Capítulo 9

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LAILA AHMAD

Minha cabeça dói, lateja e tenho sensação que passou um caminhão por cima dela. Tento abrir meus olhos, mas é como se estivessem colados. A dor na cabeça é forte demais, mas enfim consigo abrir meus olhos de forma lenta. A luz que atinge meu globo ocular, me faz gemer. Posiciono minha mão já frente dos meus olhos, como uma barreira para a luz não me alcançar.

Droga!

As lembranças começam a retornar com força. Minha dor de cabeça só aumenta, quando começo a me agitar e abaixo minha mão, avaliando onde estou. Com o coração acelerado deu um pulo da cama que estava deitada, olho ao redor e percebo que estou em um quarto amplo, com paredes de vidro que dão acesso à um tipo de varanda. O local é claro, com paredes brancas e uma televisão no centro dele.

— Onde.. – encaro minha roupa, ainda é a mesma que usava antes – Dindo.. Meu dindo..

Retorno às palavras que ele me disse, a forma fria que suas palavras saíram me faz engolir seco. Corro até a grande porta dupla de madeira, mesmo sentindo uma dor insuportável na cabeça, bato na porta com a esperança que alguém me ouça ou apenas venham vê o que está acontecendo. Minhas mãos começam a arder, pelo atrito com a madeira dura. Meu coração acelera em meu peito, me fazendo derramar lágrimas contidas até agora.

— Socorro! – persisto, sentindo o medo tomar conta de mim.

Decido ir até a varanda, encaro o que parece ser o quintal da casa onde estou. É tudo muito grande, com várias flores e plantas por todo lado. Há uma grande piscina no final do jardim, uma área de lazer e posso até mesmo vê o mar, com as ondas intensas. Há vários seguranças de ternos andando de um lado para o outro, não sei onde estou, mas aqui é uma gra de fortaleza, com muros altos.

Volto para dentro do quarto, sentindo meu peito doer. Me deito novamente na cama, permitindo que as lágrimas retornem com mais intensidade, meu coração está apertando e a ansiedade me atinge facilmente. Não sei o que vai acontecer comigo, onde estou ou com quem estou. O medo da incerteza me deixa aflita, não sei o que fiz para que minha vida esteja dando tanta reviravolta, mas no momento eu só desejo dormir e nunca mais acordar...

Não.. não quero mais sofrer!

• • •

Ouço o barulho da tranca sendo aberta, estou ainda deitada na mesma posição. Lá fora já exibe a pela noite, com a lua brilhando de forma intensa. Volto com meus pensamentos assim que a porta é aberta, meu coração se preocupa, meu corpo se encolhe assim eu ouço passos em direção à cama que estou deitada. Fecho meus olhos, implorando aos céus para que a pessoa caia no meu teatro e vá embora.

— Eu sei que está acordada, Laila. –  é ele, o homem que foi até a minha faculdade, que apareceu na janela do meu quarto e que meu dindo disse que iria cuidar de mim. É ele – Ande logo, menina. Levante-se.

Ainda com medo, continuo na mesma posição que estava. Não posso ceder dessa forma, não conheço ela e não sei o que tanto quer de mim. Isso tudo é muito confuso pra mim, não sei o que aconteceu com meu dindo para fazer tal coisa. Pensei que sempre ele iria cuidar de mim, não me entregar de bandeja obra qualquer pessoa.

— Eu mandei você levantar! – sua voz é rude, e no mesmo momento que meu corpo da um salto, ele agarra meu braço me puxando pra fora da cama. Meu corpo cai ajoelhado, pela falta de equilíbrio e sinto vontade de chorar – Olhe pra mim, Laila.

Acabo engolindo seco, desejo apenas sumir daqui. Não quero e nem posso continuar nessa situação, isso realmente não pode estar acontecendo.. Droga! O medo está aumentando, fazendo as lágrimas descerem pela minha bochecha. O homem continua em pé na minha frente, visivelmente irritado pela falta de uma resposta, enquanto eu continuo de cabeça baixa.

— É melhor você não me testar, garota – ele se gacha, segurando com força meu queixo e erguendo minha cabeça para olhá-lo – Por que está chorando?

— Se eu fosse você me responderia – aproxima-se da minha orelha, roçando sua barba aparada na minha pele, me fazendo estremecer – Ou, eu terei que arrancar as palavras da forma mais dolorosa que posso.

— On.. onde eu e.. estou? – sussuro, fechando meus olhos com força, após ouvir sua risada.

— Em Now York, por enquanto – volta a me encarar, e por um momento, percebo o verde dos seus olhos se intensificaram – Iremos para a Espanha ainda essa noite.

— O que? – arregalo meus olhos – Não.. não posso ir para a Espanha!

— Você agora é minha, Laila. Seu padrinho me vendeu você como um mero objeto, então, você é minha propriedade – aproxima-se novamente, depositando um beijo em meu lábio e se afastando – Coração.

Vendida Pra Ti - Série Milionários 01Onde histórias criam vida. Descubra agora