Chegando na cobertura, Charlotte procurou por Casey em todo o lugar, mas não o achou.
Quando estava voltando do escritório dele, ela encontrou Rebecca saindo de um dos quartos de hóspedes.
-Você viu o Casey, Rebecca? – Ela perguntou parando a mulher.
-Ele saiu logo depois de você e o Lorenzo. E ele não estava com uma cara muito boa. Parecia preocupado.
-Ele nem pode sair de casa! O medico mandou ele ficar de repulso por causa do tiro que levou. - Charlotte ficou nervosa. - Ele não falou onde estava indo?
-Não bambina. Sinto muito...
-O seu chefe é tão teimoso! – Charlotte falou exasperada.
-E você acha que eu não sei?
-Eu precisava falar com ele...
-Bom eu acredito que ele não vai demorar á voltar querida. Logo ele estará de volta.
-Assim eu espero. Eu quero muito conversar com ele, e não pode passar de hoje esta conversa.
Depois de conversar brevemente com Rebecca, Charlotte foi para a sala aonde Lorenzo estava sentando no sofá mexendo em seu celular.
-Você sabe aonde o Casey foi? – Ela perguntou parando na frente dele.
-Não. Eu estou tentando descobrir o paradeiro dele agora. – Lorenzo respondeu ainda olhando para o seu celular e digitando. - Quando eu descobrir eu te falo.
-Tá bom. – Charlotte subiu para o seu quarto morrendo de raiva do seu marido. Logo agora que ela tinha descido contar para ele sobre o bebê, Casey saiu sem dar satisfações.
(...)
Logo depois que Charlotte saiu de casa, Casey recebeu uma ligação de Graziella Vitale. Na ligação ela estava chorando e implorando para que ele fosse até o hotel aonde ela estava hospedada, que por coincidência era o hotel dos Salvatore.
Desobedecendo as ordens do seu médico de não sair de casa e ficar de repulso, Casey saiu junto de um segurança, e foi para o hotel. Ele estava preocupado com Graziella, parecia estar muito nervosa, desesperada até.
-O que aconteceu Graziella? - Casey perguntou depois que a porta foi aberta e Graziella se jogou em seus braços chorando.
-Meu pai quer me casar com o Luigi Adamo. – Ela chorava copiosamente.
-O Luigi Adamo de Roma? - Ele perguntou afastando ela, e entrando em seu quarto.
-Sim. – Ela fungou.
-O que isso tem de ruim? Eles são uma das melhores famílias da Itália, e são nossos grandes aliados contra os russos. Não vejo problema nessa sua união com o Luigi.
-Eu não quero me casar. Não com ele. – Ela limpou suas lágrimas tentando parar de chorar.
-Bom se o senhor Vitale já decidiu que você vai se casar com o Adamo, então você vai se casar com ele Graziella. Não tem para onde fugir bela.
-Mas eu não quero! - Ela começou a andar pelo seu quarto nervosa. – Eu não quero me casar com um homem que eu não conheço direito.
-Você não tem querer. Você sabe disso. - Casey falou tranquilo. - E além do mais, você já passou da idade certa de se casar. Você já passou dos vinte e três.
-Eu sei. Eu estava esperando por você Casey. – Graziella parou de andar, e olhou para ele. – Eu sempre esperei por você querido.
-Eu já sou casado Grazzie. - Ele mostrou sua mão com a aliança. – A nossa união é meio que impossível.
-Eu odeio que você esteja cansado com outra mulher. – Graziella revirou os olhos ao se lembrar de Charlotte. - Nós tínhamos tudo para dar certo Casey. - Ela falou se aproximando dele novamente. – Nós formávamos um belo casal.
-Eu acho que não querida. - Casey passou a mão no rosto dela que estava manchado de maquiagem por causa do choro. - Pelo visto você já começou a arrumar as suas malas. - Casey observou algumas roupas em cima da cama e uma mala também.
-Eu não tenho escapatória. – Ela seguiu o olhar dele. – Eu vou ter que obedecer o meu pai.
-Você quer ajuda com as suas coisas?
-Não precisa. Só fica aqui comigo até eu terminar de arrumar as minhas malas, e sair para ir ao aeroporto.
-Tudo bem, eu fico...
Uma hora depois Graziella estava fechando a sua terceira e última mala. Ela chorou enquanto arrumava tudo, e Casey lhe dava apoio falando que este casamento seria bom para ela. E ele não podia negar que estava aliviado com este casamento, pois Graziella sairia de cima dele, o que vai ajudar muito na relação dele com Charlotte.
Quando já estava tudo pronto para a partida, um segurança foi até a suíte pegar os pertences de Graziella e leva-la para o aeroporto.
-Tudo isso é medo de você fugir? - Casey perguntou entrando no elevador com ela e o segurança.
-Sim. - Graziella falou com raiva. - Eu falei para o meu pai que eu não ia voltar para a Sicília, e uma hora depois este cara ai apareceu na minha porta falando que ia me levar para casa. Eu achei isso uma afronta.
-O senhor Vitale tem pulso forte, eu admiro isso nele. – Casey sorriu fraco, e Graziella revirou os olhos.
Já no saguão de entrada do hotel, Casey e Graziella se despediram, com um abraço. Ela o segurou em seu abraço por mais tempo do que o devido. Ela não queria ir embora e se casar com outro homem. Graziella queria ficar com o Casey! Na cabeça dela ele era o melhor homem para ser seu marido. Ele era o homem perfeito.
-Tenha uma boa viagem ragazza. - Casey falou se afastando do abraço forte dela.
-Eu não quero ir Casey. Eu não quero me casar com aquele homem.
-Mas você tem que ir, e me esquecer Graziella. Nós já terminamos a muito tempo, e agora nós só somos amigos. Bons amigos.
-Eu sei... - Ela falou abaixando seu olhar. – Eu sei que só terei a sua amizade.
-Eu espero receber um convite para o casamento. Quero estar lá no dia que você for se tornar a senhora Adamo.
-Você vai ser o primeiro a recebe-lo. – Ela sorriu fraco. – Faço questão de envia-lo eu mesma, para não correr risco de ser extraviado.
-Assim espero. - Casey falou sorrindo.
-Ah, eu ainda não te dei os parabéns, não é? Eu deveria ter te parabenizando antes. – Graziella falou mudando abruptamente de assunto.
-Parabéns pelo o que? - Casey perguntou sem entender.
-Pelo bebê que está vindo Casey! - Graziella falou parecendo obvio.
-Que bebê? – Ele ainda não estava entendendo que a mulher na sua frente estava falando. – De qual bebê você está falando?
-Casey... – Graziella começou a falar, mas parou no mesmo instante. – Ai meu Deus! A Charlotte ainda não te contou. - Ela pareceu surpresa.
-Não me contou o que? - Ele ainda não tinha entendido.
-No dia que você acordou no hospital. A Charlotte me expulsou do seu quarto, e me falou que estava grávida de você. Eu pensei que você já estava sabendo da novidade.
-Não... É, não eu não estou sabendo de nada.
-Oh, eu acho que estraguei a surpresa então. Ou a Charlotte não queria que você soubesse ainda. - Graziella sorriu fraco e deu de ombros. – Mas isso não importa. Meus parabéns papai. – Ela o abraçou novamente.
Casey não devolveu o abraço, ele não estava entendo toda aquela conversa sobre um bebê e Charlotte. Que porra era aquilo tudo que Graziella tinha lhe falado.
-Senhorita Vitale, nós temos que ir agora. - O segurança apareceu atrás dela a chamando. – O avião parte daqui a uma hora e meia.
-Eu já vou Casey. Até mais. – Graziella se manteve abraçada a ele, e logo depois lhe deu um beijo no canto da boca.
-Graziella... - Ele a repreendeu, e a afastou. – Não faça isso.
-Desculpa, eu não resisti. Tchau Casey. – Ela deu um paço para trás.
-Tchau Grazzie. Faça uma boa viagem. – Casey acenou para ela.
Depois que o carro de Graziella partiu, Casey ainda ficou parado no saguão, sem entender o que ela tinha lhe falado sobre Charlotte estar grávida. Como assim sua esposa estava grávida de seu primogênito, e ele não estava sabendo disso? Essa história estava muito estranha.
-Eu vou tirar essa história a limpo agora! - Casey falou determinado, e saiu do hotel indo para o carro, que estava lhe esperando do lado de fora.
(...)
Na cobertura Charlotte estava na parte de fora deitada em uma das espreguiçadeiras, vendo o anoitecer, e esperando Casey voltar para casa. O cheiro do jantar que Rebecca estava fazendo lhe deu fome, e logo ela iria na cozinha ver o que a governanta estava preparando.
A brisa daquele começo de noite estava tão boa, que Charlotte acabou pegando no sono, e só acordou quando foi chamada por Casey que estava em pé na sua frente com uma cara de poucos amigos.
-Oi, finalmente você chegou. - Ela falou se sentando ainda sonolenta. – Onde você estava?
-Você está grávida? - Casey perguntou sem fazer rodeios, ignorando o que ela havia lhe dito, e Charlotte ficou calada sem entender nada.
-O que você disse?
-Eu te perguntei se você está grávida? - Ele falou agora mais alto. - Vai Charlotte, me responde!
-Quem te falou isso?
-A Graziella. Ela me deu os parabéns pelo bebê, sendo que eu nem sei de que bebê ela está falando. Me explica isso Charlotte.
-Você estava com a Graziella? - Ela perguntou agora se levantando, e ficando nervosa.
-Não foge da minha pergunta Charlotte! Me responde, você está grávida? – Ele perguntou novamente.
-Sim, eu estou grávida Casey! - Ela finalmente admitiu. - Era isso que você queria ouvir? Eu estou grávida.
Depois dessa resposta Casey ficou em silêncio absorvendo a notícia. Realmente sua esposa estava esperando um filho seu. O seu herdeiro.
-Por que você não me contou antes? Por que eu tive que descobrir isso através da Graziella?
-Casey, eu ia te...
-Por acaso esse filho não é meu Charlotte? - Casey a interrompeu, e essa pergunta foi como um tapa na cara de dela.
-O que você disse? Como você ousa me fazer uma pergunta dessas?
-Deve ser porquê, você não me contou nada sobre este bebê. – Ele apontou para a barriga dela.
-Você é um imbecil Casey Salvatore. - Charlotte falou secando uma lágrima que escorreu de seu olho, e saiu andando em direção da entrada da sala, passando direto por Casey.
-Charlotte volta aqui! - Ele falou pegando em seu braço.
-Não toca em mim. - Ela falou se virando e desferido um tapa no rosto dele. - Me solta agora! - Ela se desvencilhou de seu aperto, e saiu correndo para dentro da cobertura.
Casey ficou parado ainda do lado de fora, sem acreditar no que tinha acontecido. Charlotte tinha lhe dado um tapa na cara. Nunca nenhuma mulher tinha feito o agredido daquela forma.
-Mais que... – Ela falou com a mão no rosto. Estava ardendo.
-Bambino o que aconteceu? Eu ouvi os gritos da cozinha. - Rebecca perguntou quando ele entrou na sala.
-Eu e a Charlotte brigamos. E ela está grávida. - Ele falou rápido, e foi para o seu escritório sem deixar Rebecca falar nada.
Naquela noite ninguém jantou na cobertura. Charlotte se trancou no quarto, não abriu a porta nem para Rebecca. E Casey passou a noite inteira em seu escritório remoendo tudo o que tinha acontecido. Ele iria ser pai e ao invés de ficar feliz com aquela novidade, ele caluniou sua esposa e a ofendeu. Ele tinha feito uma grande de merda, e agora não sabia como resolver tudo aquilo.
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Dangerous Love (Finalizado)
RomanceCasey Salvatore era um homem experiente que vivia uma vida perigosa na máfia em Nova York. Em breve ele iria tomar conta de todos os negócios do seu pai Giovanni Salvatore, que iria ceder oficialmente o seu lugar como chefe da máfia italiana para se...