𝗘𝘄𝗮𝗹𝘂

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❝𝖰𝗎𝖺𝗇𝖽𝗈 𝗆𝖾 𝖾𝗇𝗍𝗋𝖾𝗀𝗈, 𝗆𝖾 𝖺𝗍𝗂𝗋𝗈. 𝖬𝖺𝗌 𝗊𝗎𝖺𝗇𝖽𝗈 𝗋𝖾𝖼𝗎𝗈, 𝗇𝖺̃𝗈 𝗏𝗈𝗅𝗍𝗈 𝗆𝖺𝗂𝗌.❞

Clarice Lispector.

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☪ ━ 𝖲𝗂𝗇𝖺'𝗌 𝗉𝗈𝗏'𝗌 ❖

Era uma noite quente e animada, cheia de risos, música e bebidas. Era a primeira festa da universidade que as meninas me convenceram a ir, e fui decidida a me divertir e aproveitar cada segundo.

Mas o que eu não esperava era que aquela noite teria um desfecho tão inesperado.

Eu me vi cercada por uma atmosfera energética, com pessoas dançando e conversando em todos os cantos. Rodeada por colegas de classe e pelas minhas amigas, eu me entreguei aos drinks e ao clima festivo. A cada copo vazio, eu sentia as minhas preocupações se dissipando pouco a pouco.

Conforme a noite avançava, percebi que meus limites estavam ficando cada vez mais turvos. As risadas ficavam mais altas e os movimentos desajeitados. Mas, mesmo assim, eu não conseguia parar. Parecia que uma força invisível me impulsionava a continuar.

Foi então que ele apareceu. Como uma completa miragem.

Eu não sabia se era por causa da bebida, mas quando o vi, era como se estivéssemos em um filme. As luzes coloridas da festa pareciam se destacar nele, os seus olhos brilhavam mais do que nunca e eu estava completamente hipnotizada.

Quando o Noah veio até mim e me beijou na frente de todos, mesmo que a maioria não estivesse nem ligando, foi como se ele quisesse deixar claro para todos que eu era dele.

Eu sabia que algumas pessoas me olhavam enquanto eu dançava, mas eu não liguei. Raramente eu ia a festas, e quando ia, sempre era para eu me divertir, me libertar de mim mesma, sem ligar para os olhares dos outros ou se queriam ficar comigo.

Mesmo que alguns quisessem ficar comigo, a chance de eu aceitar seria zero. A única pessoa que eu queria tinha acabado de chegar e me tomado por completo em seus braços.

Curtimos como se fossemos adolescentes de dezessete anos bebendo pela primeira vez mesmo sendo proibido, e dançamos como se soubéssemos perfeitamente o que estávamos fazendo.

Completamente fora de mim mesma, consegui convencer o Noah a sair dali e acho que ele não estava tão diferente de mim em relação à bebida, já que ele aceitou mesmo com um pouco de hesitação no início.

Ainda meio tonta, aceitei a mão que ele me estendia e me vi sendo guiada através da multidão. O som alto se transformou em um zumbido distante, e as luzes ofuscantes começaram a se apagar. A sensação de estar flutuando parecia me acompanhar enquanto atravessávamos a noite.

Enquanto caminhávamos pelas ruas, as luzes da cidade criavam um espetáculo de cores diante dos meus olhos. Eu sentia uma mistura de euforia e vulnerabilidade, uma compreensão passageira de que estava entregando o controle daquela situação a alguém que estava tão bêbado quanto eu, mas que eu confiava de olhos fechados.

— Vamos para a minha casa ou a sua? — Noah pergunta se embolando em algumas palavras e eu me seguro para não rir.

— A minha é um pouco mais longe do que a sua e eu não estou muito afim de escutar as reclamações do síndico no dia seguinte. — falo enquanto o sinto me abraçar pela cintura e o vejo dar um sorriso ladino.

— Está pretendendo fazer muito barulho?... — ele sussurra próximo ao meu ouvido e mordisca o lóbulo da minha orelha, me causando arrepios.

— Isso só vai depender de você... — murmuro, dando um sorriso provocativo.

𝗚𝗼𝗹𝗱𝗶𝗹𝗼𝗰𝗸𝘀|ⁿᵒᵃʳᵗ°Onde histórias criam vida. Descubra agora