Vida em Vão
Seu nome é Chrystalina.
Chrystalina é uma moça muito tímida de 22 anos, bem criativa e que era extremamente infeliz com o seu cotidiano.
Todo dia ela andava na rua e era bombardeada por olhares discriminadores, todo dia ela suspirava milhões de vezes sem perceber, todos os dias ela colocava sua simples rotina em prática tentando ao máximo ignorar as criticas a sua volta
Até que tudo mudou.
Dia 6 de dezembro de 2015. Um dia aparentemente normal como todos os outros .
Um pouco assustada com o toque estridente do despertador Chryss levantou rapidamente da cama, lavou o rosto, arrumou o cabelo, trocou de roupa, colocou a mochila nas costas, engoliu seu café e saiu para o trabalho.
Graças aos seus passos rápidos ela conseguiu chegar ao ponto de ônibus 3 minutos antes dele chegar, com isso ela garantiu seu lugar sentada para a longa viagem ate o centro da Cidade grande e movimentada na qual ela vivia.
Chegando no seu local de trabalho ela se deparou com vários olhares de desprezo e nojo tentando se disfarçar atras do balcão da recepção, como o de costume, e depois se dirigiu para o elevador.
Ela remexeu sua bolsa para achar a chave de sua sala enquanto lia os cartazes colados no corredor do décimo oitavo andar.
" Homosexualidade é contra a ciência" "dois iguais não procriam" "nós não evoluímos para voltar atrás".
A cada dia que passava por aquele corredor sua raiva aumentava um pouquinho, ela não aguentava mais os xingamentos e as teorias ridículas criadas para a convencer de que a sua escolha sexual não se encaixava na sociedade em que viva.
Ela abriu a porta e entrou na sala o mais rápido possível, batendo-a brutalmente, enquanto suas mãos arranhavam a madeira envernizada, por desespero. Seu corpo deslizava pressionando a porta e em poucos segundos se encontrava no chão, com os joelhos conta o peito enquanto lagrimas encharcavam sua frágil face.
Eram apenas dez horas da manhã, as únicas palavras que havia ouvido eram "Bom dia" e ela ja estava no chão, com a cabeça explodindo de raiva.
Levantou-se, tentando controlar sua respiração acelerada devido ao choro, enxugou as lagrimas e foi em direção a sua mesa de trabalho.
Chryss sentou na cadeira com os olhos vidrados na tela do computador. Tinha que existir algum lugar onde pudesse jogar toda aquela raiva. E foi então que teve a brilhante ideia de escrever um texto para todos a sua volta.
Depois de quatro horas incessantes derramando sua alma no texto como uma cachoeira derrama suas agua no rio, ela desmaiou em cima do teclado, caindo em um sono profundo onde se encontrava no meio de uma sociedade utópica.
Tudo a sua volta parecia ser igual, porem os cartazes haviam sumido, os rostos carrancudos agora eram sorrisos convidativos a um dia inspirador e o sol brilhava do lado de fora.
Ela estava em coma.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Lutadoras, as dores de todas.
Short StoryOlá, neste livro apresentarei pequenos contos baseados em relatos reais de pessoas incríveis que a vida me trouxe... Começando pela Chryss, uma garota homosexual de classe média que tenta diariamente lutar contra o preconceito que há a sua volta.