Esther e Jack tiveram uma conexão instantânea ao se conhecerem na biblioteca durante uma tarde chuvosa. No entanto, o que poderia ter sido o início de uma linda amizade, tornou-se uma separação sem data para retorno. Sem trocarem nomes ou números, E...
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Acordar cedo durante a semana para trabalhar era algo doloroso. Mas acordar cedo no final de semana quando não há qualquer compromisso, é torturante; e foi com isso que Esther se deparou quando ouviu seu celular tocar às 3h10 da manhã.
"Agh! Quem tá me ligando a essa hora?!", ela bufou e agarrou com violência o celular, sem olhar quem era. "Alô?!"
"Esther, por queeê?", ela ouviu uma voz feminina embriagada; Esther se endireitou na cama e franziu as sobrancelhas em confusão, tentando reconhecer a voz. "Por que ele fez isso comigoooo?", enquanto a mulher soluçava em choro do outro lado da linha, Esther reconheceu a voz: era Tiffany.
"Tiffany, o que houve?", ela questionou, ainda confusa com toda a situação, sem saber como Tiffany tinha seu número e muito menos porque ela estava a ligar para ela tão cedo.
"Meu Sam... Por quê?!", ela falou em tom de indignação, como se estivesse incomodada pela indiferença de Esther para com tudo, deixando seu choro tomar conta da ligação.
Esther suspirou, levantando-se da cama e caminhando até a janela; enquanto Tiffany chorava, Esther abriu as cortinas, que revelaram um céu ainda coberto pela escuridão. No horizonte, no entanto, podia-se ver que a luz do sol já ameaçava aparecer.
"Onde você está?", ela então perguntou para sua colega de trabalho, já trocando as vestes para encontrar-se com a mulher.
"Um... Não tenho certeza", ela soluçava em meio as palavras. "Moço, onde eu estou?", ela perguntou para alguém.
"Molly's", Esther pôde ouvir uma voz masculina responder. "Tiffany, não importa o que aconteça, não saia. Estou indo!", Esther disse, desligando logo em seguida.
Com passos pesados, Esther pegou seu casaco e fechou a porta atrás de si.
***
O ambiente estava iluminado por luzes amareladas e gotas de uma chuva rápida da madrugada se espalhavam pelas vidraças. Esther entrou no pub, que não ostentava uma extensa quantidade de pessoas; estava se aproximando das quatro horas da manhã e muitos já voltavam para casa. Uma música de jazz irreconhecível tocava ao fundo, enquanto os olhos de Esther buscavam por cabelos loiros.
Com a cabeça sobre o balcão, Tiffany foi a primeira a ver Esther e acenou para a mesma. Ela usava um vestido preto de alças finas que chegava até a metade das coxas; a maquiagem dos olhos estava um pouco borrada, indicando o quanto ela havia chorado.
"Oii", a loira esboçou um sorriso acolhedor, como se não tivesse chorado há alguns minutos atrás. Esther apenas a encarava, aliviada por ver a colega de trabalho.
"Oi, Tiffany", Esther abriu um pequeno sorriso. "O que faz por aqui a essa hora? Está quase fechando"
O semblante da moça entristeceu-se, como se voltasse a ficar sóbria e os olhos brilharam com lágrimas. "Afogando minhas mágoas com a bebida", ela deu um riso triste e suspirou. "Eu já estava noiva de Sam", sua voz tremia, "Ele me traiu com minha melhor amiga... Se é que posso chamá-la de amiga", ela revirou os olhos. "Os dois me traíram. De repente eu me vi sozinha e sem rumo, como se tivesse perdido uma parte de mim", as lágrimas enfim caíram, e Esther a abraçou.
