(Um ano e meio depois)
Vanessa se esgueirou para fora da cama, com cuidado. O sol estava a pino e a luminosidade se infiltrava pelas cortinas entreabertas. O som de risos lhe chegou, enquanto se trocava e o vento lhe fez festa quando saiu da casa.
Encontrou Carolina em uma divertida batalha para dar papinha ao filho que, naquele dia, completava seu primeiro aninho de vida. Razão pela qual, estavam ali. Sentou-se à mesa com ela, rindo das suas tentativas frustradas de alimentar o pequeno, que era um pouco temperamental. Segundo Diana, ele puxou a própria Carolina.
As ondas estavam fortes àquela manhã. A praia estava quase deserta, com exceção das três amigas brincando na água. A jovem mãe seguiu seu olhar e deu um sorriso faceiro.
— Acham que são sereias! Mal o dia amanheceu e já estavam na água! — Comentou, admirando as braçadas suaves que a esposa dava, entrando um pouco mais no mar.
O bebê deu um gritinho feliz, chamando a atenção das duas e a mãe aproveitou a recente mudança de humor para lhe dar outra colher de papa. Dedicou-se a ele por um tempo, mas logo ergueu o olhar para fitar sua convidada. Não via Vanessa há mais de um ano e o pouco que se falavam, era feito por telefone. Entretanto, Diana era uma presença constante ali, principalmente, depois que Carla a convenceu a se tornar sua sócia em um novo projeto.
— Olha, sei que não tenho nada a ver com isso, mas estou me coçando de curiosidade há mais de um ano.
Vanessa riu.
— Quer saber como é ter duas mulheres?
Um tom rosado tomou a face dela. Não queria ser enxerida. Nunca questionou nada sobre isso a Diana porque sabia que ela responderia com uma piadinha cafajeste e Carla não tecia comentários sobre o que a amiga contava à respeito da sua nova vida. Entretanto, percebia a felicidade que transbordava no sorriso da ladra, que raramente a abandonava, desde que se rendeu à paixão por aquelas duas.
Achava engraçado pensar no assunto, todavia Diana era uma mulher singular e não lhe causou eto descobrir o romance das três.
— Na verdade, quero saber como você dá conta das duas. Uma já me dá muito trabalho...
Vanessa gargalhou, balançando a cabeça.
Quando Diana fez aquela proposta e partiu, passou um bom tempo rindo disso com Cristina. Porém, quando o dia raiou, viu-se aconchegada ao corpo de Diana, enquanto Cristina dormia com as pernas enroscadas nas suas e, como a ladra tinha afirmado, se sentiu completa naquele momento.
— Eu as amo! Só isso. — Deslizou a mão pelos cachos negros de seus cabelos. — No início, achei que não ia dar certo, mas desejava tanto que desse. Queria tanto estar com as duas, que acabei mergulhando de cabeça nessa relação e não me arrependi. Elas são tão parecidas em alguns momentos e muito distintas em outros...
Sorriu, admirando a brincadeira das duas mulheres da sua vida. Diana derrubou Cristina na água com um gritinho, então a ajudou a ficar de pé e lhe sapecou um beijo na boca, antes de se reunir a Carla mais adiante, com braçadas longas e vigorosas.
— Não saberia explicar a simplicidade e, ao mesmo tempo, a complexidade do amor que sinto por elas. Só sinto, sou feliz assim e elas também. Uma era o meu passado, a outra o meu presente. Juntas, são o meu futuro e a minha vida.
Olá, amores!
Muitíssimo obrigada por me acompanharem em mais esta história.
Na primeira vez em que postei "Caçadora", no extinto Wonderclub, algumas pessoas questionaram o final. Mas a Diana é um personagem de espírito livre e enquanto escrevia a história, mais agradável se tornava a ideia desse poliamor. Sei que algumas torciam pela Cristina, outras pela Vanessa, mas por que não as duas? rs...
Bem, eu faço parte do time da Carolina, uma me basta. rs... Porém, ser feliz é o que importa, desde que seja um relacionamento justo e sincero de ambas as partes, e a nossa ladra deixou bem claro os termos dela.
Não custa lembrar às plageadoras de plantão:
"O texto está registrado! Plágio é Crime!"
Se você curtiu a história, por favor, respeite o meu trabalho.
Beijos e xêros! Até a próxima aventura!
VOCÊ ESTÁ LENDO
Caçadora
ActionQuando Diana morreu, Vanessa enterrou seu coração junto com ela. Dez anos se passaram, desde então e, entre altos e baixos, encontrou conforto nos braços de Cristina. A vida parecia estar voltando aos eixos, até que, como uma fênix ressurgindo das c...