deixa para o pequeno sair correndo em direção as enormes vitrines.
Antônio se vira pra mim.
- Puxa, ele é bem perguntador. Acho que não puxou a você.
Ele sorri.
- Falei com a sua mãe, posso me sentar e almocar com vocês?
- Fique à vontade.
- Então, qual foi o interrogatório que ele te fez? - me pergunta divertido.
- Você não vai gostar nenhum pouco.
- O que ele... - nervoso ele passa as mãos nos cabelos - o que ele falou?
Começo a rir.
- Relaxa Antônio. Ele não me falou nada demais. Só quis saber se eu era sua namorada.
- Ah, tudo bem.
- Por causa das fotos na sua gaveta.
Ele se desespera, arregala os olhos e os desvia de mim.
- Puta que pariu. Eric sabe ser linguarudo quando quer.
- Mas Antônio... o que são fotos perto de uma tatuagem?
Quando ele escuta o que eu falo, imediatamente seu corpo relaxa, e ele parece quase, feliz?
Deixem sempre uma curtida e um comentário, é importante para levar a nossa histórias sempre à novas pessoas. Hoje 4 das minhas história estão no top 10, sendo 2 nas primeiras colocações. Só agradecer a vocês que estão sempre por aqui ❤
PS: eu amo o Eric hahaha
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DocShoe - Todo seu
FanfictionDez anos após sumir do mapa, Amanda está de volta à sua antiga cidade. Os motivos que a trazem não são bons, muito menos todas as memórias que insistem em vir à tona. Enfrentar o passado pode ser doloroso, mas nada se compara a dor de ver o seu anti...