Capítulo 32

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"Eu não quero dizer adeus porque dessa vez é para sempre.
Agora você está nas estrelas e sete palmos nunca pareceram tão longe
Estou sozinho aqui entre os céus e as cinzas.
Oh, isso dói muito por um milhão de razões diferentes."
(Benson Boone - In the stars)
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Gracie

Dor, tristeza e lágrimas me acompanharam durante todo o hesitante caminho de uber sem saber se deveria estar fazendo isso.

Mas não não conseguia ficar no dormitório.

Não quando minha cabeça e meu coração me diziam para fazer exatamente o que estava fazendo nesse exato momento.

A moça da portaria provavelmente me reconheceu assim que me viu, já que, sem pedir qualquer identificação, abriu o portão eletrônico.

Ela atentamente observou meus olhos vermelhos e inchados, bem como as bochechas ainda molhadas.

- Ei, moça bonita. - Cumprimentou com um pequeno sorriso, solidária ao meu estado.

- Boa noite. O senhor... - Comecei a perguntar.

- O bonitão da cobertura... está sim. - Afirmou com a voz tranquila, ainda com o pequeno sorriso nos lábios, antes que eu finalizasse a pergunta, utilizando o adjetivo como se quisesse, pelo menos por um segundo, me trazer algum outro sentimento que tirasse toda tristeza do meu rosto.

- Ele... está sozinho? - Perguntei receosa com medo de Joshua estar acompanhado por Kristen.

- Sim, está sozinho. Uma mulher arrogante veio mais cedo querendo subir, ele não atendeu, mas sei que está lá, e pelo semblante ao chegar de carro mais cedo - Se apressou em dizer. - E até mesmo pelo seu... aconteceu alguma coisa. - Completou com pesar.

- Perdemos alguém há algumas horas. - Esclareci.

- Ah, entendo. Sinto muito. - Havia sinceridade em suas palavras. - Pode subir. Provavelmente vai receber a Srta. - Franzi a testa, mas agradeci a mulher simpática entrando no prédio.

Nunca pensei que um elevador pudesse demorar tanto para chegar ao andar de destino. Cheguei a pensar que se tivesse subindo correndo às escadas chegaria mais rápido. Mas é claro que isso não aconteceria. Era apenas a minha ansiedade falando mais alto.

Parei em frente à sua porta.

Um minuto inteiro ou mais deve ter se passado enquanto me decidia se tocava a campainha, ou se simplesmente digitava o código da porta. O mesmo que tinha deixado por escrito no dia seguinte da nossa breve discussão quando dormi em seu apartamento por causa do problema no dormitório.

Se tocasse a campainha corria o risco dele não vir atender por querer ficar sozinho.

Se simplesmente abrisse a porta, ele poderia me expulsar em dois tempos.

Não sabia se queria companhia.

Mas...

Foda-se, não arriscaria deixá-lo se afogando em tristeza, e provavelmente em álcool, sem ninguém ao seu lado.

Abri a porta devagar depois de ouvir o clique da fechadura eletrônica.

A escuridão me saudou assim que dei o primeiro passo para dentro do apartamento, deixando que a porta se fechasse atrás de mim.

A claridade vinda da janela de vidro foi que me deu a pouca visão para olhar diretamente para a cozinha mais adiante, em seguida, para o corredor que levava aos dois quartos do primeiro andar.

Minha RuínaOnde histórias criam vida. Descubra agora