Matteo
―Você não fez isso! ― papai exclama em seu escritório assim que eu terminei de relatar meus últimos feitos.
Pense em um estresse por causa do restaurante? E pense em minha felicidade quando o vi sendo destruído para a colocação dos alicerces para a fundação do futuro Centro Comercial Lorenzo Macinni.
E agora eu quebrava mais uma regra.
― O plano de Andrea de usar nossa empresa de logística para trazer cocaína era tão absurda e tão cheia de falhas que eu ignorei e neguei o pedido. ― Eu só não preciso contar que todos os executivos à frente das nossas várias empresas estão cientes que tudo que meu pai ou Andrea pedir, tem que passar pela minha aprovação.
― Você não tem esse direito, Matteo. Você está à frente da holding para acelerar, facilitar nosso trabalho e não ficar prejudicando.
― Exatamente. Só que sem arriscar nosso negócio. ― Eu já tinha tomado a decisão de ser uma pedra no sapato de Andrea, e para fazer isso, teria que usar dos termos legais e não como eu desejava – meter uma bala no meio da testa do filho da puta, claro que fazendo de um jeito que não prejudique nossa organização
― Que risco tínhamos? ― Sério que ele estava me perguntando aquilo?
― Usar nossos contêineres, parar no porto de Tauro onde a fiscalização sai do nosso controle e vir de caminhão até a Sicília cruzando de norte a sul a Itália, inclusive Calábria cujo Fernandes nos odeia principalmente depois de eu ter matado seu tio. Isso não é arriscado? Realmente eu não sei mais o que é arriscado no dicionário de vocês ― meu tio perdeu a noção e papai parece um idiota que abaixa a cabeça para tudo.
Por isso fui cínico.
― Você sabia que nós já tínhamos tudo esquematizado, e que a droga viria muito bem acomodada em equipamentos.
É muito falta de noção mesmo.
― Há muito que estamos sendo visados, papai. Estamos sendo investigados pela polícia internacional e qualquer vacilo nós podemos perder tudo ― meias verdades afinal, tudo é um pouco exagerado.
― Você pode perder seu lugar na empresa, Matteo ― aquilo era uma ameaça? Do meu pai!
Sorri.
― Eu não sei como posso perder meu posto. Aliás, só lembrando, eu tenho 26% das ações da empresa, meu irmão tem mais 25% totalizando 51%. Por causa desse pequeno detalhe ― ironizo ― somos a maioria, e eu não acredito que ele vai tirar seu apoio de mim.
Ele solta um longo suspiro.
― Você está indo de contra a seu pai, o Don da Cosa Nostra. ― E agora apela para a autoridade suprema.
― Verdade. ― Vamos para a mais pura honestidade. ― Desde que o Don perdeu a coragem de enfrentar um babaca como Andrea e aceita tudo que ele diz mesmo sendo algo que vai de contra a maioria, ou mesmo prejudica nosso perfeito andamento dos negócios?! Sim.
Papai chega a inchar de raiva.
― Olha bem, Matteo, eu ainda sou seu pai e exijo respeito ― diz com dedo em riste, apontando bem diante dos meus olhos.
― Me castigue. Leve-me para um dos seus esconderijos e mandem me torturar ― ameacei cansado daquela conversa. — Só falta exigir isso porque está difícil.
Foi quando ele percebeu que fez uma grande tolice.
― Sabe que eu jamais faria isso a um filho meu. ― Eu sabia.
Eu sabia que o fato de ser seu filho me colocaria em uma situação um tanto confortável. E o que mais incomoda é que ele sabe que eu estou com a razão.
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Completamente, Seu (Livro 2 - Traídos)
Chick-LitRebeca Monteiro foi pega pelo seu maior inimigo. E agora grávida e sozinha ela precisava salvar sua própria vida e a do seu bebê ainda em seu ventre nem que precisasse vender sua alma. Matteo, preso em suas promessas, se vê sendo consumido pela culp...